BNDES lança linhas de capital de giro e apoio a empresa em recuperação

O ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, e a presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos, anunciaram nesta quinta-feira, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o lançamento de duas linhas de crédito para socorrer pequenas, médias e grandes empresas em dificuldades. Uma das iniciativas facilita o acesso a linhas de capital de giro, enquanto a outra tem como foco a revitalização de ativos. O volume de recursos disponível para as duas linhas soma R$ 9 bilhões.

O ministro ressaltou que são recursos disponíveis do BNDES, e não haverá aporte de recursos do Tesouro Nacional. “Uma linha visa à melhoria das condições de financiamento para capital de giro, e uma segunda é voltada para melhorar as condições de recuperação de empresas que estejam em dificuldade, especialmente em recuperação”, explicou Oliveira. O objetivo é garantir que tenham mais liquidez e consigam atravessar esse momento turbulento.

A primeira linha de capital de giro já existe, é o Progeren, que foi readequado para a crise econômica. A dotação foi elevada para R$ 10 bilhões. Mas como já foram consumidos R$ 6 bilhões desse volume, restam R$ 4 bilhões para essa linha. O prazo de financiamento é de cinco anos, e a linha é feita em parceria com agentes financeiros.

A segunda linha visa à revitalização de ativos e tem dotação orçamentária de R$ 5 bilhões. Segundo o ministro, o foco é estimular a aquisição, por empresas saudáveis, de ativos de empresas que estão em recuperação judicial.

“O crédito será para que uma empresa saudável compre parcialmente ou todo o ativo da empresa em recuperação judicial”, explicou Maria Sílvia. Ela salientou que no Brasil, apenas 1,1% das empresas saem desse processo num prazo de seis a dez anos. Enquanto nos países desenvolvidos, esse número chega a 20%, que se livram dessa condição no prazo de dois anos.

Segundo Dyogo, a nova linha do BNDES de apoio à compra de empresas em recuperação judicial, assim como a de capital de giro, não contará com nenhum tipo de equalização da taxa de juros ou aportes de recursos pelo Tesouro Nacional.

Durante apresentação das medidas, Maria Silvia, explicou que o banco promoveu uma redução dos custos financeiros da linha de capital de giro a empresas de todos os portes do Programa BNDES de Apoio ao Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda (BNDES Progeren).

Com isso, segundo ela, o custo total do crédito para a micro e pequena empresa cai de 10,2% para 9,5% ao ano. Para a média empresa, recuou de 14,61% para 13,06% ao ano e para grande empresa de 17,11% para 16,61% ao ano.
Essa linha de crédito teve seu orçamento elevado de R$ 7,7 bilhões para R$ 10 bilhões, sendo que R$ 7 bilhões serão destinados para micro, pequenas e médias empresas com faturamento anual de até R$ 90 milhões. Maria Silva, no entanto, destacou que já foram utilizados R$ 6 bilhões desse orçamento.

No caso da linha criada para ajudar empresas saudáveis a adquirem parte ou a integralidade de empresas em recuperação judicial, Maria Silvia disse que serão destinados R$ 5 bilhões. A linha terá duração de um ano. Mas, o empréstimo terá um prazo de até dez anos. Ela disse que a destinação de R$ 5 bilhões para essa linha é relevante, mas esse valor poderá ser ajustado conforme a demanda.

Questionada se a linha de crédito seria destinada para ajudar a Oi, empresa de telefonia em recuperação judicial, a presidente do BNDES não respondeu diretamente e ressaltou, apenas, que a linha de crédito é voltada para quem vai comprar empresas em recuperação judicial.

Nesta nova linha, a taxa de juros será de mercado e o custo financeiro, equivalente ao crédito preexistente do BNDES junto à empresa vendedora do ativo, limitado, nesta segunda hipótese, ao valor do referido crédito.

 

Fonte: Valor

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