Frente Parlamentar quer promover mudanças no setor sucroenergético

A cadeia produtiva do setor sucroenergético, emprega diretamente, 2,5 milhões de trabalhadores e reúne cerca de 400 usinas, 80 mil fornecedores de cana e 4 mil indústrias de base, distribuídos em mais de 600 municípios brasileiros para produzirem acima de 5000 hectares de cana por ano. Foto: Divulgação
A cadeia produtiva do setor sucroenergético emprega, diretamente, 2,5 milhões de trabalhadores e reúne cerca de 400 usinas, 80 mil fornecedores de cana e 4 mil indústrias de base, distribuídos em mais de 600 municípios brasileiros para produzirem acima de 5 mil hectares de cana por ano. Foto: Divulgação

Para enfrentar a omissão das autoridades federais quanto aos riscos de sobrevivência enfrentados pelo setor sucroenergético, “a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo se mobilizou e criou uma Frente Parlamentar especifica para defendê-lo, tornando-se  porta voz dos anseios dos trabalhadores, empresários e produtores rurais nela envolvidos”. Este é o argumento do deputado Welson Gasparini (PSDB) para justificar a implantação, no último mês de novembro, da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Sucroenergético.

O fórum permanente tem como missão promover mudanças no setor, que nos últimos anos vem sendo afetado pelo controle do preço da gasolina, que estagnou a arrecadação de ICMS e pela perda de arrecadação proveniente da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).

Gasparini que, junto ao deputado Roberto Morais (PPS) coordenam a Frente,  destaca o significado social e econômico da  cadeia produtiva do setor sucroenergético,que emprega  diretamente, 2,5 milhões de trabalhadores e  reúne  cerca de 400 usinas, 80 mil fornecedores de cana e 4 mil indústrias de base, distribuídos em mais de 600 municípios brasileiros para  produzirem acima de 5000 hectares de cana por ano.

Segundo o deputado Welson Gasparini, “o governo conseguiu, praticamente, “quebrar” uma das principais empresas do país, a Petrobrás”. Foto: Divulgação
Deputado Welson Gasparini destaca que “o governo conseguiu, praticamente, ‘quebrar’ uma das principais empresas do País: a Petrobrás”. Foto: Divulgação

RISCO DE ESTAGNAÇÃO

“No entanto, toda essa força produtiva corre o risco de se estagnar a curto prazo pela ausência do setor produtivo de açúcar e etanol nos planos estratégicos do governo federal”, alerta o deputado.

Na opinião de Gasparini, “essa situação só vai mudar se o governo federal – pois o do Estado já fez o que lhe foi possível para aliviar a carga tributária do setor sucroenergético – pensar menos na política eleitoral e mais no futuro do País.

“Ao manter a remuneração do álcool atrelada ao da gasolina – e usando a  gasolina como instrumento de controle da inflação –   o governo, denuncia o deputado,  conseguiu, praticamente, “quebrar” uma das principais empresas do país, a Petrobrás, cujo valor de mercado, nos últimos 4 anos, foi reduzido em mais de 50%”, esclarece.

Segundo o deputado, “diferentemente da Petrobras, a cadeia produtiva do etanol não tem a mesma capacidade de suportar prejuízos, pois não dispõe de subsídios e nem é beneficiado por políticas públicas. Como resultado desse descaso, nos   últimos anos, 80  usinas  encerraram suas atividades e outras tantas entraram em recuperação judicial  criando forte crise entre os proprietários e trabalhadores rurais,  com grande índice de desemprego também nas indústrias  cujas atividades estão relacionadas a esse importante setor”.

MUDAR O CENÁRIO

Para a diretora-presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, a instituição da Frente permitirá o diálogo para a criação de boas idéias, A fim de atender a um setor essencialmente econômico para o Estado. “Precisamos de soluções pragmáticas para o equacionamento da situação e que façam a diferença, com a participação de pessoas que realmente vivenciam o dia-a-dia do segmento”, afirmou.

 

De acordo com Elizabeth Farina, diretora-presidente da Unica, Elizabeth Farina, “precisamos de soluções pragmáticas para o equacionamento da situação e que façam a diferença, com a participação de pessoas que realmente vivenciam o dia-a-dia do segmento”. Foto: Divulgação
De acordo com Elizabeth Farina, diretora-presidente da Unica, Elizabeth Farina, “precisamos de soluções pragmáticas para o equacionamento da situação e que façam a diferença, com a participação de pessoas que realmente vivenciam o dia-a-dia do segmento”. Foto: Divulgação

O presidente da Alesp, Fernando Capez, destacou que “a Frente Parlamentar pressupõe coletividade de trabalho e desprendimento de seus componentes, unindo forças para mudar o cenário de um setor tão importante como o sucroalcooleiro”.

De acordo  com o deputado  Roberto Morais, afirmou que é preciso iniciar de imediato a busca por efetivas alternativas para beneficiar o setor. “Estamos dispostos a discutir os projetos que estão em andamento na Casa, junto às Comissões, defendendo cada vez mais o setor”.

O presidente da Alesp, Fernando Capez, destaca que “a Frente Parlamentar pressupõe coletividade de trabalho e desprendimento de seus componentes, unindo forças para mudar o cenário de um setor tão importante como o sucroalcooleiro”. Foto: Divulgação
O presidente da Alesp, Fernando Capez, destaca que “a Frente Parlamentar pressupõe coletividade de trabalho e desprendimento de seus componentes, unindo forças para mudar o cenário de um setor tão importante como o sucroalcooleiro”. Foto: Divulgação

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, destacou o que o “setor é decisivo para o País, pois representa 34% do PIB agropecuário, tem a maior geração de empregos formais e apresenta maior contribuição, em termos de ICMS. Por isso, reconhecemos e reiteramos o respeito pela categoria”.

IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA

Já o secretário de Energia e Mineração, João Carlos de Souza Meirelles, ressaltou a importância estratégica do setor para a geração de energias renováveis ao País, ao destacar que, atualmente, o consumo de etanol está praticamente equiparado ao de gasolina.

“De janeiro a outubro de 2015, o consumo de etanol chegou a 24 milhões m³, apresentando pouca diferença em relação aos 24,7 milhões m³ de gasolina. Portanto, nós temos a obrigação de consolidar este modelo que já é de grande sucesso”, disse.

E complementou: “Há a disposição do governo paulista em participar deste esforço da Casa legislativa paulista e uma enorme responsabilidade com o País, pelo pioneirismo paulista, para mostrar rotas ao setor, pelo grande potencial da cadeia produtiva, na geração de empregos e novas tecnologias, sobretudo na energia elétrica”.

Por equipe SNA/SP

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