OCDE: o mundo continua crescendo, comendo mais e melhor

O fato de que a economia do Brasil irá recuar em 2016 são favas contadas, é verdade. A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), porém, renovou suas projeções para o cenário global e, portanto, brasileiro também, trazendo um futuro mais ameno, ou menos agressivo – a escolha é sua – para o país. Se nossa economia estava projetada para se contrair 4,3% este ano, o que se espera agora são 3,3%.

Trata-se de uma excelente notícia? É claro que não! É claro que ainda não. A começar que não vamos crescer, em segundo lugar, vamos cair. E vamos cair 3,3%, é verdade. No entanto, apesar disso tudo, a maior melhora entre as estimativas da OCDE veio para o Brasil. Em 2017, a entidade já estima que a economia nacional cresça 0,3% em relação a este ano, contra uma baixa de 1,7% esperada em junho.

Hoje, o Brasil, que é o maior país da América do Sul e da região da América Latina, possui a maior economia de ambas as regiões e do Hemisfério Sul, segundo dados da FAO – a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – e a maior parte desse potencial vem do espaço que a agronegócio vem exercendo como protagonista nesta economia. E a FAO estima ainda que, até 2050, 40% da produção mundial de alimentos deverá vir do Brasil, o que aumenta a responsabilidade do setor ainda mais, não só para a economia, mas também para a segurança alimentar local e global.

A pergunta que não quer calar, portanto, é: com os novos rumos que a economia está assumindo – e mais as mudanças propostas pelo novo presidente da república, logo após um desgastante processo de impeachment e com a continuidade de centenas de denúncias de corrupção vindo à tona – o Brasil terá condições de atender à essa demanda? E essa não é a única pergunta, mas devemos saber antes, teremos condições de alimentar o Brasil?

A OCDE acredita que sim. Projeções da organização indicam que, na safra 2016/17, o Brasil possa colher 103.202 milhões de toneladas de soja, o que corresponde a 31,81% das 324.466 milhões de toneladas que deverão ser produzidas no mundo. Em 2025, essa participação pode subir para 34,39%, com a perspectiva de que o mundo colha 393.891 milhões de toneladas da oleaginosa, com 135.46 milhões brasileiras.

Para o milho brasileiro, o espaço é menor, mas a participação na produção global também deverá registrar um incremento, passando de 8,30% nesta safra para 8,83% na de 2025. No trigo, em que o Brasil é um dos maiores importadores mundiais do grão, essa taxa deverá passar de 0,91% para 1,01%. Entre os grãos básicos, o único que registra baixa é o arroz brasileiro que, em nove anos, deve reduzir sua participação de 1,68% para 1,56%.

 

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Projeção para a produção mundial de soja 2016-2025 – Fonte: OCDE

 

Na outra ponta da cadeia, porém, estão os compradores para toda essa comida. Fato é que o consumo mundial está aumentando e importantes países emergentes estão registrando uma mudança considerável em seus hábitos alimentares, buscando mais proteína animal, leite, derivados, ovos, além dos alimentos básicos e dos óleos vegetais. A demanda por grãos, que são matéria-prima para isso tudo, está assegurada, portanto. Além da China, a maior consumidora mundial de alimentos, estão ganhando papel maior nações como a Índia, Vietnã, demais países do Sudeste Asiático e nações do continente africano.

Para reforçar esse sentimento positivo da demanda global por alimentos, chega a projeção da OCDE de que a economia do mundo deverá continuar crescendo, mesmo que seja em um ritmo mais lento. O crescimento esperado é de 2,9% em 2016, contra a projeção de 3% de junho.

E embora essa possa ser, se confirmada, a taxa mais baixa desde a crise de 2008, a demanda por carnes, por exemplo, deverá se manter crescente até, ao menos, 2025. No intervalo dos próximos nove anos, o consumo de carne de aves deve subir 13,89%; suína 10,47%, bovina 12,54% e ovina 20,28%.

 

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Projeção do consumo mundial de carne bovina 2016-2025 – Fonte: OCDE

 

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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