‘O agronegócio é a tábua de salvação da economia do País’, afirma diretor da SNA Hélio Sirimarco

Responsável por 23% do PIB nacional, o agro deve ser o único segmento com elevação mais expressiva neste ano, se compararmos já com os resultados apresentados no primeiro trimestre das indústrias e do setor de serviços", afirma Hélio Sirimarco, diretor da SNA. Foto: Arquivo SNA
Responsável por 23% do PIB nacional, o agro deve ser o único segmento com elevação mais expressiva neste ano, se compararmos já com os resultados apresentados no primeiro trimestre das indústrias e do setor de serviços”, afirma Hélio Sirimarco, diretor da SNA. Foto: Arquivo SNA

O setor agropecuário, ao longo dos últimos anos, tornou-se um setor estratégico para a economia brasileira e, segundo previsões de especialistas, mais uma vez deve segurar o Produto Interno Bruto (PIB) do País e continuar em franco crescimento, apesar das adversidades, como mudanças do clima, degradação do solo, dificuldades de concessões de crédito, especialmente para pequenos e médios produtores rurais, entre outras.

“O agronegócio é a tábua de salvação da economia do País e ainda será a grande mola propulsora deste desempenho em 2015. Responsável por 23% do PIB nacional, o agro deve ser o único segmento com elevação mais expressiva neste ano, se compararmos já com os resultados apresentados no primeiro trimestre das indústrias e do setor de serviços. Ambos se apresentam estagnados ou até mesmo em queda”, analisa o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura Hélio Sirimarco.

“A renda agrícola passou de R$ 257 bilhões em 2004, para perspectiva de R$ 481,6 bilhões em 2015, maior nível desde 1990. As exportações saltaram de US$ 20 bilhões em 2000, para praticamente US$ 100 bilhões nestes últimos anos. Com isso, a agricultura brasileira passou por algumas transformações que merecem destaque, entre elas, o aumento do custo de produção, da demanda doméstica”, salienta o diretor da SNA.

Na opinião dele, como prevalece as perspectivas de resultados negativos para a economia em 2015, é esperado que não haja fortalecimento da demanda doméstica, principalmente por causa da alta da inflação e do provável aumento do desemprego. Isto porque o salário médio da economia, provavelmente, seguirá a atual trajetória de queda neste ano.

“O mercado externo tem sido determinante para o agronegócio, fundamental para o comportamento dos preços do agronegócio brasileiro, até porque absorve os excedentes de produção. Como os principais produtos do agronegócio são vendidos lá fora (commodities), seus preços dependem dos valores praticados em dólares e da taxa de câmbio internacional. As quantias em dólares das commodities agropecuárias, com destaque para os grãos e o açúcar, tendem a cair.”

INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA

Carregando praticamente a economia brasileira “nas costas”, Sirimarco descarta possível colapso do agronegócio nacional. Apesar do atual déficit no setor de infraestrutura e logística e os investimentos correndo a passos mais lentos, ele confia que os recursos vão ser disponibilizados e ainda afirma que os investimentos estão sendo feitos.

“Existem vários programas disponíveis, como o do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiamento da construção de mais armazéns e silos no País. Para a linha de crédito rural (o Custeio Antecipado), com antecipação dos valores limites para a próxima safra e a manutenção das taxas de juros atuais, a Caixa Econômica Federal, por exemplo, disponibilizou R$ 2,1 bilhões para o segundo trimestre de 2015”, informa.

Reafirmando seu otimismo quanto ao futuro do agro no País, Sirimarco destaca as declarações feitas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre os valores que serão informados, em breve, para o Plano Safra 2015/16.

“Segundo o ministro Levy, o Plano Safra 2015/2016 será anunciado com realismo, numa indicação de que o crédito rural para a próxima safra será ofertado em condições condizentes com o ajuste fiscal, com menos subsídio por parte do Tesouro Nacional.

Segundo palavras do ministro, ‘estamos no meio de um período de ajuste e reequilíbrio muito importante para criar base para voltarmos a crescer e vários setores estão sendo afetados. O setor da agroindústria é menos afetado. Mas é muito importante realismo de preços e realismo nos juros’”, reforça.

EXPORTAÇÕES

“No ano passado, nossos portos movimentaram algo em torno de 139 milhões de toneladas somente com a exportação de açúcar, café, carnes, grãos, produtos florestais e demais bens embarcados pelo agro. Em torno de 48% dos embarques foram só de soja em grão e milho, o que significou aproximadamente 66,3 milhões de toneladas”, aponta o diretor da SNA.

Diante do cenário, ele destaca que esta concentração ainda excessiva levou o governo a desenvolver um plano de ação para evitar o acúmulo de filas de caminhões nas áreas próximas aos portos e o que pode ou poderia ocasionar atrasos nos carregamentos dos navios, “o que vinha gerando despesas crescentes com demurrage (nome técnico para a sobrestada dos navios em portos), que tornavam as vendas externas do setor mais dispendiosas”.

Em relação a outros setores da economia nacional, Sirimarco diz que, indiretamente, por ser importante gerador de divisas estrangeiras, respondendo por quase 40% do faturamento das exportações nacionais e grande responsável pelos superávits comerciais do País, “o agro poderá abrir espaço para o crescimento dos demais setores, que são bastante dependentes das importações, portanto, das divisas que o setor agropecuário gerar”.

Por equipe SNA/RJ

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