Mercado dos EUA à carne brasileira deve ser reaberto em até 60 dias, estima ministro

Ministro Blairo Maggi ao deixar a reunião com secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue. Foto: Divulgação Mapa

Ao deixar a reunião com o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, em Washington, nesta segunda-feira, 17 de julho, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse que é preciso aguardar as “posições técnicas” do país sobre a carne brasileira in natura. Mesmo considerando difícil estipular um prazo, ele adianta a possibilidade de que isso ocorra entre 30 e 60 dias.

“É preciso aguardar as análises das informações que estão eles recebendo”, resume Maggi, acrescentando que o diálogo com o secretário do governo estadunidense foi “muito claro e aberto”. “Já o havia recebido no Brasil, quando era governador (do Estado de Mato Grosso), e isso facilitou nossa conversa.”

Uma equipe de técnicos do Mapa está nos EUA, desde o último dia 13 de julho, em contato com a área de defesa sanitária para tratar do atendimento às exigências feitas pelo governo norte-americano, para restabelecer as importações de carne bovina in natura, interrompidas por causa de preocupações sanitárias.

“Tenho certeza de que as mudanças que fizemos são tecnicamente aceitáveis e modificam muito o patamar anterior. Então, fico animado, porque sei que serão reconhecidas pelos técnicos americanos”, diz o ministro.

 

MEDIDAS ADOTADAS

Uma das medidas adotadas foi deixar de embarcar as peças dianteiras inteiras, como vinha sendo feito. É justamente nessa parte que são aplicadas as vacinas e onde foram detectadas reações à aplicação, informa o Ministério da Agricultura.

O encontro com Perdue, de acordo com Maggi, superou as expectativas: “O resultado foi melhor do que eu esperava. Ficou o compromisso de que o retorno será o mais rápido possível, assim que coisas estiverem esclarecidas. Não há qualquer objeção política por parte do secretário do governo americano”.

Outro problema alegado foi a presença de osso nas peças. “Nenhum país livre de aftosa com vacinação pode exportar peças com osso”, observa o ministro.

“Como o Brasil mudou e está fazendo cortes menores, é possível observar isso com toda a tranquilidade e garantir que achados que trouxeram impedimento à entrada da carne brasileira não aconteçam mais. Há equipamentos nos frigoríficos que podem detectar isso. Cada caixa de mercadoria passa por um scanner.”

O ministro retorna ao Brasil nesta terça-feira, 18 de julho, após uma reunião com o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, marcada para às 11 horas da manhã, horário norte-americano..

 

A SUSPENSÃO

Depois de mais de 17 anos de negociação, em setembro do ano passado, ainda no governo do então presidente Barack Obama, o Brasil conseguiu obter a carta de equivalência do governo dos EUA em relação ao sistema sanitário brasileiro. Com isso, 15 frigoríficos conseguiram a habilitação para exportar carne bovina in natura para aquele país.

Em março passado, depois da Operação Carne Fraca, os norte-americanos passaram a inspecionar 100% das carnes importadas do Brasil. No mês passado (junho), o governo dos EUA informou ao Ministério da Agricultura que foram encontrados abcessos em algumas carnes brasileiras, que teriam surgido por causa da aplicação de vacinas contra febre aftosa.

O Mapa suspendeu automaticamente as exportações de cinco frigoríficos, mas a medida não foi suficiente para os norte-americanos, que decidiram suspender todos as 15 empresas habilitadas.

 

Fonte: Ministério da Agricultura com edição da equipe SNA/RJ

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