Crise na Europa poderá afetar preços na safra brasileira de 2012

Apesar de sinalizar com boas perspectivas para este ano, a agropecuária brasileira poderá sofrer o impacto da crise europeia, com reflexo, a médio prazo, no preço das commodities. É o que garante o diretor técnico da Sociedade Nacional de Agricultura, Fernando Pimentel. “Os problemas na Europa tendem a se transmitir para os emergentes”, disse ele.

Ao traçar estimativas para o setor, Pimentel afirmou que “mesmo com as recentes altas, as quebras do milho, soja e feijão no sul devem comprometer parcialmente a evolução do PIB agropecuário deste ano”.

O diretor da SNA estimou que, em 2012, a produção de soja irá atingir cerca de sete milhões de toneladas. “Existe potencial para altas nos grãos, em função da safra do hemisfério norte começar pressionada pelos estoques apertados de soja e milho. Haverá muita especulação nos próximos meses”, garantiu Pimentel, que disse não acreditar numa evolução do PIB do agronegócio no mesmo nível registrado em 2011, quando atingiu alta de 3,9 %. “Mesmo assim, devemos crescer”, concluiu.

Para Pimentel, os bons números divulgados recentemente pelo IBGE foram motivados pela soja, cana, milho, café e pecuária de corte, além da maior demanda vinda da Ásia.

Em meio ao cenário favorável do agronegócio brasileiro, Pimentel alerta para o problema dos custos do setor, sobretudo logísticos. “Já estamos perdendo algum volume de soja para os EUA, por conta das dificuldades operacionais logísticas em nossos portos. As barreiras não tarifárias no mercado de carnes são outro ponto. Vamos ter de conviver com o protecionismo por mais tempo”, admitiu o diretor da SNA.

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