Integração de sistemas produtivos é importante para Plano ABC, destaca Caio Rocha

“Sistemas ILPF têm um papel importante no Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), tanto pelos seus resultados positivos para o produtor e para o Brasil como um todo, quanto por sua complexidade", ressalta Caio Rocha, secretário do Produtor Rural e Cooperativismo do Mapa.
“Sistemas ILPF têm um papel importante no Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), tanto pelos seus resultados positivos para o produtor e para o Brasil como um todo, quanto por sua complexidade”, ressalta Caio Rocha, secretário do Produtor Rural e Cooperativismo do Mapa.

Os sistemas produtivos integrados trazem importantes benefícios ambientais e econômicos para o setor agropecuário, com destaque para a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), observa o secretário Caio Rocha, da Secretaria do Produtor Rural e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

“Sistemas ILPF têm um papel importante no Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), tanto pelos seus resultados positivos para o produtor e para o Brasil como um todo, quanto por sua complexidade. Isto faz com que eles se tornem uma frente de trabalho desafiadora, até porque levar sistemas integrados e complexos para o campo é uma tarefa árdua. Trata-se de um novo paradigma produtivo, que pode impor novas rotinas ao produtor rural. E isto pode implicar em certa resistência em um primeiro momento”, comenta Caio Rocha.

Mesmo assim, ele ressalta que “justamente pelos resultados positivos para a produção e renda do produtor, assim como no aumento da resiliência frente às alterações do clima, os sistemas integrados são uma importante frente de trabalho e divulgação, tendo inclusive uma lei específica (nº 12.805/2013, que institui a Política Nacional de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta), que reforça as ações promovidas pelo Plano ABC”.

Sobre a resistência inicial do produtor rural em relação ao Plano ABC e/ou ao Sistema ILPF, o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura Fernando Pimentel vê como um processo normal diante de qualquer novidade apresentada aos agricultores.

“Os programas no campo demoram um pouco a decolar, então, a questão da criação da demanda é um dos fatores. Por outro lado, a complexidade nos requisitos para o desenvolvimento dos projetos exigiu treinamento para as equipes dos bancos envolvidos. Hoje, já existem mais técnicos entendendo os requisitos (do Plano ABC), o que facilita a tramitação e aprovação das operações”, destaca Pimentel.

"A complexidade nos requisitos para o desenvolvimento dos projetos (do Plano ABC) exigiu treinamento para as equipes dos bancos envolvidos. Hoje, já existem mais técnicos entendendo os requisitos, o que facilita a tramitação e aprovação das operações”, destaca o diretor da SNA Fernando Pimentel. Foto: Arquivo A Lavoura/SNA
“A complexidade nos requisitos para o desenvolvimento dos projetos (do Plano ABC) exigiu treinamento para as equipes dos bancos envolvidos. Hoje, já existem mais técnicos entendendo os requisitos, o que facilita a tramitação e aprovação das operações”, destaca o diretor da SNA Fernando Pimentel. Foto: Arquivo A Lavoura/SNA

Na avaliação de Caio Rocha, ainda é equivocada a ideia de adesão do agricultor ao programa. “Não se trata de uma adesão ao Plano ABC, mas de uma compreensão por parte dos produtores de que os sistemas por este preconizados são mais sustentáveis; levam a uma melhor produção, uma manutenção adequada dos recursos naturais, em particular o solo e a água, e também geram mais renda ao produtor rural, já no curto prazo.”

O diretor da SNA acredita que, aos poucos, o produtor está entendendo a importância do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. “Temos hoje o aspecto positivo no âmbito técnico e também financeiro, haja vista que as taxas (do ABC) são mais favoráveis que a do crédito rural de custeio convencional”, compara Pimentel.

ACESSO AO CRÉDITO

Dados divulgados no último dia 6 de agosto, pela Secretaria do Produtor Rural e Cooperativismo do Mapa, mostram que o Plano ABC registraram alta de 36% em número de contratações de crédito rural, por meio deste programa, no ano safra-2014/15 em comparação ao ciclo anterior (leia sna.agr.br/?p=23557). A última temporada agrícola, encerrada no mês de junho, fechou com 8.018 contratos, o que representou R$ 3,6 bilhões desembolsados pelo sistema financeiro.

Avaliando os números, Caio Rocha comenta que o acesso à linha de crédito ABC, por parte dos produtores, reflete “o crescente alcance das ações de capacitação e divulgação das propostas do plano em âmbito nacional e, em particular, nos Estados”.

“O número de Estados que desenvolveu seus Planos ABCs regionais aumentou. Devemos chegar ao final de 2015 com 23 deles atuando por meio de ações planejadas e voltadas para suas realidades. Adicionalmente, as atividades de capacitação, organizadas pelos Grupos Gestores Estaduais com o apoio do Mapa, têm ampliado o conhecimento técnico referente ao Plano”, garante.

“Soma-se a isso a maior capacitação dos agentes financeiros, fruto da união de esforços do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico), Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), no que diz respeito à análise dos projetos propostos e a resolução de alguns obstáculos percebidos para o acesso a essa linha de crédito, mais especificamente”, enfatiza Caio Rocha.

CONSERVAÇÃO DO SOLO

Ainda tratando da importância dos sistemas produtivos integrados no campo e remetendo ao Ano Internacional do Solo, escolhido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (ONU/FAO) para 2015, o secretário faz questão de salientar que o solo é a base da capacidade produtiva de um sistema de produção agropecuária.

“O produtor sabe disso, até porque a preocupação com a conservação do solo não é um tema novo. Os setores técnico e produtivo vêm trabalhando para desenvolver tanto o conhecimento quanto a adoção das melhores estratégias técnicas para conservar este importante capital natural. Eventos, como o da comemoração do Ano Internacional do Solo, são instrumentos que ajudam a promover a importância deste capital, reforçando as ações que já estão em andamento.”

sistemas produtivos integrados trazem importantes benefícios ambientais e econômicos para o setor agropecuário. Foto: Divulgação Embrapa
Sistemas produtivos integrados trazem importantes benefícios ambientais e econômicos para o setor agropecuário. Foto: Divulgação Embrapa

O secretário também salienta que “a conservação do solo é um dos pilares centrais no estabelecimento de sistemas de produção agropecuária sustentáveis e tem sido a base estruturante de várias políticas, planos e programas do Mapa, com objetivo de aumentar a sensibilidade e a capacidade de adoção pelo setor produtivo brasileiro”.

2º SEMESTRE 

Para o segundo semestre de 2015, Caio Rocha destaca que o Ministério da Agricultura deve continuar a promover suas ações de divulgação e articulação do Plano ABC.

“Vamos buscar a criação de um  ambiente favorável para a adequada decisão dos produtores rurais quanto aos sistemas de produção que adotarão, sempre com foco na adoção das práticas sustentáveis de produção, que se estruturem nos preceitos da agricultura conservacionista, como prioridade definida por nossa ministra Kátia Abreu.”

 

Por equipe SNA/RJ

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