Em Goiás, APA de Pouso Alto prova que agricultura e sustentabilidade podem caminhar em conjunto

 

O Plano de Manejo da APA do Pouso Alto tem como objetivo o uso sustentável do campo “com foco em ações ambientalmente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis”, pontua o presidente do Sindicato Rural (SR) de Alto Paraíso, Leonardo Ribeiro. Foto: Anne Vilela/Divulgação Faeg
O Plano de Manejo da APA do Pouso Alto tem como objetivo o uso sustentável do campo “com foco em ações ambientalmente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis”, pontua o presidente do Sindicato Rural (SR) de Alto Paraíso, Leonardo Ribeiro. Foto: Anne Vilela/Divulgação Faeg

Produtores rurais de seis municípios da região da Chapada dos Veadeiros, no nordeste do Estado de Goiás, estão dando um exemplo de que agricultura e sustentabilidade podem e devem andar juntos, desde que existam incentivos por parte do governo e de órgãos ligados à agropecuária no Brasil.

Criado por meio de decreto nº 5.419, de 7 de maio de 2001, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Pouso Alto – que reúne as cidades de Alto Paraíso, Cavalcante, Colinas do Sul, São João d’Aliança, Teresina de Goiás e Nova Roma – tem 85% de sua vegetação preservada. Foi destinada a fomentar o desenvolvimento sustentável e a preservar a flora, fauna, geologia, mananciais e o paisagismo da região.

O restante se baseia na produção diversificada da agricultura de subsistência, pecuária extensiva – pequenos produtores, horticultura, fruticultura e cultivadores de cana-de-açúcar -, com destaque para o sul, onde predomina a produção de grãos.

Agora, a comunidade local vem se reunindo para elaboração do Plano de Manejo da APA do Pouso Alto, cujo objetivo é a utilização sustentável do campo “com foco em ações ambientalmente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis”, informa o presidente do Sindicato Rural (SR) de Alto Paraíso, Leonardo Ribeiro.

“É a chance de nós traçarmos um plano de manejo que garanta sustentabilidade da Área de Proteção Ambiental, associando à preservação ambiental e à produção local, sem esquecer as questões sociais”, salienta ele.

De acordo com a Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), que tem prestado orientações técnicas aos produtores de Pouso Alto, a APA tem atualmente 872 mil hectares e 1,2 mil pessoas que vivem e trabalham na região, sendo a maioria formada por agricultores de subsistência, pequenos e médios produtores rurais.

Após 13 anos de sua criação, “agora é preciso que seja realizado o plano de manejo para identificação dos ecossistemas, uso do solo e recursos naturais de interferências antrópicas, como forma de garantir a sustentabilidade da área”, explica Ribeiro. “Por isso, devem ser levantados os dados socioeconômicos de todos os municípios envolvidos.”

Segundo a Faeg, o passo inicial para alcançar tais objetivos é a criação de um Conselho Consultivo que envolva a APA, o Estado, o setor rural e a sociedade civil. Presidido pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), o comitê é composto ainda pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro); Agência Goiana de Turismo; Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO).

Também inclui ainda cada uma das cidades que integram a APA de Pouso Alto, indicados, cumulativamente, pelos poderes Executivo e Legislativo; pelo setor rural e por entidade civil, constituída no prazo mínimo de dois anos, que trabalhe na região da Área de Proteção Ambiental, voltada às atividades de cunho ambiental ou social.

O Plano de Manejo da Apa de Pouso Alto está sendo elaborado por uma empresa contratada pela Semarh. Como até agora só foram oferecidos resumos dos estudos, os produtores da localidade já oficializaram um pedido à Secretaria de Meio Ambiente, endossado por uma moção do Conselho, para que sejam repassados os estudos completos do plano.

A intenção é que ele seja discutido, considerando todos os embasamentos técnicos que levaram à elaboração de tal documento.

Por equipe SNA/RJ

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