Colhedora adaptada reduz perdas na colheita do feijão

nova colhedora
Colhedora de soja e trigo foi adaptada para a cultura de feijão, com objetivo de reduzir perdas do grão, na hora da colheita. Foto: Divulgação Iapar

Uma nova tecnologia, que adapta colhedoras de soja e trigo, pretende reduzir as perdas da colheita mecanizada do feijão. O novo equipamento vem de uma adaptação na plataforma específica para este cultivo, projetada pela empresa Incomak, de Jandaia do Sul (PR), com apoio tecnológico do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio (Fapeagro).

Formalizado em edital como “Desenvolvimento e produção de equipamentos e mecanismos para adaptar plataformas de colheita (soja/trigo) das colhedoras automotrizes, para a colheita de feijão, visando à redução das perdas”, o projeto definido consiste em uma adaptação, de certo modo simples, “mas com toda a ciência e tecnologia envolvida por trás disto”. É o que assegura o pesquisador Hevandro Colonhese Delalibera, da área de Engenharia Agrícola do Iapar.

O objetivo do projeto é melhorar o sistema de apoio e suporte do recolhimento das plantas para dentro da plataforma, chamado de molinete. “A adaptação consiste, basicamente, em aumentar a quantidade dos dedos no molinete das plataformas universais usadas para colheita de soja e trigo, por exemplo”, explica.

Segundo Delalibera, a proposta foi idealizada para diversos fabricantes de colhedoras, mas dependendo do fabricante, “será necessária a aquisição somente dos dedos e, para outros, o tubo de suporte dos dedos”.

Conforme o pesquisador, o Iapar aderiu ao desenvolvimento da colhedora como parceiro no aporte de ferramentas tecnológicas, com o propósito de acelerar e reduzir os custos de desenvolvimento “e, talvez o mais importante, fazer a validação da tecnologia antes do produto chegar efetivamente ao mercado”. “Para que esta parceria ocorresse, de forma adequada, precisamos do apoio de fundações de apoio a pesquisa e desenvolvimento, como a Fapeagro, gestora do recurso direcionado à instituição pública”, comenta Delalibera.

 

O COMEÇO

O pesquisador ressalta que a empresa de pequeno porte, envolvida no projeto,  costuma apostar em inovações para se manter no mercado de produção de peças para máquinas agrícolas.

“Há aproximadamente dois anos, a Incomak investiu no desenvolvimento de tecnologias para otimizar a colheita de feijão, cultura que não é foco principal das grandes empresas multinacionais do ramo de máquinas. Tal fato foi impulsionado, porque a empresa é produtora de uma grande linha de peças de reposição para colhedoras. Além disto, a proposta vem de encontro ao plano diretor de pesquisa do Iapar, o que favoreceu a parceria entre as instituições”, relata.

 

não há a necessidade de adquirir uma máquina ou equipamento novo, específico para a cultura do feijão”
Com a colhedora de feijão adaptada, não há a necessidade de o produtor adquirir uma máquina ou equipamento novo, específico para esta cultura, informa Hevandro Colonhese Delalibera, da área de Engenharia Agrícola do Iapar. Foto: Divulgação Iapar

CUSTOS

Quanto ao custo ao produtor de feijão, embora ainda não tenha sido estudado a fundo, “o Instituto Agronômico acredita que será uma tecnologia barata, até porque são adaptações simples em um dos mecanismos das plataformas universais, conforme comentado anteriormente”. “Por este motivo, não há a necessidade de adquirir uma máquina ou equipamento novo, específico para a cultura do feijão”, destaca o pesquisador.

Com relação à colocação do produto final no mercado, ele informa que a empresa já está se adequando e se preparando para isto, principalmente após os resultados positivos obtidos no primeiro ensaio de validação, realizado pelo Iapar. “Nossas análises preliminares apontam uma redução de perdas na plataforma de corte e recolhimento na ordem de 30%, em relação ao mecanismo padrão de fábrica.”

 

COLHEITA MECANIZADA

No setor de mecanização agrícola, Delalibera acredita que a nova colhedora adaptada “será uma grande facilitadora na tecnologia de planta, pois seu melhoramento busca plantas mais eretas, de crescimento determinado, etc., o que, de certa forma, se enquadra melhor nos mecanismos disponíveis e difundidos no mercado”.

Ainda se referindo à colhedora, ele ressalta que já existem, no mercado, máquinas muito boas e flexíveis, a grande maioria de grãos. “Mas o que é necessário é a realização de regulagens adequadas às condições de colheita e, em alguns casos, algumas modificações simples e de baixo custo, que é o caso da proposta em questão.”

A previsão de lançamento da colhedora adaptada para a cultura do feijão está prevista para fevereiro do ano que vem, durante o evento “Show Rural”, em Cascavel (PR).

 

Por equipe SNA/RJ

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