Indicadores Cepea: frango, suínos e citros

Frango: preços sobem, mas retração no consumo limita altas

Os preços do frango vivo e da carne tiveram novas altas nos últimos dias, mas a típica retração do consumo na segunda quinzena já começa a limitar as valorizações. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, para o animal vivo, o aumento esteve atrelado à maior procura para abate.

Entre 9 e 16 de fevereiro, a variação positiva mais intensa, de 5,5%, foi verificada no Estado de São Paulo, com a média a R$ 2,62/kg na quinta-feira (16). No atacado da Grande São Paulo, a cotação do frango inteiro congelado subiu 4,1% no mesmo período, com o quilo negociado na média de R$ 3,92. Para o frango resfriado, na mesma região, a alta foi de 1%, a R$ 3,76/kg.

 

Suínos: baixa oferta do vivo e alta exportação levam preços a recordes nominais

O preço médio do suíno vivo na região SP-5 (Bragança Paulista, Sorocaba, Campinas, São Paulo e Piracicaba) foi de R$ 5,31/kg na quinta-feira (16), recorde nominal da série do Cepea,  iniciada em 2004 para o produto. Para a carcaça especial suína, a cotação dessa quinta também foi a maior da história em termos nominais, de R$ 8,03/kg no atacado da Grande São Paulo. Em termos reais (os preços foram deflacionados pelo IPCA de janeiro/2017), os atuais valores do animal vivo e da carne suína são os maiores em dois anos, atrás das médias reais observadas pelo Cepea em janeiro de 2015.

Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário está atrelado ao bom desempenho das exportações, que enxugou a oferta doméstica da proteína e elevou a procura de frigoríficos por novos lotes de animais para abate no mercado independente. Nas granjas, no entanto, a oferta de suínos vivos com peso ideal para abate está baixa, o que acirrou a disputa entre frigoríficos, que tiveram de pagar valores cada vez maiores aos produtores.

Exportações

O crescimento dos embarques de carne suína em janeiro consolidou o otimismo de colaboradores do Cepea com o mercado externo em 2017. Segundo pesquisadores, a tendência é que as vendas cresçam nos próximos meses para todos os países, já que, historicamente, janeiro apresenta um dos menores volumes exportados do ano.

Neste mês de fevereiro, os dados das duas primeiras semanas confirmam o bom prognóstico, com média diária de embarques de 2.800 toneladas de carne suína in natura, 13% maior que a de janeiro/2017 e 21% superior a de fevereiro/2016, de acordo com dados da Secex. No acumulado do mês, são 22.300 toneladas, com receita de US$ 51.2 milhões.

Em janeiro/2017, foram embarcadas 63.400 toneladas de carne suína – aumento de 26% frente a dezembro/2016 e de 40,5% em relação a janeiro do mesmo ano. O principal comprador continua sendo a Rússia, que, em janeiro/2017, adquiriu 22 mil toneladas do produto a mais que em janeiro/2016 e 8.800 toneladas a mais que em dezembro/2016, ainda segundo os números da Secex.

As compras russas, acima do normal, surpreenderam agentes do setor, levando-se em consideração a estratégia do país de buscar a autossuficiência na produção de carne suína até 2020. Segundo dados da União Nacional de Produtores de Suínos da Rússia (NSS), o volume produzido naquele país dobrou na última década e aumentou quase 10% no ano passado.

Ao mesmo tempo, reforça a expectativa de manutenção do bom desempenho dos embarques brasileiros de carne suína o anúncio do governo russo sobre visitas técnicas ao país em março, com o intuito de habilitar novas plantas para exportação.

 

Citros: demanda por laranja se enfraquece no mercado in natura

A demanda por laranja está desaquecida no mercado in natura do Estado de São Paulo, segundo os colaboradores do Cepea, uma vez que compradores têm dado preferência para a mercadoria de melhor qualidade (cada vez mais escassa). Além disso, a disponibilidade das frutas “boca de safra” está maior, cenário que pode se intensificar nesta segunda quinzena de fevereiro, enfraquecendo as cotações.

Na parcial da semana (segunda a quinta-feira), a média da laranja pera fechou a R$ 44,03/caixa de 40,8 kg, na árvore, com queda de 1% em relação à anterior. Para a lima ácida tahiti, o cenário de elevada oferta e demanda desaquecida continua.

Nesta semana, porém, as indústrias em operação elevaram as remunerações para cerca de R$ 13/caixa, o que favoreceu os envios às processadoras e reduziu o volume no mercado de mesa. Assim, o preço médio da variedade entre 13 e 16 de fevereiro foi de R$ 8,67/caixa de 27 kg, colhida – recuo de 1,1% em relação à média anterior.

 

Fonte: Cepea/Esalq

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp