Grãos: produção brasileira caminha para recordes

A colheita recorde de grãos na safra 2010/11 e os preços internacionais ainda elevados das principais commodities agrícolas exportadas pelo país – a despeito das turbulências e incertezas irradiadas do mundo desenvolvido – continuam a impulsionar o campo brasileiro em direção a novos recordes em 2011.

Levantamento divulgado pelo Ministério da Agricultura estima que o valor bruto da produção (VBP, “da porteira para dentro”) das 20 principais culturas plantadas no Brasil deverá somar R$ 198,2 bilhões em 2011, quase R$ 1 bilhão a menos que o previsto em julho, mas 9,9% a mais que em 2010.

A leve correção para baixo refletiu baixas nas previsões para a colheita de produtos como cana, milho e feijão, em razão de problemas climáticos recentes. Tais reduções foram confirmadas na semana passada em pesquisas divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

Pouco mais de 8% superior ao recorde atual, de 2008 (R$ 183,519 bilhões), o VBP projetado pelo ministério para 2011 continuará sendo puxado pela soja. Para a oleaginosa, carro-chefe do campo nacional, a equipe comandada por José Garcia Gasques, coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, prevê R$ 54,845 bilhões, 17% acima de 2010.

Depois da soja, o ranking de 2011 das principais culturas agrícolas em valor bruto da produção segue com cana (R$ 29,953 bilhões), café (R$ 22,635 bilhões) e milho (R$ 22,547 bilhões). Desse trio, só a cana deverá apresentar queda em relação ao ano passado, de 8,6%. Café e milho deverão registrar aumentos relevantes – 40,7% e 24,4%, respectivamente.

Os complexos soja (grão, farelo e óleo) e sucroalcooleiro (açúcar e etanol) também lideraram as exportações brasileiras do agronegócio em julho. Confo rme compilação do Ministério da Agricultura, os embarques do setor no mês renderam, no total, US$ 8,477 bilhões, 15,6% a mais que em julho do ano passado. As vendas de soja em grão e seus derivados ao exterior foram de US$ 2,548 bilhões, 16,5% acima de julho de 2010, enquanto as sucroalcooleiras chegaram a US$ 1,351 bilhão, um salto de 45%.

De janeiro a julho, as exportações do setor como um todo alcançaram US$ 51,651 bilhões, aumento de 22% sobre igual intervalo do ano passado. Entre agosto de 2010 e julho, os embarques atingiram US$ 85,768 bilhões, incremento de 23,7% em relação ao ano-móvel anterior e recorde para um período de 12 meses.

Fonte: Valor Econômico

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