Mesmo com déficit, capacidade de armazenagem de grãos será maior em 2015

 

Paulo Protásio: "Centros de Integração Logística vão melhorar a relação entre cidade e campo"
Paulo Protásio: “Centros de Integração Logística vão melhorar a relação entre cidade e campo” FOTO: Raul Moreira

 

A capacidade de armazenagem de grãos no Brasil vai aumentar em 2015, mas ainda haverá déficit. É o que garante o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura, Paulo Protásio. Segundo ele, para que o país atinja uma situação melhor na otimização dos custos, “a movimentação de mercadorias deverá ser efetivada somente com a utilização da inter e multimodalidade”.

Um estudo divulgado recentemente pela agência Reuters mostrou que, no próximo ano, a capacidade de armazenagem terá o maior avanço dos últimos anos. Este resultado será obtido com obras do governo federal, custeadas por juros baixos.

De acordo com o estudo, em 2015 novos silos serão instalados para receber 10.5 milhões de toneladas, e a capacidade estática do país irá alcançar 160 milhões de toneladas. O volume previsto para o próximo ano será 157% maior que o entregue em 2014 e 258% maior que o de 2013.

REDUÇÃO DE CUSTOS

Para o diretor da SNA, a redução de custos na logística vai depender de estruturas especiais que possam gerar facilidades, entre outros aspectos, principalmente às escalas produtivas. “Essas estruturas vão permitir uma agregação de serviços que podem extrapolar a dimensão do transporte propriamente dito, servindo para diversas cadeias produtivas, não somente como um elemento da infraestrutura e operação de transportes, mas também como local de agregação de valores aos produtos por eles movimentados”, salienta Protásio.

Esse sistema, de acordo com o diretor da SNA, também irá permitir transformações nos produtos, para gerar uma estrutura de caráter industrial, tanto de serviços quanto de operações de transportes.

CENTROS DE INTEGRAÇÃO

Nesse aspecto, Protásio lembra que a Sociedade Nacional de Agricultura desenvolveu um projeto com a Embrapa e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), para a criação de Centros de Integração Logística (CIL). Dentro dessa estrutura, o componente armazenagem iria complementar e integrar as movimentações entre zonas de produção e consumo, em especial as áreas de origem das atividades do agronegócio.

“Esse sistema trará melhor resultado na relação rural e urbana, entre a cidade e o campo. Cabe destacar que, para alguns produtos, onde se incluem os granéis sólidos vegetais, a concentração de cargas, que pode ser efetuada em estruturas do tipo CIL, em diversas situações promovem reduções de custos de transportes. Essas reduções podem ser ainda mais significativas no contexto da concorrência de mercadorias, tanto no mercado interno como nas exportações dos produtos brasileiros, quando incluída a possibilidade de agregação de valor aos produtos movimentados em um CIL”, destaca Protásio.

MAPA DOS TRANSPORTES

O Mapa da Logística dos Transportes no Brasil, divulgado esta semana pelo IBGE, revela a predominância de rodovias concentradas no Centro-Sul, principalmente no Estado de São Paulo.

Segundo a Confederação Nacional de Transportes (CNT), em 2009, 61,1% de toda a carga transportada no Brasil usou o sistema modal rodoviário; 21,0% passaram por ferrovias, 14% pelas hidrovias e terminais portuários fluviais e marítimos e apenas 0,4% por via aérea.

 

Equipe SNA/RJ

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