FAO: Brasil será um dos maiores exportadores de alimentos

As crescentes demandas da população mundial sobre a agricultura e sobre os recursos naturais do planeta, além do papel que o Brasil deverá exercer nesse cenário no futuro, foram abordados pelo representante da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) Alan Bojanic durante a conferência “O desafio da produção sustentável frente à demanda crescente por alimentos saudáveis”. A palestra foi apresentada na manhã de segunda-feira (26), durante o 31º Congresso Nacional de Milho e Sorgo, que acontece até a próxima quinta-feira (29), em Bento Gonçalves (RS).

“As estimativas da FAO apontam que o Brasil deverá ultrapassar as 222 milhões de toneladas de grãos até 2022”, disse Bojanic. Até 2050, as projeções da instituição dão conta de que a população deverá se estabilizar em torno de 9.3 bilhões de habitantes, sendo que 70% desse contingente ocupará áreas urbanas. “Para alimentar essa população, a produção de alimentos deverá aumentar em 70%, sendo que a produção de cereais terá que atingir 3 bilhões de toneladas por ano em relação as 2.1 bilhões de toneladas produzidas atualmente”, prevê.

Ainda sobre o Brasil, o representante da FAO apontou que o país terá vantagem competitiva na conjuntura mundial em decorrência das demandas por produtos como as carnes e os cereais e da importância crescente do mercado asiático e, potencialmente, do mercado africano. Segundo relatório de 2014 da OMC (Organização Mundial do Comércio), o Brasil ocupa a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de alimentos – ranking liderado pela Europa e os Estados Unidos.

No entanto, para se consolidar nessa posição estratégica, continua Bojanic, o País deverá vencer importantes ameaças. “O aquecimento global é o grande desafio que os países têm para produzir alimentos. Temos de nos preparar para contornarmos problemas sérios, como a erosão dos solos e a contaminação e o mal uso da água”, disse. “Além do plantio direto, temos de pensar em práticas sustentáveis, a exemplo da ILPF, que promovam a preservação das nascentes e dos solos”, concluiu.

A relação entre solo e água foi enfatizada por Bojanic, sendo que iniciativas para melhorar a gestão desse último recurso devem ser valorizadas. “Há necessidade de desenvolvimento de cultivares com maior tolerância à seca, por exemplo, e a adoção de boas práticas de manejo do solo. Outro aspecto fundamental é a redução dos desperdícios na colheita, no transporte e no armazenamento de alimentos”, destacou. “A relação desejada é uma produção eficiente e que promova a conservação dos recursos naturais”, apontou.

Visão de futuro

Sobre o Brasil, o representante da FAO apontou necessidades como a existência de políticas de longo prazo e compromissadas; apoio ao crescimento com inclusão social; melhoria da infraestrutura; investimento em pesquisa e desenvolvimento; articulação internacional, e tecnologias sociais e políticas para grupos vulneráveis. “O país apresenta boas experiências para serem compartilhadas. O grande desafio é produzir mais alimentos com menos recursos”, afirmou. A conferência foi apresentada para um público de mais de 300 pessoas durante o Congresso Nacional de Milho e Sorgo, e foi moderada pelo chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo Antônio Álvaro Corsetti Purcino.

 

Fonte: Embrapa

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