Importações de lácteos recuaram em abril

As importações brasileiras de lácteos caíram 14,7% em valor em abril passado, para US$ 46.956 milhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Viva Lácteos, associação que reúne empresas do setor. O gasto com as importações foi o menor desde março de 2016, quando havia atingido US$ 42.89 milhões, informou a entidade. Em volume, as importações de lácteos recuaram 36,2% em abril na comparação com igual período de 2016, para 13.659 toneladas.

Segundo analistas, a queda nas compras do exterior já reflete em parte o aumento dos preços internacionais dos lácteos, em alta desde meados de março passado, conforme indicam os leilões da plataforma Global Dairy Trade (GDT), que é referência para o mercado.

Conforme observou em recente entrevista ao Valor o analista Valter Galan, da MilkPoint, a valorização no mercado internacional, que tira a competitividade do produto importado, se deve à redução na produção de leite na Europa, após um período de aumento na oferta no continente. Outra razão para a retração nos volumes importados é a menor oferta de leite, em decorrência da entressafra nos principais fornecedores de lácteos para o Brasil: Argentina e Uruguai.

“Esse cenário revela o registro de, praticamente, um semestre de reduções consecutivas com os dispêndios no exterior”, disse Marcelo Martins, diretor-executivo da Viva Lácteos em nota.

Entre janeiro e abril deste ano, as importações de lácteos ainda registram alta expressiva de 49,8% em relação a igual período de 2016, para US$ 211,265 milhões, segundo a Viva Lácteos. Em volume, o aumento foi de 18,8% no período, para 64.947 mil toneladas.

As exportações de lácteos do Brasil também recuaram em abril. Conforme a entidade, a razão foi, sobretudo, a queda na venda externa de leite condensado. Foram embarcadas 1.859 toneladas de lácteos no mês passado, com queda de 33,8%. A receita com as vendas externas recuou 5,3%, para US$ 5.297 milhões. No ano, conforme a Viva Lácteos, o saldo da balança do setor entre janeiro e abril é negativo em US$ 167.1 milhões.

 

Fonte: Valor Econômico

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