Cargill estima exportação de milho do Brasil em recorde de 35 milhões de toneladas em 2017

Um executivo da unidade brasileira da Cargill estimou na quinta-feira (31/8) que o Brasil exportará um volume recorde de 35 milhões de toneladas de milho, com as vendas externas do país ganhando ritmo no segundo semestre, diante do escoamento de uma colheita recorde. A previsão supera a estimativa da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), em cinco milhões de toneladas. Os 30 milhões de toneladas apontados pela entidade já seriam volumes muito perto de um recorde histórico.

Paulo Sousa, chefe da unidade local de grãos e oleaginosas da Cargill, disse ainda durante uma conferência da indústria que o país fechará o mês de agosto com exportações de cinco milhões de toneladas de milho, com a companhia global com sede nos EUA sendo responsável por uma grande parte dos embarques. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do governo brasileiro, indicaram na última segunda-feira exportações de 4.5 milhões de toneladas até a quarta semana de agosto.

Espera-se que o Brasil represente 50% das exportações globais de milho entre agosto e janeiro do próximo ano, acrescentou Sousa. “A Cargill será líder”, disse ele em relação ao total que a empresa representará no volume das exportações de agosto. A companhia opera no país há 52 anos.

A força do Brasil como exportador de milho na segunda metade do ano ocorre devido à colheita de milho no inverno. A colheita de segunda safra de milho fez do Brasil o segundo exportador do cereal, atrás dos EUA. A segunda colheita de milho representa cerca de 68% da safra total do cereal no Brasil, que este ano deve atingir um recorde de cerca de 97 milhões de toneladas, de acordo com dados do governo.  “Mas o milho de inverno é muito mais vulnerável aos riscos climáticos, então a volatilidade dos preços tende a ser uma questão constante”, declarou Sousa.

No ano passado, disse ele, houve uma queda acentuada da produção brasileira de milho devido a fatores climáticos, reduzindo fortemente a produção. “O preço subiu tanto que permitiu a exportadores como a Cargill e concorrentes comprarem o que tinham vendido”, afirmou Sousa, acrescentando que isso foi feito para cobrir a lacuna de produção e atender a demanda doméstica. “Nem todo o milho vendido para exportação pode ser comprado de volta”, disse ele. A demanda interna é estimada em cerca de 60 milhões de toneladas.

 

Fonte: Reuters

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