Embrapa Suínos e Aves conclui laboratório de alta segurança para pesquisa em sanidade animal

Foto: divulgação Embrapa
Laboratório NB3 de alta segurança para pesquisa em sanidade animal. Foto: divulgação/Embrapa Suínos e Aves

 

A Embrapa Suínos e Aves de Concórdia (SC), unidade descentralizada da empresa de pesquisa agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), concluiu recentemente o seu Laboratório NB3 de alta segurança. A expectativa é que o laboratório apoie o desenvolvimento e validação de técnicas de diagnóstico, bem como o isolamento, caracterização, controle e prevenção de microrganismos infecciosos de interesse das cadeias suinícola e avícola.

O laboratório NB3 da Embrapa viabiliza, por exemplo, a realização de estudos ligados à Doença de Newcastle (DNC) e outros agentes infecciosos, como os vírus da Peste Suína Africana (PSA); da Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS); da Diarreia Epidêmica Porcina (PEDV); da Influenza Suína (H1N1p); da Influenza Aviária (H7N9), presente na Ásia, com potencial de infecção e transmissão para humanos; e do H7N3, que causou grandes prejuízos à avicultura mexicana.

“A execução de pesquisas com agentes causadores de doenças que exijam condições especiais de manipulação quanto ao nível de biossegurança são uma necessidade, porque fornecem informações científicas e oportunidades de desenvolvimento tecnológico que darão credibilidade quanto à condição sanitária do rebanho nacional no mercado”, diz o chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, Dirceu Talamini.

O supervisor do Grupo de Pesquisa em Sanidade de Aves da Embrapa, pesquisador Paulo Esteves, destaca a importância dos estudos possíveis com o laboratório NB3 lembrando “dos momentos de tensão que o mundo viveu devido à possibilidade de que o vírus da influenza aviária H5N1, de alta patogenicidade, alcançasse distintas regiões do globo com grandes prejuízos econômicos e sociais, além do potencial deste vírus em causar severa epidemia de influenza entre a população humana o que, felizmente, não aconteceu.” Inicialmente identificado na China, o vírus se alastrou pela Ásia, Oceania, Europa e parte da África, não chegando à América.

O laboratório foi construído e equipado com o apoio governamental de programas como o PAC, do Mapa, da captação de recursos por projetos aprovados em editais competitivos e de parcerias com entidades privadas. Para entrar no laboratório, é preciso passar por identificação biométrica, através da leitura das impressões digitais. As salas equipadas para a execução de atividades de isolamento viral e bacteriano contam, por exemplo, com cabines de segurança biológica, ultrafreezers que chegam a -80°C, sistema de ar de pressão negativa e controle de temperatura.

Estão em curso ações visando a acreditação do laboratório, envolvendo a sua manutenção, a elaboração do Plano de Emergência, do Manual de procedimentos do NB3 e adequações estruturais.

Ampliações e modernizações

O laboratório NB3 compõe o complexo de Laboratórios de Sanidade e Genética Animal (incluindo outra instalação com nível de segurança menos restritivo, o NB2) que também foi ampliado, modernizado e ganhou reforço na equipe técnica.

Ainda, foram realizadas importantes reformas e adequações no sistema de produção de aves e ovos SPF (Specific Pathogen Free), para pesquisa e diagnóstico de enfermidades. No Brasil existem apenas duas unidades de produção de aves e ovos SPF (a outra pertence a uma instituição privada), o que torna a instalação da Embrapa estratégica para o país. O SPF de suínos, único no Brasil, também foi modernizado e possibilita a realização de pesquisa de ponta, inclusive com demanda de estudos de empresas estrangeiras.

A estrutura para necropsia também foi modernizada e equipada com um incinerador, sendo importante no diagnóstico de enfermidades e na capacitação de médicos veterinários.

Além disso, foram adquiridos inúmeros equipamentos para o NB2, desde os mais simples até os mais sofisticados, como: sequenciador de nova geração; robôs para distribuição de meios, amostras e para a extração de DNA/RNA; termocicladores para amplificação de DNA/RNA em tempo real; microscópios com cinco cabeças, permitindo a observação/treinamento de cinco pessoas ao mesmo tempo; microscópio para manipulação de embriões; citômetro de fluxo, para contagem celular; espectrofotômetro bioanalyzer para RNA; liofilizador; e ultrafreezers -80ºC; além de várias cabines de segurança biológica.

Oficial de Biosseguridade

A Embrapa Suínos e Aves tem buscado adequar-se às normas dos organismos nacionais e internacionais de segurança biológica criando a figura do Oficial de Biosseguridade (BO). O BO é responsável pela elaboração e cumprimento das normas e dos procedimentos padrões, treinamentos, manutenção da estrutura e bem-estar dos funcionários, bem como a intermediação entre o laboratório e as autoridades (Chefia, Bombeiros, Prefeitura, Hospital e Defesa Sanitária Animal).

“A necessidade de ampliar e modernizar o Laboratório de Sanidade e Genética Animal e sua estrutura de apoio justifica-se em virtude dos riscos e barreiras ao comércio que as doenças emergentes e re-emergentes representam para as cadeias de suínos e de aves do Brasil, além das exigências dos mercados interno e externo”, complementa o chefe geral Dirceu Talamini.

 

Fonte: Embrapa Suínos e Aves

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