Estadão: Cinco dicas para pôr o consumo consciente em prática

Após a operação Carne Fraca, é possível que a atenção à procedência e à qualidade de alimentos ganhe peso na hora do brasileiro escolher o que consome. No entanto, embora Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae, acredite que “estamos no caminho certo”, a última pesquisa sobre o tema realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em julho passado, apontou que apenas 30% consumidores brasileiros compravam sabendo o que estavam fazendo.

“Eu diria, na verdade, que esse número é ainda menor”, afirma Luís Arsênio, cofundador do Clube Greens, plataforma que propõe descontos em produtos orgânicos a seus usuários. O clube é uma startup dedicada a tornar seus clientes, cadastrados gratuitamente em seu site, conscientes dos alimentos que consomem. No momento, a empresa possui mil deles. “Até o fim do ano, esperamos ter entre 40 e 50 mil”, diz.

Além disso, a empresa já fechou 100 parcerias com produtoras de orgânicos, um mercado em alta no Brasil. Segundo o Sebrae, o segmento cresce em média 25% ao ano e movimenta cerca de R$ 3 bilhões, graças, principalmente, ao aumento da demanda e a maior organização do setor. “É um setor abrangente que foca, sobretudo, no mercado nacional”, sustenta a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

De fato, a tendência do consumidor, em todo mundo, é de cada vez mais buscar produtos saudáveis, mais seguros e que aumentem a qualidade de vida. “E isso não é diferente no Brasil”, diz Ming Liu, coordenador executivo da Organics Brasil. “O consumidor tornou os orgânicos um mercado de massa, pela preocupação com o bem-estar próprio e social”, afirma.

Tendo em vista a melhora nos hábitos de alimentação e esclarecimento na hora de fazer compras, alguns especialistas recomendam 5 atitudes que visam pôr em ação o consumo consciente. Confira:

Saiba de onde vem o que você come. “Temos parceiros no Clube Greens que conhecem pessoalmente todos os seus produtores e fornecedores”, conta Arsênio. Segundo ele, esse relacionamento permite que o consumidor tenha mais certeza da origem do produto, o que, somado ao Selo Orgânico Brasil, garante a sua procedência.

Quando puder, evite congelados. Produtos frescos ou resfriados são sempre opções melhores, já que, neste caso, é mais fácil detectar algum tipo de mudança na qualidade daquilo que está sendo levado para casa, destaca Edgar Augusto, responsável pelo setor de compras e estoque do restaurante orgânico e funcional Le Manjue.

Cheque mudanças na coloração e no odor. É mais difícil notar variações em produtos congelados, apesar de sua validade ser maior. Tomás Abrahão, à frente da Raizs, loja especializada em orgânicos, ressalta que cada produto tem uma temperatura ideal de armazenamento, e isso pode facilmente ser conferido na própria embalagem do alimento.

Fique atento a certificações e selos. Abrahão recomenda também que o consumidor olhe o rótulo do produto, pois essa é uma garantia de que o alimento passou por avaliações criteriosas quanto a sua qualidade. No caso da Raizs, que trabalha apenas com orgânicos, a boa procedência é assegurada pelo Selo Orgânico Brasil e pelo IBD Orgânico.

Compare preços. Outro cuidado necessário na hora da compra é ao analisar preços em estabelecimentos diferentes. “Variações muito grandes de preço exigem maior pesquisa do consumidor e inspiram alguma desconfiança quanto à qualidade do que está exposto em qualquer prateleira de supermercado”, destaca Arsênio. “O bom e barato é normalmente mau sinal.”

 

Fonte: Estadão

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp