Balança comercial brasileira no 1º semestre tem melhor resultado em 29 anos

Balança comercial do agro: soja em grão teve alta de 20% no primeiro semestre deste ano, em comparação a igual período de 2016. Foto: Divulgação

A balança comercial brasileira no primeiro semestre teve o melhor desempenho em 29 anos, segundo dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), nesta segunda-feira, quatro de julho. De acordo com o órgão, o superávit, que é a diferença entre as exportações e importações, obteve um saldo de US$ 36,2 bilhões no período.

As vendas externas somaram, de janeiro a junho de 2017, US$ 107,7 bilhões; e as compras internas totalizaram US$ 71,5 bilhões. Conforme o Ministério, houve um salto de 53,1% em comparação aos seis primeiros meses do ano passado. No acumulado de 12 meses, os resultados também são favoráveis: balança positiva em US$ 60,2 bilhões.

No primeiro semestre deste ano, em relação ao de 2016, os três grupos de produtos vendidos lá fora tiveram um incremento importante: os básicos cresceram, chegando à marca de US$ 52,458 bilhões; os semimanufaturados subiram 17,5% (US$ 15,052 bilhões); e os manufaturados registraram um aumento de 10,1% (US$ 37,667 bilhões).

 

MAIS VENDIDOS

Com relação à exportação de produtos básicos, houve um crescimento de receita de petróleo em bruto (alta de 128,2%), minério de ferro (+82,7%), carne suína (+29%), soja em grão (+20%), minério de cobre (+19,9%), café em grão (+9,0%) e carne de frango (+7,3%).

Para o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o superávit recorde, obtido na balança comercial no primeiro semestre, está diretamente vinculado às exportações de commodities, em especial do agronegócio, representado pelo complexo soja, açúcar, carnes e café.

 

Presidente da AEB, José Augusto de Castro destaca que o superávit recorde da balança comercial, no primeiro semestre, está diretamente vinculado às exportações de commodities, em especial do agronegócio. Foto: Divulgação

“O ano de 2017 será mais um ano em que o campo será a salvação da lavoura no comércio exterior brasileiro, independente da taxa cambial vigente. Isso porque, para o agro, a taxa de câmbio é apenas um fator de rentabilidade, pois sua elevada competitividade garante a presença do Brasil no mercado internacional”, comenta Castro, em entrevista à equipe SNA/RJ.

 

CONTA-PETRÓLEO

Vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Hélio Sirimarco concorda e acrescenta: “Além da soja, açúcar, café, carnes, celulose e minério, principais produtos da pauta de exportação, a surpresa foi a conta-petróleo, normalmente deficitária, que contribuiu para o resultado positivo recorde da balança comercial no primeiro semestre”.

Dados do MDIC mostram que, de janeiro a junho deste ano, o Brasil teve um saldo positivo de US$ 3,334 bilhões no conjunto de operações com petróleo e derivados, conhecido como conta-petróleo. No mesmo período de 2016, o desempenho foi ruim, ao registrar um déficit de US$ 957 milhões.

 

“Além da soja, açúcar, café, carnes, celulose e minério, principais produtos da pauta de exportação, a surpresa foi a conta-petróleo, normalmente deficitária”, destaca Hélio Sirimarco, vice-presidente da SNA. Foto: Arquivo SNA

SOJA

Conforme Sirimarco, é importante ressaltar que, no primeiro semestre deste ano, as vendas externas do país relacionadas à soja, commodity do agronegócio mais comercializada no exterior, totalizaram 45,5 milhões de toneladas.

“Esse é o maior volume já registrado, em um primeiro semestre, desde o início das exportações da soja pelo Brasil”, ressalta o vice-presidente da SNA.

 

Por equipe SNA/RJ

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