Norte-americanos voltam a investir no agronegócio brasileiro

Passada a tormenta da instabilidade política e econômica que assolou o Brasil nos últimos meses, começa um movimento de retorno massivo de investimentos norte-americanos ao agronegócio brasileiro. Antes de 2014, quando os preços das commodities caíram significativamente, havia grande investimento nesse setor, aponta reportagem do Portal Agriculture.

Analistas dizem que esses investidores estão mirando as possibilidades de expansão da agricultura na América do Sul. É outro importante indicador de que os investidores americanos voltaram ao Brasil. Logo após a substituição de Dilma Rousseff por Michel Temer houve uma recuperação de investimentos externos já em junho, com um superávit líquido de R$ 1.16 bilhão.

O Sequoia Fund, um grupo de investidores reconhecido por ter um dos melhores históricos de longo prazo de Wall Street, anunciou a compra de 5,1% das ações da BrasilAgro, em um negócio de US$ 9.8 milhões. A companhia brasileira opera mais de 250 mil hectares no Brasil e no Paraguai. Essa notícia vem um mês depois da Kopernik, uma empresa de Tampa (Florida/EUA) comprar 5% das ações da SLC Agrícola, que opera mais de 400 mil hectares em diversas regiões do Brasil, principalmente com soja, milho e algodão.

Recentemente, o chefe global de mercados emergentes do fundo BlackRock, um dos maiores gestores de ativos no mundo e principal acionista da multinacional Shell, afirmou que os investimentos estrangeiros voltarão em massa para o Brasil. “Com um novo governo, há novas oportunidades para crescimento econômico e recuperação do Brasil. Eu acredito em uma taxa de 2% já em 2017 com um câmbio flutuante, inflação e gastos controlados”, disse Will Landers em entrevista recente.

A compra do fundo de Nova Iorque gerenciado por Ruane, Cunnif e Goldfarb faz do Sequoia o terceiro maior investidor da BrasilAgro logo depois do gigante grupo argentino Cresud, que detém 41% dessa corporação. O negócio aconteceu depois da BrasilAgro divulgar um prejuízo de R$ 17.3 milhões de abril a junho no trimestre, comparando aos ganhos de R$ 166.2 milhões no mesmo período de 2015 – um dia depois que Júlio Piza renunciou como CEO da empresa. Uma seca prolongada no Nordeste do Brasil foi culpada pelas perdas.

Há especulação no mercado de que alguns investidores devem estar se preparando para a aprovação de flexibilização das legislações referentes à propriedade de terras de estrangeiros, tanto no Brasil como na Argentina, nos próximos meses. É uma prioridade das administrações Temer e Macri para atrair novos investimentos.

“Os investimentos no setor agrícola no Brasil são mais atrativos que na maioria dos países, porque já há alguma infraestrutura, algo que é muito mais precário em alguns países africanos, por exemplo, mas também oferece boas oportunidades de expansão, algo que não está disponível na Europa e nos Estados Unidos”, disse Frederico Schmidt, analista da Priore Investimentos de Curitiba. Além disso, ainda há a vantagem de que o real se valorizou 20% contra o dólar depois da destituição de Dilma Rousseff.

Outro grupo conhecido mundialmente que está no Brasil é o Soros Fund Management, do megainvestidor George Soros, que tem ações da AdeccoAgro, que produz soja no Brasil e na Argentina.

 

Fonte: Agrolink

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