Juro de financiamento para armazenagem poderia ser menor, avalia Aprosoja Brasil

“A Aprosoja havia pedido juros abaixo de 6,5% (para o Programa de Construção de Armazéns – o PCA), como forma de melhorar a viabilidade do financiamento com um prazo menor”, ressalta Marcos Rosa, presidente nacional da Associação dos Produtores de Soja. Foto: Divulgação Aprosoja Brasil

O governo federal, durante o anúncio dos recursos e das novas taxas de financiamentos para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2017/18 – o Plano Safra –, realizado no último dia sete de junho, concedeu um corte de dois pontos percentuais ao ano nos programas prioritários destinados à armazenagem de grãos, a exemplo do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA). A taxa caiu para 6,5%, no entanto, esse índice ainda ficou aquém do esperado pelos setores representativos do agronegócio nacional.

“A Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja) havia pedido juros abaixo de 6,5%, como forma de melhorar a viabilidade do financiamento com um prazo menor”, ressalta o presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, em entrevista à equipe SNA/RJ.

Ele pondera, mesmo assim, ao salientar que “o governo, dentro de suas possibilidades, foi generoso ao baixar os juros do Programa de Construções de Armazéns, priorizando a linha”.

“O PCA é importante, porque o produtor brasileiro precisa ter seu armazém próprio”, diz Rosa.

 

DÉFICIT DO SETOR

De acordo com o executivo, o Brasil ainda tem um déficit de 30% de armazenagem de grãos: “Existe uma capacidade para armazenar 158 milhões de toneladas, para uma safra de 232 milhões de toneladas. Porém, o maior problema é a armazenagem nas fazendas”.

“Fazendo uma comparação, os Estados Unidos têm 60% de seus estoques em propriedades privadas, a Argentina tem 40% e o Brasil, só 14%. Por isso, precisamos estimular os produtores a terem seus armazéns individuais, em cooperativa ou em grupo”, sugere o presidente da Associação de Produtores de Soja.

Conforme Rosa, a instituição “vem defendendo a necessidade de ampliar a armazenagem privada, por parte dos produtores, tendo em vista os seguintes benefícios ao próprio produtor: maior ganho a partir da melhoria da qualidade do produto entregue; favorecimento de uma colheita no ritmo ideal; possibilidade de fazer uma mistura (blend); e permissão para que ele possa escolher o momento adequado para comercializar o grão, principalmente, em tempos de preços baixos”.

O presidente da Associação cita como exemplo o Estado de Mato Grosso, maior produtor e exportador de grãos do país: “Essa região possui um alto déficit de armazenagem, com uma produção estimada, entre soja e milho, de 55,5 milhões de toneladas”.

 

MAIS DADOS

Pelos dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), continua Rosa, “essa diferença deve corresponder à produção mais 20%, de forma que teríamos de ter 66,6 milhões de armazenagem, mas hoje só temos 33,4 milhões de toneladas”.

“Paraná aparece em segundo lugar, com um déficit de armazenagem em torno de 17 milhões de toneladas, seguido por Mato Grosso do Sul, com aproximadamente 12 milhões de toneladas”, cita o executivo.

Recentemente, a Aprosoja Brasil e produtores rurais mato-grossenses propuseram, à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a reativação do armazém de grãos do município de Diamantino (MT), cujas atividades estão paralisadas há seis anos.

“Se essa demanda for atendida, será um grande passo para a reativação e/ou ampliação de diversos silos do país”, afirma Rosa.

 

Por equipe SNA/RJ

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