Campanha de aftosa de 2014 está a todo vapor

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A meta do Mapa é imunizar 166 milhões de cabeças

 

No dia 1º de maio, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) começou a primeira etapa da campanha de vacinação contra febre aftosa do rebanho de bovinos e bubalinos de 21 Estados brasileiros. Santa Catarina é o único Estado que não está inserido no calendário por ser zona livre de aftosa sem vacinação. A meta, segundo Plínio Lopes, responsável pela Coordenação de Febre Aftosa (CFA) do órgão, é imunizar 166 milhões de cabeças.

A vacinação de todo rebanho de bovinos e bubalinos vai até 30 de maio em Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins. Já a imunização em animais com idade até 24 meses será realizada no Acre (exceto os municípios da fronteira com a Bolívia que vacinam todos os animais), Espírito Santo, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Em Mato Grosso do Sul, a imunização na fronteira começou em abril.

SÃO PAULO

A primeira etapa da vacinação paulista ocorre durante o mês de maio, quando serão vacinados todos os bovinos e bubalinos com até 24 meses de idade, o equivalente a 4,2 milhões de cabeças, de um total de 10,36 milhões, segundo a Defesa Agropecuária do Estado. São Paulo não registra focos da aftosa há 18 anos.

Segundo a Defesa Agropecuária de SP, é preciso ainda declarar todos os animais de outras espécies existentes na propriedade, tais como: equídeos (equinos, asininos e muares), suídeos (suínos, javalis e javaporco), ovinos, caprinos, aves (granjas de aves domésticas, criatórios de avestruzes).

O criador tem até o dia 7 de junho para comunicar a vacinação ao órgão oficial de Defesa Agropecuária. O criador que não vacinar ou não comunicar a vacinação sofrerá as seguintes penalidades: 5 Ufesps, ou seja R$ 100,70 por cabeça por deixar de vacinar, e 3 Ufesps, ou seja R$ 60,42 por cabeça por deixar de comunicar a vacinação. O valor de cada Unidade Fiscal do Estado de São Paulo (Ufesp) vale R$ 20,14.

GOIÁS

 

José Mário Schreiner, presidente da Faeg - Larissa Melo
José Mario Schreiner: ‘É necessário fazer um grande esforço para que todo o Brasil alcance o mesmo status (de zona livre de aftosa sem vacinação)’. Foto: Larissa Melo

 

De acordo com Christiane Rossi, assessora técnica da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), a meta do Estado é vacinar 100% dos animais ou pelo menos superar os percentuais da última vacinação. “Segundo a Agrodefesa, em 2013 na campanha de maio, onde foi vacinado todo o rebanho, alcançamos 99,21% de vacinação, já em novembro, quando foram imunizados os animais com até 24 meses, atingimos os 99,52%”, ilustra.

Há 18 anos, também não há ocorrência da doença em Goiás. Segundo o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, os produtores esperam ansiosamente conquistar o status de zona livre de aftosa sem vacinação. No entanto, ele afirma que, para países como a Coréia e o Japão, isso não basta. “É necessário fazer um grande esforço para que todo o Brasil alcance o mesmo status”, argumenta.


MATO GROSSO DO SUL

Em parceria com a Embrapa Gado de Corte, a Famasul realizou no dia 30 de abril a abertura simbólica da vacinação contra a febre aftosa, levando informações sobre a imunização do rebanho bovino e bubalino à população rural e urbana.  De acordo com o diretor secretário do Sistema Famasul, Ruy Fachini, a iniciativa teve como objetivo o fortalecimento do trabalho da Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de MS (Iagro), que prevê a imunização 19 milhões de cabeças em maio e 1,5 milhão de animais em novembro. Em fevereiro deste ano, a Iagro publicou nova portaria alterando o calendário de vacinação dos rebanhos contra aftosa: de 5 de maio a 4 de junho, no planalto, e de 15 de junho para 19 de junho, no Pantanal. Na Fronteira, o calendário seguiu inalterado: 1º de abril a 15 de maio.

 

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Maria Cristina Carrijo, presidente da Iagro, fala sobre as sanções ao produtor em caso de descumprimento da lei

 

 

“Além da prevenção obrigatória contra aftosa, é exigida também a vacinação contra brucelose em 2,4 milhões de bezerras”, informa Maria Cristina Carrijo, presidente da Iagro, que acrescenta: “Em caso de descumprimento, entre outras sanções, o produtor ficará impedido de movimentar os animais, mesmo entre suas propriedades, e para todas as finalidades, incluindo o abate”.

A portaria determina também que a Iagro fornecerá aos laticínios instalados no Estado, no início de cada semestre, uma lista com os nomes dos produtores rurais que não estavam vacinando seus rebanhos contra a brucelose, para que seja suspenso o fornecimento de leite até a regularização da situação sanitária.

Segundo Fachini, da Famasul, Mato Grosso do Sul possui o status de livre de aftosa com vacinação e o índice de cobertura vacinal ultrapassa 98% do rebanho do Estado. “Este cenário comprova a eficiência dos produtores rurais quando o assunto é sanidade animal. O status, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), é fundamental para  manter e conquistar novos mercados, como os Estados Unidos e a China”, observa.

MATO GROSSO

Em Mato Grosso, a vacinação dos bovinos e bubalinos com idades de até 24 meses começou dia 1º de maio. A expectativa do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea MT) é imunizar 12,5 milhões de animais na primeira etapa. Segundo o órgão, no mesmo período do ano passado, mais de 12 milhões de bovinos e bubalinos foram vacinados, o equivalente a 99,03% do rebanho até dois anos de idade.

No caso de não vacinação no período, o produtor está sujeito à multa de 2,25 UPF/MT por bovino ou bubalino, o que equivale a R$ 240,00 por animal não vacinado. O produtor que não notificar está sujeito penalidade administrativa, sendo o bloqueio de movimentação equivalente ao dobro de tempo ao referido atraso de comunicação.

O Estado não registra caso de febre aftosa desde 1996, tendo status como livre da doença com vacinação. Segundo Rafael Linhares, analista de Pecuária da Famato, parte desse mérito se deve a conscientização do produtor rural na vacinação e da sua contribuição no Fundo Emergencial de Saúde Animal do Estado de Mato Grosso (Fesa MT), que nos próximos dias deverá doar a entidades bolivianas 70 mil doses da vacina para imunização de animais em municípios que fazem parte da fronteira Bolívia e Mato Grosso.

 

Por Equipe SNA/SP

 

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