Exportações de carne bovina devem fechar 2014 com recorde superior a US$ 7 bi

Antônio Camardelli, presidente da Abiec: “A reabertura do mercado chinês terá impacto positivo nas exportações de 2015, compensando eventuais quedas”. Foto: Divulgação
Antônio Camardelli, presidente da Abiec: “A reabertura do mercado chinês terá impacto positivo nas exportações de 2015, compensando eventuais quedas”. Foto: Divulgação

Mesmo com achados priônicos em Mato Grosso e Paraná, o Brasil registrou recorde nas exportações de carne bovina em 2014, segundo Antônio Camardelli, presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec). As vendas externas do setor devem encerrar o ano com faturamento de US$ 7,2 bilhões e um total de 1,58 milhão de toneladas embarcadas, aumento de 8,6% em relação aos US$ 6,7 bilhões obtidos em 2013, porém abaixo da previsão inicial da entidade, que era US$ 8 bilhões. Em volume, o crescimento foi de 4,45%, ante 1,51 milhão de toneladas na mesma comparação.

Hong Kong continuou na primeira posição no ranking dos importadores com 360,6 mil toneladas e US$ 1,5 bilhão de receita, no período de janeiro a novembro, um avanço de 15,16% no faturamento e 7,41 % no volume.

O conflito entre Ucrânia e a Rússia, na Criméia, que culminou com embargos de importantes fornecedores de carne bovina ao mercado russo, abriu espaço para o Brasil aumentar as vendas para a Rússia. O resultado foi uma evolução de 13% na receita e 7,25% em volume entre janeiro e novembro. No período o preço médio cresceu 6,16%. “Em 2015, este cenário positivo pode mudar, caso haja a solução do conflito”, prevê o presidente da Abiec,

Apesar dos avanços, o Brasil registrou retrocesso nas exportações para alguns mercados, como o Chile, por exemplo, com queda de 28, 49% na receita e 28,20% no volume. No acumulado de janeiro a novembro, as 50,8 mil toneladas comercializadas com o mercado chileno renderam US$ 264 milhões, ante 70,7 mil toneladas negociadas por US$ 369, 5 milhões no mesmo período de 2013.

Em razão da ocorrência de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB, também conhecida como mal da vaca louca), em 2010, no Paraná, e divulgado em 2012, alguns mercados continuam fechados ao Brasil, caso da Arábia Saudita, Japão, Bahrein, Kwait, Líbano Peru e Bielorrússia.

Segundo Camardelli, os negócios com a Arábia Saudita e o Japão deverão ser retomados no próximo ano. “Até fevereiro, uma sanitária saudita visitará unidades frigoríficas brasileiras”, anuncia e acrescenta que a liberação do produto para o Japão está prevista para o primeiro trimestre de 2015.

Camardelli acredita que a retomada dos mercados da China, Arábia Saudita, Japão, Irã e Egito deverão incrementar as vendas externas brasileiras de carne bovina, projetadas pela US$ 8 bilhões e 1,7 milhões de toneladas no próximo ano. “A reabertura do mercado chinês terá impacto positivo nas exportações de 2015, compensando eventuais quedas. Além disso, o fim do embargo com a Arábia Saudita trará de volta mercados como Bahrein e Kwait”,  prevê.

Em sua opinião, as negociações com o mercado norte-americano para carne in natura deverão avançar o que facilitará o trânsito com outros países da NAFTA, além do Caribe e América Central. Para 2015, a Abiec também prevê a abertura de novos mercados, como Taiwan, Indonésia, Tailândia, Myanmar, Coreia Sul, Coreia Norte e Marrocos.

Por equipe SNA/SP

 

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