Boletins agrometeorológicos podem ajudar na negociação de prazos e resgate de seguro

“em uma eventual frustração de safra, eles servirão como informações a mais para os agricultores e para as instituições financeiras no momento de negociar prazos e resgatar o seguro agrícola”, explica o pesquisador Jorge Lulu, da Embrapa Agrossilvipastoril. Foto: Divulgação
Em uma eventual quebra de safra, os boletins agrometeorólicos servirão como informações a mais para os agricultores e para as instituições financeiras no momento de negociar prazos e resgatar o seguro agrícola, destaca o pesquisador Jorge Lulu, da Embrapa Agrossilvipastoril. Foto: Divulgação

A partir da safra 2016/17, produtores rurais de Mato Grosso passam a contar com boletins agrometeorológicos durante o ciclo agrícola. Segundo a Embrapa Agrossilvipastoril (MT), responsável por este trabalho, o objetivo é oferecer subsídios para o setor produtivo e agentes financiadores sobre a situação das chuvas no Estado, além da disponibilidade hídrica no solo. A partir daí, será possível negociar prazos e resgatar o seguro rural, com “provas materiais nas mãos” sobre eventuais prejuízos na lavoura, causados pelo clima.

Pesquisador da estatal no município mato-grossense de Sinop, Jorge Lulu explica que “os boletins tratarão, exclusivamente, do monitoramento agrometeorológico, ou seja, serão apresentados dados apenas do que ocorreu e não assuntos relacionados à previsão do tempo”. Para este caso, existem outros órgãos que servem para consulta, como o Sistema de Monitoramento Agrometeorológico Agritempo e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

“É muito difícil dimensionar ou quantificar os reais impactos de um boletim agrometeorológico – tanto os de monitoramento como os de previsão –, em determinada safra, porque isto depende de inúmeros outros fatores”, ressalta Jorge.

De acordo com ele, “é preciso ter em mente que os boletins da Embrapa Agrossilvipastoril serão uma importante ferramenta para que o produtor e todos os envolvidos no setor produtivo tenham mais conhecimento do que vem ocorrendo no contexto agrometeorológico, em todo o Estado de Mato Grosso, nas principais regiões produtoras”, salienta.

A partir da elaboração destes boletins, reforça o pesquisador, “em uma eventual frustração de safra, eles servirão como informações a mais para os agricultores e para as instituições financeiras no momento de negociar prazos e resgatar o seguro agrícola”.

 

SAFRAS

Os boletins em MT serão elaborados em três momentos: o primeiro, nos dez primeiros dias de outubro, quando começa o plantio no Estado; o segundo, em janeiro, perto da colheita da soja; e o terceiro, na segunda safra de milho (safrinha), no mês de maio. As datas exatas, conforme a Embrapa Agrossilvipastoril, podem variar assim que surgirem demandas específicas ou a partir da ocorrência de eventos meteorológicos extremos, como estiagem prolongada ou excesso de chuvas.

Os dados dos boletins serão coletados na estação meteorológica do campo experimental da Embrapa, em Sinop, do Agritempo e do Inmet. Neste início, as informações vão apresentar a anomalia das chuvas e o balanço da disponibilidade de água no solo. Depois, outros dados oriundos de imagens por satélite e sensoriamento remoto devem ser acrescentadas a este trabalho.

Ao fim da coleta de informações, os boletins serão divulgados no site da estatal, em uma publicação da série “Documentos da Embrapa”.

 

INTERESSE

O interesse por parte dos bancos e de produtores rurais surgiu após a Embrapa Agrossilvipastoril elaborar, em dezembro do ano passado, um boletim agrometeorológico para a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), referente à última safra do grão.

“De forma semelhante ao que foi feito no relatório para a Aprosoja, os próximos boletins terão como conteúdo principal os seguintes mapas: das chuvas em si, das anomalias de chuva (ou seu desvio em relação à média histórica), de armazenamento de água no solo, balanço hídrico (apontando regiões com déficit ou excesso hídrico no solo), etc.”, pontua o pesquisador.

Além dos mapas, fornecidos pelo Inmet e/ou Agritempo, também serão apresentados, na forma de tabelas, os dados coletados pela estação meteorológica automática da Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop, bem como os gráficos do balanço hídrico de água no solo, calculados com os dados de chuva e temperatura do ar daquela estação.

 

SOBRE PREVISÃO DO TEMPO

Jorge ainda reforça: “É importante ressaltar que, como não será abordada a previsão do tempo, não deve ser esperado que os produtores utilizem o conteúdo dos boletins em suas tomadas de decisão sobre datas de plantio, mas como acompanhamento da situação agrometeorológica em sua região e em todo o Estado de Mato Grosso”.

Neste sentido, o pesquisador orienta que todas as ações de caráter preventivo deverão se basear, exclusivamente, nas informações sobre a previsão do tempo divulgadas pelos principais centros de meteorologia do País, como o Inmet e o CPTEC/INPE (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Ambos os órgãos disponibilizam suas informações meteorológicas e agrometeorológicas em suas páginas oficiais na internet: www.inmet.gov.brwww.cptec.inpe.br.

 

Por equipe SNA/RJ

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