No Dia Nacional das Abelhas, A Lavoura mostra que elas são bioindicadoras de poluição

No Dia Nacional das Abelhas, comemorado em três de outubro, a Revista A Lavoura publica reportagem da edição nº 690/2012, que trata da importância desses insetos para o meio ambiente. Leia abaixo!

Na busca pelo pólen, microrganismos aderem ao corpo das operárias e podem revelar importantes informações sobre a poluição local. Foto: Divulgação A Lavoura – Edição nº 690/2012

O incansável vaivém das abelhas para produzir mel pode trazer importantes informações sobre a poluição ambiental. Na busca pelo néctar e pólen das flores, as operárias também têm contato com microrganismos, produtos químicos e demais partículas suspensas no ar, que aderem em seu corpo, revelando importantes informações sobre as condições das áreas ao redor.

O estudo, realizado pela bióloga Talita Antonia da Silveira, foi desenvolvido pelo Programa de Pós-Graduação em Entomologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (Esalq/USP), com objetivo de verificar se o pólen coletado pelas abelhas Apis Mellifera pode ser utilizado como bioindicador da poluição ambiental.

O trabalho foi realizado no apiário da Escola, localizada próxima de áreas agrícolas, industriais e urbanas, portanto, com espécies de plantas ornamentais e frutíferas, além de um fragmento de mata nativa.

Talita explica que nas viagens exploratórias das operárias para recolher o néctar, a água e o pólen das flores, elas exploram, além da vegetação, também o solo, água e ar, cobrindo quase todos os setores ambientais.

“Durante este processo, diversos micro-organismos, produtos químicos e partículas suspensas no ar são interceptados pelas abelhas e podem ficar aderidos ao seu corpo ou serem ingeridos pelas mesmas”, explica a pesquisadora, em reportagem publicada pela Revista A Lavoura, em 2012.

PRODUTOS INDICAM POLUIÇÃO

Dessa forma, os produtos apícolas – mel, própolis, cera, geleia real e pólen – podem ser usados como bioindicadores para monitoramento dos impactos ambientais causados por fatores biológicos, químicos ou físicos.

“O monitoramento a partir de produtos apícolas pode ser uma das formas de prevenir a contaminação ambiental”, afirma Talita.

A bióloga alerta para o fato de o armazenamento de mel e pólen, a postura da rainha e a ocupação dos favos estarem sujeitos a variações sazonais, pois as características produtivas e reprodutivas das colônias de abelhas são influenciadas pelo clima e pela disponibilidade de alimento na região onde são criadas.

É importante observar ainda as condições meteorológicas, que também influenciam na coleta e qualidade do pólen.

“As abelhas utilizaram diversos tipos de vegetação presentes no ambiente, aproveitaram as plantas ruderais como fonte de coleta de pólen para manutenção de suas colônias e acrescentaram à sua dieta o pólen de outras plantas arbóreas, arbustivas e herbáceas, conforme a disponibilidade da área”, contou a pesquisadora.

“Quanto à interferência do clima nos parâmetros físico-químicos, o estudo mostrou que as condições meteorológicas do ambiente influenciam a qualidade e a coleta do pólen”, explica Talita.

DESTAQUE DE CAPA

Fonte: A Lavoura – Edição nº 690/2012

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