Carne Fraca: efeitos sobre a carne de frango exportada

Dados consolidados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), relativos às exportações de carne de frango dos EUA e do Brasil em 2017 (produto in natura, exclusivamente), indicam que o produto brasileiro encerrou o ano quase como começou. Já o produto norte-americano obteve valorização de mais de 20% em relação ao preço inicial do ano.

O “quase como começou” das exportações brasileiras advém do fato de que, tanto em outubro como em dezembro, o preço alcançado não chegou a ficar 4% acima do registrado em janeiro. Mas a questão maior é que, nesse meio tempo, foram enfrentadas algumas desvalorizações. O fundo do poço ocorreu em julho, ocasião em que o preço médio registrado apresentou queda de 3,5% sobre o valor inicial do ano.

Nada disso aconteceu com as exportações dos EUA. De janeiro a junho, seus preços aumentaram de forma significativa. Tanto que, ao encerrar-se o primeiro semestre, o valor médio alcançado ficou 23,4% acima do registrado em janeiro. Já no segundo semestre a estabilidade foi absoluta, com variações mínimas para cima ou para baixo da média.

O efeito desses desempenhos fica bem mais claro ao se comparar a evolução relativa de preços dos dois países a partir de 2016 (média anual daquele exercício igualada em 100). Pois o que se constata é que, mesmo tendo iniciado 2017 com preços inferiores à média do ano anterior, as exportações norte-americanas experimentaram forte e rápida recuperação, só permanecendo abaixo da média no trimestre inicial do ano.

O Brasil iniciou 2017 com um preço médio superior à média de 2016, mas não conseguiu ir muito além do resultado inicial, além de experimentar desvalorização no meio do período. O que leva a indagar: o que ocorreu se o mercado é o mesmo? Resposta: efeito, sem dúvida da operação Carne Fraca.

É oportuno esclarecer que as diferenças de preço registradas entre os dois países decorrem do tipo de produto exportado. No caso dos EUA, essencialmente coxa e sobrecoxa de frango. No caso do Brasil, além do frango inteiro, diferentes tipos de cortes, vários deles nobres. Daí o preço expressivamente maior alcançado pelo produto brasileiro.

Está claro, porém, que a deflagração da operação Carne Fraca (em março de 2017) freou a valorização da carne de frango do Brasil. No início do ano (primeiro bimestre), os preços aqui registrados ficaram 90% acima do obtido pelos norte-americanos. Já no bimestre final do ano essa diferença ficou em 60%. Isso sem contar que no mês de julho caiu abaixo dos 50%.

 

 

Fonte: AviSite

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