Brasil deve fechar 2015 com recuperação de mil nascentes em áreas rurais

“Fica a cargo do produtor rural a tarefa de proteger e preservar as nascentes existentes na sua propriedade, em benefício próprio e também de toda sociedade, até pela questão da regularização ambiental”, comenta Douglas Vila Verde, técnico adjunto do Senar Goiás, sobre o Programa Nacional de Recuperação de Nascentes. Foto: Larissa Melo
“Fica a cargo do produtor rural a tarefa de proteger e preservar as nascentes existentes na sua propriedade, em benefício próprio e também de toda sociedade, até pela questão da regularização ambiental”, comenta Douglas Vila Verde, técnico adjunto do Senar Goiás, sobre o Programa Nacional de Recuperação de Nascentes. Foto: Larissa Melo

Lançado em março passado, o Programa Nacional de Proteção de Nascentes, da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), pretende fechar 2015 com a recuperação de mil nascentes nas áreas rurais de todo o Brasil. Com o tema “Proteja uma nascente em um dia”, seu objetivo é mostrar a preocupação do setor agropecuário com a qualidade da água e com a preservação da biodiversidade brasileira.

“O programa vem de encontro à atual crise hídrica vivenciada por quase todo o País. A intenção é mostrar a todos a importância dos recursos hídricos e que, com apenas cinco passos, é possível proteger as nascentes”, destaca Douglas Vila Verde, técnico adjunto do Senar Goiás. Somente no Estado, a meta para o ano é recuperar 200 nascentes no campo.

De acordo com o programa, o primeiro passo é identificar o tipo de nascente, entre três existentes: nascentes de fundo de vale, de encosta e de contato. O segundo é cercá-la para protegê-la. Depois, é necessário limpar a área para não obstruir o curso natural da água.

O quarto passo é mostrar que a conservação do solo evita a erosão, promovendo a infiltração da água e evitando o soterramento da nascente. Por último, é fazer o replantio de espécies nativas, já que a proteção do solo com vegetação própria de determinada região é uma das formas mais eficientes de proteção da nascente.

Para o programa alcançar êxito, no entanto, é necessário o engajamento dos agropecuaristas brasileiros. “Fica a cargo do produtor rural a tarefa de proteger e preservar as nascentes existentes em sua propriedade, em benefício próprio e também de toda a sociedade, levando em conta até a questão da regularização ambiental”, reforça Vila Verde.

Ele destaca ainda a necessidade de compreensão dos riscos envolvidos com as práticas que causam danos à natureza. “Os produtores rurais precisam entender que as nascentes dos rios e córregos são necessárias para o funcionamento hídrico das bacias, garantindo a sobrevivência do seu próprio negócio.”

EXPERIÊNCIA

De acordo com Vila Verde, em todos as localidades de Goiás em que o programa é apresentado, há produtores que já executaram alguns dos passos preconizados pelo programa da CNA/Senar. Alguns resultados positivos puderam ser vistos, como, por exemplo, o aumento da vazão de cursos d’água ou a perenidade deles.

“Além de promover a proteção das nascentes, outro objetivo do programa é dar visibilidade a estas ações já executadas pelos produtores, mostrando que eles são os maiores interessados na preservação do meio ambiente”, comenta o técnico adjunto.

Para participar do Programa Nacional de Proteção de Nascentes, Vila Verde explica que o município pode fazer um levantamento quantitativo de suas nascentes e de suas necessidades e, a partir dos cinco passos, propor a sua proteção.

“O produtor participa, como maior interessado, na execução física e financeira dos passos. Caso necessite de orientação técnica, o Senar, em conformidade com a sua missão de ‘educação profissional e capacitação de produtores e trabalhadores rurais’, poderá auxiliá-lo por meio dos treinamentos de recuperação da mata ciliar e áreas degradadas e de construção de cercas.”

 

Por equipe SNA/RJ

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp