FAO espera mais produção, demanda mais lenta e redução de preços agrícolas

Mais produção, com maior produtividade e um crescimento menor da demanda global, levando a uma redução dos preços reais de produtos agrícolas. Esta é a conclusão do relatório de perspectivas para a agricultura para o período de 2015 a 2024 (Agricultural Outlook 2015-2014), lançado nesta quarta-feira (1/7) pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

“Preços mais baixos do petróleo contribuirão para menores preços de alimentos, por puxarem para baixo os custos de energia e fertilizantes e removerem os incentivos à produção de combustíveis de primeira geração por meio de alimentos”, diz o comunicado divulgado no site oficial da FAO.

Para as organizações responsáveis pelo relatório, o comércio global agrícola deve crescer de forma mais lenta nos próximos anos. O estudo acentua ainda que tende a aumentar a concentração das exportações de commoditiesagrícolas em poucos países, enquanto as importações se manterão dispersas em um grande número de nações.

O documento ressalta, no entanto, que o papel mais central de um grupo pequeno de nações no crescimento da produção de commodities eleva os riscos ao mercado. Já do lado da demanda, mesmo mais lento que nos últimos anos, é esperado um aumento, especialmente nos países em desenvolvimento, onde a maior da renda e a urbanização tendem a levar a mudanças em hábitos alimentares.

“O aumento da renda levará os consumidores a manterem a diversificação de suas dietas, notadamente com o aumento do consumo de proteínas animais. Como resultados, preços de carnes e lácteos devem ser maiores em relação aos de grãos”, avalia a FAO.

O lançamento mundial do documento foi realizado em Paris, capital francesa, por representantes das organizações responsáveis pela pesquisa. “Governos deveriam tirar vantagens das atuais condições para se concentrar em políticas de desenvolvimento que aumentam a produtividade, incentivem a inovação e gerenciem o risco para garantir que sistemas agrícolas robustos beneficiem produtores e consumidores”, disse o secretário geral da OCDE, Angel Gurría, conforme publicado pela FAO.

O diretor geral da FAO, José Graziano, considerou uma boa notícia ao fato de que países em desenvolvimento têm condições de melhorar sua alimentação, no entanto, destacou que eles ainda estão “significativamente atrás” dos mais ricos. “Isso causa preocupação, porque a fome nesses países pode persistir. A má nutrição é um problema. Países em desenvolvimento estão lidando agora com dificuldades como sobrepeso, obesidade e outras doenças relacionadas à dieta.”

 

Fonte: Globo Rural

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