Interdição parcial da Hidrovia Tietê-Paraná acumula prejuízo de quase R$ 60 milhões

A interdição da Hidrovia Tietê-Paraná, no trecho entre o reservatório da Usina de Três Irmãos (Andradina) até a eclusa da Usina de Nova Avanhandava, já causou um prejuízo de quase R$ 60 milhões aos empresários do setor do agronegócio entre 2014 e 2015.

A estimativa é da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio). Com a interdição da hidrovia, as empresas foram obrigadas a transportar produtos como grãos, madeira, etanol e outros em caminhões, aumentando o custo de logística.

De acordo com o presidente do Conselho de Logística e Infraestrutura da ABAG, Renato Pavan, a única forma de restabelecer o transporte seria diminuir a produção de energia para aumentar o nível dos reservatórios até a cota que permita a navegação.”Como estamos a beira de um colapso na produção de energia, o que seria uma solução passa a ser um problema”, completa.

A navegação na Tietê-Paraná foi suspensa em maio de 2014, quando o nível do rio ficou muito baixo, inviabilizando o transporte de barcaças.
Na época, o DH (Departamento Hidroviário do Estado do Estado de São Paulo) chegou a elaborar um plano para o retorno da hidrovia em janeiro a partir da redução de vazão de três usinas hidrelétricas da região. Isso aumentaria o nível dos reservatórios ao longo do Rio Paraná.

Porém, o ONS (Operador Nacional do Sistema) não autorizou a execução do projeto e, até hoje, a navegação continua interrompida e pior: sem projeção de voltar. “Infelizmente, pelas previsões (recentes), as chuvas não irão viabilizar o uso da hidrovia. O prejuízo continuará”, disse Paiva.

O transporte na hidrovia chega a transportar cerca de 8 milhões de toneladas de carga anualmente. Um quarto desse montante é de soja e milho. Sem a liberação da hidrovia e o início do escoamento da safra, os produtores precisaram recorrer aos caminhões para fazer o trajeto da hidrovia de São Simão (GO) até Pederneiras (SP) e, em seguida, de trem até o porto de Santos (SP).

Em 2014, o custo extra estimado com transporte foi de R$ 15,00 por tonelada de grãos, segundo Pavan, totalizando R$ 30 milhões prejuízo com transporte. De acordo com o representante da ABAG, em 2015 o valor estimado diminuiu para cerca de R$ 27 milhões por causa da baixa no preço dos fretes – alvo inclusive de protestos entre os caminhoneiros até o início do mês.

Ao G1, portal de notícias da Globo, Pavan disse que “a seca ocasionou prejuízo em vários estados. Goiás perdeu quase R$ 1 bilhão, Espírito Santo perdeu R$ 40 milhões, por exemplo. Houve uma perda muito grande por causa da seca, que prejudicando o plantio da safrinha. E você não consegue quantificar. Não há um levantamento para saber quanto a seca ocasionou de prejuízo no Brasil”.

Ainda segundo ele, a Tietê-Paraná foi a única que teve prejuízos por causa da seca. A Hidrovia do Madeira, na região Norte do País, também enfrenta dificuldades na navegação, mas por conta das cheias. Comboios foram atracados e muitos não conseguiram chegar ao terminal por conta das estradas também alagadas. “Não dá para quantificar o valor, mas foi considerável”, finalizou o especialista.

 

Fonte: Portal do Agronegócio

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