Maior evento de café do País renova debate sobre cenário econômico e oportunidades

Diretor da FAEMG e presidente das Comissões de Cafeicultura da entidade e da CNA, Breno Mesquita diz que evento será momento para setor conversar sobre as novas oportunidades do mercado cafeeiro e estratégias para driblar a crise. Foto:Rafael Motta/FAEMG
Diretor da FAEMG e presidente das Comissões de Cafeicultura da entidade e da CNA, Breno Mesquita diz que evento será momento para setor conversar sobre as novas oportunidades do mercado cafeeiro e estratégias para driblar a crise. Foto:Rafael Motta/FAEMG

O período de realização da Semana Internacional do Café (SIC) – entre 24 e 26 de setembro, no Expominas, em Belo Horizonte – coincide com o encerramento de mais uma safra do grão no Brasil. Este momento, em que um grande volume do produto chega ao mercado e os produtores já começam a planejar a próxima safra, é muito oportuno para que todos dialoguem sobre os desafios do mercado e tracem estratégias para transpor as adversidades econômicas.

Além da crise, que trouxe reflexos aos custos de produção, os problemas climáticos também interferiram nos resultados dessa safra. De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, o longo período sem chuva e a temperatura muito acima da média histórica resultaram na ocorrência de grãos miúdos, com perda em quantidade e qualidade.

“Ao final do processo, os produtores ainda amargaram queda nos preços pela saca”, afirma. Para este ano, a expectativa é que o estado de Minas Gerais contribua com 50% da produção nacional, estimada em 44,3 milhões de sacas.

Diante desse cenário, surgem alguns desafios que precisam ser driblados: administrar, de forma estratégica, o escoamento da produção, realizar uma gestão otimizada do caixa e ainda planejar e investir na próxima safra. Simões pondera que, em função dessa realidade, torna-se imprescindível elencar prioridades e alternativas rentáveis, que não estejam suscetíveis às variações do mercado ou da economia.

“Temos dados que nos apontam que a melhor aposta é a produção de cafés especiais, que têm colocado em evidência as regiões produtoras de Minas Gerais”, ressalta.

A produção de cafés especiais no Brasil cresce entre 10% a 15% a cada ano. Atualmente, de acordo com a Brazil Speciality Coffee Association (BSCA), cerca de 10% do café produzido no país é especial. Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o preço médio de venda das sacas de café commodity, entre janeiro e julho deste ano, foi de U$176,58, sendo que os naturais médios alcançaram U$ 156,51 e os especiais atingiram um patamar de U$ 229,37.

O diretor da Faemg, Breno Mesquita, afirma que, além de apresentarem uma boa rentabilidade, os cafés especiais não estão sujeitos às oscilações da bolsa de valores.

“O Brasil sempre se destacou como um grande produtor de café commodity, que é cotado na bolsa de Nova Iorque e, por isso, sofre com as diferentes variações do mercado. Até mesmo uma alteração climática interfere no seu valor”, afirma.

Para ele, é importante evidenciar que o país não é referência apenas em quantidade, mas também em qualidade. “E durante a Semana Internacional do Café teremos a oportunidade de mostrar ao mundo o diferencial dos nossos cafés”, ressalta.

Entre os maiores consumidores dos cafés especiais brasileiros estão Japão, Estados Unidos e União Europeia. Já o mercado interno tem ainda muito potencial para crescer: das atuais 20 milhões de sacas consumidas no país, estima-se que apenas um milhão seja de cafés especiais.

O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, João Cruz, também acredita que a qualidade do café tem sido, cada vez mais, um componente de destaque no mercado atual, sendo crescente a demanda pelos cafés finos ou especiais.

“O café experimenta uma revolução, tanto nas formas de consumo, quanto com a tendência das monodoses a partir de cápsulas para cafeteiras e com o consumo fora do lar, em ambientes gourmet, padarias, supermercados e cafeterias”, afirma.

O mercado de cafés especiais é um dos assuntos que estará em pauta na programação que será oferecida durante a terceira edição da Semana Internacional do Café. Os grãos especiais poderão ainda ser degustados por compradores de diversos países nas salas de cupping. Resultados expressivos, somados à expertise adquirida ao longo das edições anteriores, solidificam a SIC entre os cinco maiores eventos de café do mundo.

Durante o encontro, cafeicultores, torrefadores, classificadores, exportadores, compradores, fornecedores, empresários, baristas e apreciadores de todo o mundo poderão trocar experiências e unir forças para potencializar as oportunidades do mercado.

O EVENTO

Criada em 2013, a Semana Internacional do Café (SIC) tem como principal objetivo reunir toda a cadeia produtiva do setor cafeeiro – nacional e internacional – em prol do crescimento social e economicamente sustentável do café brasileiro. Sediada em Belo Horizonte – Minas Gerais, estado responsável por 50% da produção da safra nacional, o evento movimenta anualmente milhares de profissionais e apreciadores de todo o mundo.

Promovida pela Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais – Faemg, pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, pela Café Editora e pelo Governo de Minas Gerais, a SIC conta também com Patrocinadores Diamante Sistema Ocemg, Sescoop e Sistema OCB; Patrocinador Prata Sicoob Sistema Crediminas e Patrocinador Bronze Jacto.

Fonte: Ascom da FAEMG

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