Balanço: ABPA prevê crescimento para os setores de aves e suínos em 2015

Da esquerda para direita: Ariel Antônio Mendes (diretor de Produção da ABPA), Rui Vargas (vice-presidente de Suínos), Francisco Turra (presidente-executivo), Ricardo Santin (vice-presidente de Aves) e  José Perboyre (diretor administrativo), após coletiva sobre balanço da avicultura e suinocultura em 2014 e previsões para o ano que vem. Foto: Divulgação ABPA
Ariel Antônio Mendes (diretor de Produção da ABPA), Rui Vargas (vice-presidente de Suínos), Francisco Turra (presidente-executivo), Ricardo Santin (vice-presidente de Aves) e José Perboyre (diretor administrativo), após coletiva sobre balanço da avicultura e suinocultura em 2014 e previsões para o ano que vem. Foto: Divulgação ABPA

A expectativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade que representa os setores de avicultura e suinocultura no País, é de otimismo com expectativa de expansão de vendas no mercado externo e aumento do consumo doméstico em substituição à carne bovina. A previsão de alta das exportações de frango é de 3% a 4%, um incremento de 4,839 milhões de toneladas. Para a carne suína, embora a perspectiva seja de estabilidade, a instituição vislumbra um potencial de crescimento das exportações em até 559 mil toneladas.

Com o aumento da receita das exportações de aves e suínos, puxada pela demanda russa, o setor de proteína animal volta suas atenções para a China. Nesse sentido, o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, cita a habilitação de cinco novas plantas de frango e a previsão de mais oito em 2015,  totalizando 36 plantas do país asiático, cada uma representando, potencialmente, oito a dez toneladas exportadas.

Além de Camboja e Taiwan, que podem evoluir para abertura de mercado, ele acena para uma possível retomada do comércio com a Indonésia. “Olhando a avicultura no mundo, o Brasil está em outro patamar, abrindo caminho. Nossas empresas estão ganhando espaço. Temos proteína na mão (aves e suínos). Proteína é melhor que petróleo”, avalia Turra.

“Como não temos certeza sobre a manutenção do volume das importações russas nos mesmos patamares deste ano, estamos trabalhando de forma agressiva na reabertura de negociações com os mercados da África do Sul e Coreia do Sul, na expansão da China e do Japão, e na abertura do comércio com Austrália e Canadá, além de continuar apostando nos Estados Unidos”, destaca o vice-presidente de Suínos da ABPA, Rui Eduardo Saldanha Vargas.

FRANGO

Em 2014, a receita das vendas externas de frango (inteiro, cortes, processados e congelados) está prevista para fechar em US$ 7,94 bilhões, 2,4% acima do ano passado. De janeiro a novembro, as exportações de frango totalizaram 3,65 milhões de toneladas, o equivalente a US$ 7,28 bilhões. Em volume, a previsão é de 3,99 mil toneladas, 2,5% acima de 2013.

O Oriente Médio puxou as importações de carne de frango, com 1,25 milhão de toneladas entre janeiro e novembro deste ano, o que representou uma queda de 5,8% em relação ao mesmo período de 2013. O destaque ficou com a Arábia Saudita, que absorveu 592,28 mil toneladas.

Em 2014, o faturamento das exportações da avicultura brasileira – carne de frango, peru, patos e de outras aves, além de ovos, ovos férteis e material genético – pode alcançar US$ 8,6 bilhões, o equivalente a R$ 20,11 bilhões. “O resultado deve-se ao bom ritmo das exportações de carne de frango, somado à performance das vendas de ovos férteis e material genético”, ressalta Turra.

A ABPA estima a produção de carne de frango em 12,65 milhões de toneladas, 2,8% acima de quase 12,31 milhões de toneladas obtidas no ano passado, para um consumo per capita anual de 43 quilos. “Esse resultado reflete a recuperação da produção que havia caído em razão das crises internacionais”, destaca o vice-presidente de Aves da ABPA, Ricardo Santin.

Em outubro deste ano, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou estimativa que aponta o Brasil como o segundo maior produtor de carne de frango do mundo em 2015, ultrapassando a China. O avanço brasileiro é resultado do aumento da produção ao redor de 3,5% (de 12,68 milhões de toneladas, em 2014, para 13,115 milhões de toneladas no ano que vem), além do estacionamento na produção chinesa, que deve ficar em 13 milhões de toneladas, o mesmo patamar do ano anterior.

SUÍNOS

De acordo com a ABPA, o ano de 2014 marcou a recuperação da suinocultura brasileira, que elevou a produtividade e conseguiu melhores preços no mercado interno em razão da menor oferta. “A carne suína levou vantagem na concorrência com a carne bovina, em função de preços mais atraentes”, salienta Turra.

Segundo Vargas, vice-presidente de Suínos da entidade, no acumulado de janeiro a novembro deste ano, os preços internacionais da carne suína aumentaram 24,1%, com média de US$ 3,25 mil por tonelada no período. “A reação deve-se à queda na produção mundial, em decorrência de problemas sanitários em importantes países produtores”, analisa.

As exportações brasileiras de carne suína neste ano devem totalizar 505 mil toneladas, o que pode resultar em uma retração de 2,4% sobre as 517,33 mil toneladas obtidas em 2013. A ABPA estima a receita das vendas externas em US$ 1,7 bilhão, ante US$ 1,36 bilhão do ano passado, o que deve significar uma evolução de 25%.

De janeiro a novembro, as vendas externas da suinocultura nacional somaram 455,82 mil toneladas e a receita US$ 1,48 bilhão, uma queda de 5% no volume e aumento de 17,9% no valor, respectivamente, na comparação. A Rússia liderou as compras com 172,97 mil toneladas, o equivalente a 37,9% em volume e US$ 766,03 milhões em receita, registrando uma evolução de 101,5%, reflexo do aumento dos preços internacionais do produto.

A ABPA estima a produção brasileira de carne suína em 3,47 milhões de toneladas, um aumento de 1,255 milhões de toneladas em relação às 3,41 milhões de toneladas obtidas no ano passado.  O consumo per capita é de 14,6 quilos e a previsão é chegar a 15% em 2015.

Por equipe SNA/SP

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