Concessão de portos e ferrovias no Brasil no radar da Dreyfus

A multinacional francesa Louis Dreyfus Commodities (LDC), uma das maiores empresas do mundo no setor de agronegócio, está “ansiosa” para participar de licitações envolvendo as novas concessões de portos e ferrovias no Brasil. Foi o que afirmou ontem ao Valor o executivo André Roth, presidente do conselho de administração da subsidiária no País e chefe da plataforma global de oleaginosas da empresa.

Já há alguns anos, a LDC tem investido pesadamente em logística no Brasil, “para continuar bastante competitiva”, segundo Roth. No momento, o foco da múlti está no chamado “Arco Norte”, mas nada impede sua participação em licitações em outras regiões. “Temos capital alocado para entrar nas concessões caso sejam atrativas”, afirmou.

De qualquer forma, o Norte seguirá no foco. A múlti acredita que, na região, serão abertos novos 3 milhões de hectares para a agricultura nos próximos anos, área que poderá render 30 milhões de toneladas de grãos adicionais. E, com o aumento da demanda da China, estimado em mais de 30 milhões de toneladas de grãos na próxima década, serão necessários no Brasil cinco novos portos para dar conta desse escoamento.

“Não tem como pensar em agronegócio no Brasil sem pensar na China”, disse Roth. “O Brasil é o país com maior potencial para atender à demanda chinesa”. Em sua opinião, o importante é que, apesar de ter mais concorrentes no mercado, o Brasil tem uma produção crescente “e isso dá oportunidade para a Dreyfus continuar tendo posição relevante no mercado”.

O executivo disse, ainda, que a valorização do dólar em relação ao real ajuda a subsidiária brasileira da LDC, em parte porque tornam seus custos industriais mais competitivos na comparação com outros países em que a múlti está presente. E lembrou que o câmbio também tem colaborado para preservar as margens dos produtores mesmo com os preços das commodities agrícolas em geral mais baixos. “A agricultura do Brasil continuará competitiva mesmo com o ambiente de baixa e preços”, concluiu Roth.

 

Fonte: Valor Econômico

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