Hidrovias do Brasil inicia transporte rodoviário de MT a Miritituba (PA)

A empresa de logística Hidrovias do Brasil vai começar a oferecer transporte rodoviário de grãos do norte de Mato Grosso até Miritituba (PA). A iniciativa partiu da percepção de que clientes, como tradings, assim como outros que ainda não utilizam os serviços da empresa, teriam interesse em terceirizar a atividade e focar em outras operações que não a logística.

“Vamos gerir os gargalos entre a fazenda e o porto. A vantagem para os clientes de terceirizar o serviço é que eles não precisarão mais ter um pessoal dedicado para contratar o transporte rodoviário, checar se a carga chegou dentro do previsto em Miritituba ou no porto de Vila do Conde (em Barcarena-PA) ou averiguar por que um caminhão parou, por exemplo”, disse a Diretora de Novos Negócios da Hidrovias do Brasil, Gleize Gealh, durante a Intermodal 2018, feira do setor logístico, que vai até esta quinta-feira (15/3), em São Paulo.

Inicialmente, a empresa contratará empresas de frotas de caminhões para retirar os grãos produzidos no norte de Mato Grosso, especialmente das regiões de Sorriso, Matupá e Sinop, e levar a produção até sua própria estação de transbordo de cargas em Miritituba, distrito do município de Itaituba (PA). Lá, a carga será transferida para barcaças e seguirá pelo Rio Tapajós até o Porto de Vila do Conde, próximo a Belém. Neste ano, os planos são transportar entre 200.000 e 400.000 toneladas de grãos (soja e milho) desta forma, de um total de até 3.5 milhões previstos para serem exportados pelo terminal da Hidrovias do Brasil em Vila do Conde, segundo Gleize.

Para tanto, a Hidrovias do Brasil deve contratar o serviço de uma frota de 5.000 a 10.000 caminhões (com uma capacidade média para 40 toneladas cada). Para 2019, a companhia projeta que o volume deve subir para 600.000 toneladas. A depender da demanda pelo serviço, uma frota própria poderá ser formada para realizar o transporte das cargas. “Nada impede que venhamos a investir em frotas próprias no futuro. Vamos medir o apetite do mercado para o serviço. A empresa hoje é capitalizada e se a resposta for positiva, não haverá dificuldades em fazer o investimento”, disse Gleize.

Com o controle total da operação de carga e descarga dos grãos e, possivelmente, de fertilizantes, acrescenta a executiva, a Hidrovias do Brasil poderia otimizar ainda mais a operação e trazer mais “vantagens econômicas” para os clientes. Questionada sobre os problemas ainda enfrentados por caminhoneiros no trecho da BR-163 entre o norte de Mato Grosso e Miritituba, Gleize Gealh disse que há expectativa de que as obras de pavimentação dos trechos de terra sejam concluídas em breve.

Fertilizantes

A Hidrovias do Brasil também investirá R$ 90 milhões na construção de um armazém e de um novo píer para fertilizantes em Miritituba, a fim de receber volume maior de adubo importado pelo terminal da empresa no Porto de Vila do Conde.

Com a estrutura existente até então, a empresa movimentou em 2017 aproximadamente 200.000 toneladas do insumo, previa 50.000 toneladas, no começo do ano passado. Em 2018, a previsão é receber 400.000 toneladas de fertilizantes. Já a nova estrutura dará condições a Hidrovias do Brasil para movimentar cerca de 1.2 milhão de toneladas a partir de 2020.

A inauguração do armazém, com capacidade para 40.000 toneladas, e do píer está prevista para 2019. “Este investimento permitirá reduzir o frete rodoviário de Vila do Conde até Miritituba, tornando a operação (de transporte de adubo dos portos às regiões consumidoras) mais competitiva para quem a usa”, disse a diretora de Novos Negócios da companhia.

Entre os clientes que já contratam serviços logísticos para fertilizantes da Hidrovias do Brasil estão as fabricantes Mosaic, Fertilizantes Tocantins e Campo Rico. Segundo Gleize Gealh, outros produtores internacionais de adubos que ainda não atuam no Brasil têm procurado a empresa interessados em iniciar as operações utilizando a estrutura da empresa.

 

Fonte: Globo Rural

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