Ministro da Agricultura destaca prioridades do agro durante encontro na Fiesp

Fabio Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp); João Guilherme Sabini Ometto, 2º vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp); ministro da Agricultura, Blairo Maggi; presidente da Fiesp, Paulo Skaf; presidente do Cosag, Jacyr Costa; e o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues participam de encontro comemorativo de dez anos do Cosag/Fiesp. Foto: Helcio Nagamine/Divulgação Fiesp
Fabio Meirelles, presidente da Faesp; João Guilherme Ometto, 2º vice-presidente da Fiesp; ministro da Agricultura, Blairo Maggi; presidente da Fiesp, Paulo Skaf; presidente do Cosag, Jacyr Costa; e o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues participam de encontro comemorativo de dez anos do Cosag/Fiesp. Foto: Helcio Nagamine/Divulgação Fiesp

Incentivar os agricultores e os industriais a aumentar sua produção e produtividade e criar métodos de aproximação, de forma a criar um ambiente favorável aos negócios, é uma das prioridades do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A afirmação do ministro da pasta, Blairo Maggi, foi feita na segunda-feira, 6 de fevereiro, em São Paulo, durante o evento de comemoração dos dez anos de criação do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo  (Cosag/Fiesp).

Ao apresentar o tema “Mercado Internacional do Agro – Análise”, o ministro disse que a questão da desburocratização é uma meta, que vem sendo trabalhada no âmbito do governo federal. Nesse sentido, ele conta que o Plano Agro+ levantou 120 principais demandas do setor.

“Deste total, mais de 60 já foram resolvidas e as restantes estão encaminhadas”, garantiu Maggi, citando as mudanças no Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa), que “será um grande avanço para a indústria”.

Outra prioridade, conforme o ministro, é ampliar os negócios no exterior: “O Brasil responde por 6,9% do mercado mundial agrícola, mas essa participação vem caindo. Para retomar o ritmo das exportações, é preciso criar mercado”. Ainda destacou as negociações sanitárias e fitossanitárias (SPS) internacionais como grandes entraves à exportação: “São cerca de 600 questões em discussão”.

Ao tratar da diversidade de produtos exportados e de mercados, Maggi salientou que isso diminui a vulnerabilidade brasileira, mas segundo ele, somente 12 produtos agrícolas representaram 88,3% das exportações, em 2016, com destaque para a soja.

Para ele, o Brasil precisa chegar a 10% de participação no mercado agrícola mundial: “Uma das iniciativas para mudar o panorama é analisar as fraquezas do país nesse setor e saná-las. A contratação de adidos para o setor (25, em 21 postos) deve ajudar”.

 

 “O Brasil responde por 6,9% do mercado mundial agrícola, mas essa participação vem caindo. Para retomar o ritmo das exportações, é preciso criar mercado”, aponta o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, durante encontro na Fiesp. Foto: Divulgação
“O Brasil responde por 6,9% do mercado mundial agrícola, mas essa participação vem caindo. Para retomar o ritmo das exportações, é preciso criar mercado”, alerta o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, durante encontro na Fiesp. Foto: Divulgação

SOLUÇÕES CONJUNTAS

“Agronegócio é agricultura e indústria, portanto, temos de buscar soluções conjuntas”, disse Paulo Skaf, presidente da Fiesp e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), durante a comemoração dos dez anos de criação do Cosag.

Segundo ele, o agronegócio foi o primeiro setor da economia brasileira a recuperar a confiança, no segundo trimestre do ano passado, conforme aponta o Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro), elaborado pela Fiesp e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

“Estamos em um momento de oportunidades no Brasil. Não se fala em aumento de impostos. Foi aprovada uma emenda constitucional para limitar o crescimento de gastos do governo, a queda do PIB parou e há previsão de crescimento de cerca de 0,5% este ano. A oferta de emprego também deve ser retomada”, enumera Skaf.

 

“Agronegócio é agricultura e indústria, portanto, temos de buscar soluções conjuntas”, disse Paulo Skaf, presidente da Fiesp. Foto: Divulgação
“Agronegócio é agricultura e indústria, portanto, temos de buscar soluções conjuntas”, disse Paulo Skaf, presidente da Fiesp. Foto: Divulgação

APROXIMAÇÃO COM MÉXICO

Conforme o ministro Blairo Maggi, o abalo nas relações diplomáticas entre os Estados Unidos e México, em decorrência da política protecionista do governo do novo presidente norte-americano, Donald Trump, está abrindo oportunidades com o país latino, que mostra-se disposto a negociar com o Brasil.

No dia 20 de fevereiro, José Eduardo Calzada Rovirosa, secretário da Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Rural, Pesca e Alimentação do México, virá ao Brasil para uma reunião, informou Maggi. Nos dias 20 e 21 deste mês, empresários mexicanos também participarão de uma rodada de negócios, em São Paulo, para negociar a compra de soja, carnes bovina e suína.

O México já importa carne de frango do Brasil, no entanto, não existe ainda um protocolo entre os dois países para o comércio de carnes bovina e suína. Essas reivindicações são uma antiga demanda do setor brasileiro, mas até então, os mexicanos compravam essas proteínas, principalmente, dos EUA.

“Outras oportunidades deverão surgir”, comentou Maggi, informando que já está na pauta do governo a inclusão do açúcar e a reinserção do álcool na troca de ofertas do Mercosul com a União Europeia (UE). Conforme o ministro, o Brasil vai solicitar à Argentina a inclusão do açúcar no acordo do Mercosul, para que o produto possa fazer parte das negociações entre o bloco econômico sul-americano e a UE.

Conforme o ministro, o açúcar não está presente no acordo do Mercosul, que busca eliminar barreiras comerciais entre os países membros, porque os argentinos temem uma invasão de açúcar barato no seu país, o que prejudicaria a produção doméstica.

“Damos garantia que não vamos invadir o mercado argentino”, afirmou Maggi, em entrevista aos jornalistas presentes na Fiesp. Para ele, a inserção na lista de produtos do Mercosul é essencial para que o açúcar possa fazer parte das discussões em andamento de um acordo bilateral entre o bloco sul-americano e a União Europeia.

 

IMPORTAÇÃO DE CAFÉ

Ainda durante encontro na Federação das Indústrias de SP, o ministro da Agricultura afirmou que uma proposta, recomendando a importação temporária de grão verde robusta vietnamita, por indústrias brasileiras de café torrado, moído e de solúvel, será encaminhada à Câmara de Comércio Exterior (Camex).

“A equipe do Mapa está convencida da necessidade de o Brasil importar café, em razão da quebra da última safra de conilon no Espírito Santo”, disse Maggi.

Na tarde do dia 7 de fevereiro, por meio de uma rede social, Maggi disse ter aceitado adiar a importação de café robusta até que o mercado brasileiro apresente estoque suficiente para atender à demanda das indústrias. A decisão foi tomada após reunião com representantes do setor produtivo – a maioria do Espírito Santo –, que apresentaram levantamentos comprovando a inexistência da necessidade de importação. Eles afirmaram que o grão sairia até mais caro que o brasileiro e também alertaram o ministro sobre o risco sanitário.

A cafeicultura do Espírito Santo, principal produtor de café robusta do tipo conilon do país, representa 35% do Produto Interno Bruto (PIB) agrícola daquele Estado e gera cerca de 400 mil empregos diretos e indiretos. Leia mais sobre o assunto em sna.agr.br/?p=44296.

 

DEZ ANOS DO COSAG

Coordenado pelo Instituto Roberto Simonsen (IRS), o Conselho Superior do Agronegócio, órgão técnico e estratégico da Fiesp, foi criado há dez anos com o objetivo de debater, realizar estudos, propor políticas para o agronegócio e promover a interação das entidades ligadas ao setor. As reuniões do Cosag são realizadas uma vez por mês, às segundas-feiras, com participação exclusiva de seus integrantes e convidados.

Ao abrir o evento comemorativo, o presidente do Conselho, Jacyr da Costa Filho, ressaltou a iniciativa do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, de inserir o agronegócio na Federação. Ainda destacou o acerto do convite a Roberto Rodrigues para ser o primeiro presidente do Cosag, seguido de João Sampaio. No evento foi feita homenagem a ambos.

 

presidente do Conselho, Jacyr da Costa Filho, ressaltou a iniciativa do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, de inserir o agronegócio na Federação. Ainda destacou o acerto do convite a Roberto Rodrigues para ser o primeiro presidente do Cosag, seguido de João Sampaio. Foto: Divulgação
Presidente do Cosag/Fiesp, Jacyr da Costa Filho (à esquerda) ressalta iniciativa da Federação das Indústrias de SP de inserir o agronegócio como pauta importante para a instituição. Ainda destaca o convite ao ex-ministro Roberto Rodrigues (à direita) para ser o primeiro presidente do Cosag, seguido de João Sampaio. Foto: Divulgação

Roberto Rodrigues é ex-ministro da Agricultura, embaixador especial da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) para o Cooperativismo Mundial e membro da Academia Nacional de Agricultura da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

Considerando a solicitação de Costa Filho, o ex-ministro comentou as discussões do Cosag: “Atendendo ao seu pedido, o agronegócio foi incluído entre os grandes temas em discussão e viraram prioridades do governo”.

Para o agronegócio, os pontos prioritários definidos pelo órgão foram a plurianualidade, sustentabilidade, abertura comercial por meio de acordos bilaterais, infraestrutura e logística, e renda na agricultura, com destaque para o seguro rural.

 

Por equipe SNA/RJ

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp