Mudança no consumo mundial projeta crescimento de 80% no agro brasileiro

O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, encerrou o Fórum “Protagonismo do Agronegócio Brasileiro”, nesta segunda-feira, 16 de novembro,, em Porto Alegre (RS), destacando a importância estratégica do agronegócio.

“Buscamos manter a lógica de aliar competência com produtividade”, disse Carvalho, lembrando que o agronegócio brasileiro responde atualmente por 24% do PIB nacional, por 40% das exportações e por 30% dos empregos do País.

Carvalho mirou no futuro e projetou mais crescimento em função da mudança do padrão de consumo e crescimento da população interna e mundial. “A produção de alimentos deve crescer 80% nos próximos anos. E o Brasil será o maior protagonista global”, disse.

Essa liderança deve acontecer em paralelo com a expansão da oferta com sustentabilidade e integração das cadeias e também com a aposta em uma estrutura logística competitiva e sistêmica que inclua todos os modais de transporte.

Em tempos de crise, o presidente da entidade ainda falou sobre as preocupações do setor que surgem com o desequilíbrio econômico. “Precisamos de reformas de Estado, da previdência e da política no Brasil”, disse Carvalho.

Outra concorrida participação no Fórum, realizado pela ABAG, foi do sócio do Demarest Advogados, Renato Buranello, que apresentou o conceito atual do setor que se inicia pelo fornecimento de insumos, passa pela produção, processamento e armazenamento até chegar à distribuição. “65% do PIB do agro está fora da porteira. O grande desafio do setor é conseguir agregar mais valor a produção”, disse.

Para isso é necessário maior investimento e, por conseqüência, novas fontes de financiamento. “Já temos os instrumentos e agora é preciso aperfeiçoá-los”, concluiu ao defender a emissão direta de títulos para os mercados de capitais para que seja mantida a relação direta com os investidores. “O setor precisa de maior prazo, menor custo e maior previsibilidade”, insistiu o palestrante ao pedir melhor planejamento do Estado para o agronegócio.

No painel conduzido pelo analista da MB Associados, Sérgio Vale, o palestrante não foi nada otimista ao pontuar que a expectativa é de que o cenário de recessão no Brasil se prolongue pelos próximos anos se nada for mudado na política econômica do País.

Vale argumentou que a queda na atividade produtiva não tem relação com o agronegócio que vem crescendo de forma expressiva. “Para esse resultado se refletir na economia de uma forma geral, precisamos de reformas, caso contrário, no curto prazo, o grau de deteriorização vai acontecer em ritmo acelerado”, avaliou Vale, acrescentando que só a longo prazo, após esse período de incertezas políticas, a perspectiva pode voltar a ser positiva.

Fonte: Agrolink

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