Índice de confiança do agronegócio está em baixa

Abertura do Fórum Nacional de Agronegócios Lide. Foto: Juan Guerra
Abertura do Fórum Nacional de Agronegócios Lide. Foto: Juan Guerra

“No segundo trimestre deste ano, ocorreu uma queda acentuada na confiança do produtor rural brasileiro, o que demonstra o alto nível de pessimismo do setor.” A informação foi divulgada por André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult, e pelo gerente do Deagro (Departamento de Agronegócio) da Fiesp, Antonio Carlos Costa, durante painel apresentado no Fórum Nacional de Agronegócios Lide, em Campinas (SP), no dia 20 de setembro.

Conforme o Índice de Confiança dos Produtores Rurais, desenvolvido pelo Deagro, o índice caiu de 104,4%, no quarto trimestre de 2013, para 91,8%, no segundo trimestre deste ano. “Os problemas climáticos lideraram as queixas, seguidos de preços e incidência de pragas”, pontuou Pessôa.

“Os negócios agrícolas estão sendo contaminados pelo que ocorre ao redor. As atenções do setor estão voltadas para a economia e a política, e, agora, para os preços”, analisou um dos debatedores do painel, Ingo Ploger, presidente do Ceal (Conselho Empresarial da América Latina).

“Devemos aproveitar a crise para ver uma série de mazelas”, sugeriu Alexandre Figliolino, que apontou como prioridades logística, competitividade e questões trabalhistas.

AUTORIDADES

A abertura do Fórum contou com a presença do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, que destacou a necessidade de reformas para aprimorar o ambiente de negócios no setor e falou sobre as ações e as iniciativas programadas pelo seu governo para estimular o agronegócio no Estado. “Entre todas as reformas que o País necessita para estimular a economia, a mais urgente é a tributária, que irá encerrar a guerra fiscal e trazer a segurança jurídica”, destacou.

Participaram da abertura do fórum Beto Albuquerque e Aloysio Nunes Ferreira, respectivamente candidatos a vice-presidentes das chapas de Marina Silva e Aécio Neves. “Nossa proposta é levar adiante o pacto firmado por Eduardo Campos com o setor”, disse Albuquerque. Nunes resumiu as ideias políticas e econômicas defendidas pelo seu partido, o PSDB: “O índice de produtividade deve servir de referência para premiar, não para punir o produtor, até porque quem não tiver produtividade será automaticamente eliminado pelo mercado”, salientou.

Também estiveram presentes na mesa de abertura do fórum o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Caio Tibério da Rocha; a secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi; e o prefeito de Campinas, Jonas Donizete.

Jacyr Costa Filho (Tereos); Marcio Lopes de Freitas (OCB), Maurício Antonio Lopes (Embrapa); João Doria Jr. (Lide)
Jacyr Costa Filho (Tereos); Marcio Lopes de Freitas (OCB), Maurício Antonio Lopes (Embrapa); João Doria Jr. (Lide)

PAINEIS

Maurício Antonio Lopes, presidente da Embrapa, palestrante do segundo painel, abordou o futuro do agronegócio e destacou a vez da agricultura baseada em ciência, caminhando em direção à sustentabilidade. Os debatedores foram Marcio Lopes de Freitas, presidente da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras); Jacyr Costa Filho, diretor da Divisão Brasil Tereos; e Luís Carlos Guedes Pinto, conselheiro da Cosag e ex-ministro da Agricultura.

“Precisamos preparar gente para a agricultura do futuro”, destacou Freitas, da OCB. Segundo ele, as cooperativas estão investindo 3% a 4% da movimentação financeira em capacitação e o desafio é aumentar esse porcentual para 5% nos próximos cinco anos.

“Os riscos do setor estão concentrados na atividade produtiva”, observou Guedes, que sugeriu a revisão da política de crédito e garantia de preço e seguro agrícola. “Precisamos fazer uma política que se antecipe às crises.”

O painel de encerramento do fórum reuniu os representantes dos três principais candidatos à presidência da República, João Sampaio Filho, presidente do Cosag/Fiesp e representante do Programa de Governo do candidato Aécio Neves; Alessandro Teixeira, coordenador do Programa de Governo para Reeleição da presidente Dilma Rousseff; e Marcos Jank, um dos formuladores do programa da candidata Marina Silva. O painel foi coordenado pelo presidente do Lide, João Doria Jr. Ao final, foi divulgada a Declaração de Campinas, com um resumo dos principais pontos debatidos e as expectativas do agronegócio em relação ao próximo governo.

Na abertura do evento, foi realizada uma homenagem especial ao engenheiro agrônomo Fernando Penteado Cardoso, fundador da Manah, da Fundação Agrisus, um ícone do setor, que completou 100 de vida na última sexta-feira (19/9). Ao final do encontro foi entregue o Prêmio Lide de Agronegócios 2014, que reconhece os melhores do setor em cinco categorias (Carne Bovina, Carne Suína, Carne de Aves, Leite e Soja).

O Lide – Grupo de Líderes Empresariais é presidido pelo empresário João Doria Jr.; o Lide Agronegócios, liderado pelo embaixador da FAO para o cooperativismo, Roberto Rodrigues; e o Lide Campinas, comandado pelo empresário Juan Quirós.
Por equipe SNA/SP

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