Ministério quer mais acesso a programa agro sustentável

Mapa, Elvison Ramos, o principal benefício destas parcerias está em agilizar os trâmites bancários
Elvison Ramos, do Mapa, afirma que o principal benefício das parcerias está em agilizar os trâmites bancários

 

As dificuldades na análise e elaboração de projetos para o plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC), fizeram o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) firmar um acordo com o Sistema Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a Embrapa para capacitar profissionais e para garantir o acesso dos produtores ao crédito disponibilizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Dos R$ 4,5 bilhões em crédito disponibilizados na safra 2013/2014, apenas R$ 2,8 bilhões foram utilizados pelos ruralistas através de 9.027 contratos. De acordo com o Mapa, para o período de 2014/2015, foram liberados outros R$ 4,5 bilhões, por isso a necessidade de minimizar os gargalos do programa.

O acordo foi assinado na última quarta-feira e também conta com a participação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Senar, do Instituto Febraban de Educação (Infi), da Federação Brasileira de Bancos (Febrabran) e da Associação Brasileira de Direito e Economia (ABDE).

Segundo o coordenador de manejo sustentável dos sistemas produtivos da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa, Elvison Ramos, o principal benefício destas parcerias está em agilizar os trâmites bancários. “Tínhamos muitas reclamações sobre isso e, com essa medida, a sociedade como um todo pode sentir os impactos positivos”, diz.

“Vamos montar uma equipe de 20 profissionais que ficarão responsáveis por capacitar tanto os projetistas credenciados pelos bancos, quanto os analistas de instituições financeiras que fornecem esta modalidade de crédito rural”, completa a coordenadora de projetos e programas nacionais do Senar, Patrícia Machado.

A coordenadora conta que os profissionais serão capacitados pelo Senar e pela Embrapa, que detém o conhecimento técnico para aplicação de medidas sustentáveis nas lavouras. A abrangência é nacional e as demandas devem partir das instituições financeiras, daí o envolvimento com a Febraban e a ABDE.

“Serão em torno de 40 horas para que estes especialistas, que já são da área, estejam aptos a atender a demanda dos bancos. O custo disso deve girar em torno de R$ 80 mil”, diz Patrícia.

Além da redução nas emissões de gases de efeito estufa na agricultura, o programa visa aumentar a produção agropecuária em bases sustentáveis, reduzir o desmatamento, ampliar a área de florestas plantadas e estimular a recuperação de áreas degradadas.

O financiamento também se estende para atividades da agricultura orgânica e a implantação do sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).

O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, o Caio, destaca que a entidade é uma grande defensora de programas como o ABC, mas enfatiza que o ministério deve investir paralelamente em produtos que consumam carbono, como o biocombustível etanol.

O produtor da região de Umuarama, no Paraná, Gerson Bórtoli faz integração entre lavoura e pecuária, e já está em processo de análise para a conclusão de um projeto que agregue a floresta. No verão, são plantados entre 380 e 400 hectares de soja e no inverno é cultivada a pastagem.

“Percebemos que os animais têm rendimento melhor quando estão perto das árvores. Estamos estudando a viabilidade econômica para integração com eucalipto no próximo ano e pretendemos aderir ao ABC”, diz Bórtoli.

 

Fonte: DCI

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp