Carnes: balanços da semana e do mês

Frango/CEPEA: animal vivo se desvaloriza nos últimos dias

Além da carne de frango, que vem se desvalorizando desde o início do ano, o animal vivo também registrou queda nos preços nos últimos dias. A pressão veio principalmente do consumo enfraquecido. Agentes consultados pelo CEPEA acreditam que no início de fevereiro, com o fim das férias escolares, a demanda se recupere.

Entre 22 e 29 de janeiro, o frango vivo se desvalorizou 3,6% na Grande São Paulo, com a média passando para R$ 2,23/kg nessa quinta-feira, 29. Com esse recuo, a variação acumulada na parcial do mês (até o dia 29) fica negativa em 3,2% nessa região. Em São José do Rio Preto (SP), a queda foi de 3,8% em últimos sete dias, com o animal a R$ 2,18 – no mês, a desvalorização é de 5,2%.

Em Descalvado (SP), o valor dessa quinta, de R$ 2,25/kg, ficou 2% abaixo do registrado tanto na quinta anterior como no encerramento do ano passado. Já em Toledo (PR), o quilo do vivo seguiu negociado a R$ 2,15, sem alterações ao longo do mês.

Suíno/CEPEA: menor demanda pressiona carne em até 16% no mês

A demanda interna e externa por carne suína enfraquecidas segue derrubando os preços da proteína. No Brasil, o período é tipicamente desfavorável para as vendas, de modo geral. A população tem que arcar com despesas e contas específicas desta época do ano, e as férias escolares reforçam a retração da demanda.

Além disso, o forte calor influencia particularmente o menor consumo da carne suína, que é ainda é considerada “pesada” por muitos, apesar desse cenário estar diminuindo ao longo dos anos. Quanto aos valores da carne no atacado, a carcaça especial suína negociada na Grande São Paulo se desvalorizou 5,2% entre 22 e 29 de janeiro, cotada na média de R$ 5,89/kg nessa quinta-feira, 29.

Para a carcaça comum, a queda foi ainda maior, de 7,1% no mesmo período, com o quilo indo para R$ 5,59 na quinta. Na parcial do mês (até o dia 29), as variações são negativas em 16,6% e 15,7%, respectivamente.

Frango, boi e suíno vivos em janeiro de 2015

O primeiro mês de 2015 vai terminando e, nele, apenas o boi continua como no ano passado, ignorando o período que, além de apresentar baixa demanda devido às férias da população e à depauperação do consumidor, também sempre foi caracterizado como o de safra da carne [bovina] e, por isso, de natural recuo dos preços.

Pois em relação ao preço médio de dezembro passado – supostamente o período de melhor consumo do ano – o boi inicia novo ano registrando valorização próxima de meio por cento, ao mesmo tempo em que mantém um ganho de 25,8% sobre janeiro de 2014 e de quase 50% sobre janeiro de 2013.

O suíno – assim como o frango – tem, por ora, o comportamento típico de quase todo início de novo exercício, pois alcança, no mês, preço 5% menor que o de dezembro passado. Porém, ainda apresenta variação positiva de 4,3% sobre janeiro de 2014, enquanto em relação a janeiro de 2013 obtém remuneração quase 17% superior.

Nada disso se aplica ao frango vivo que, por enquanto, apresenta negatividade nos três fatores analisados. Ou seja: perde mais de 1% em relação a dezembro último, quase 5% em relação ao início de 2014 e mais de 20% em relação a janeiro de 2013. O que significa produzir pelo menos um quarto a mais para obter a mesma renda (nominal) de dois anos atrás.

Porém, como nesses dois anos a inflação acumulada anda próxima dos 13%, o fato é que o produtor de frangos precisa produzir e vender um volume 40% maior para obter o mesmo valor real do início de 2013.

 

Fontes: Cepea/Esalqu e AviSite

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