Avicultura se prepara para um ano de baixo crescimento e foco na competitividade

Avicultura brasileira teve um bom desempenho em 2015 – ano em que ampliou em 5% as exportações e manteve a liderança mundial, respondendo por 37% do mercado internacional dessa carne. Mas as projeções para 2016 esbarram na crise do milho que eclodiu neste mês de fevereiro, fazendo com que o mercado fique pessimista. Foto: Divulgação
Avicultura brasileira teve um bom desempenho em 2015 – ano em que ampliou em 5% as exportações e manteve a liderança mundial, respondendo por 37% do mercado internacional dessa carne. Mas as projeções para 2016 esbarram na crise do milho que eclodiu neste mês de fevereiro, fazendo com que o mercado fique pessimista. Foto: Divulgação

Apesar do bom desempenho da avicultura brasileira em 2015 – ano em que ampliou em 5% as exportações e manteve a liderança mundial, respondendo por 37% do mercado internacional dessa carne – as projeções para 2016 esbarram na crise do milho que eclodiu neste mês.

“Será um ano de crescimento modesto e resultados menores, exigindo foco no aumento da eficiência produtiva e na competitividade”, na avaliação do presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), José Antônio Ribas Júnior.

A ACAV está preocupada com o comportamento do preço do milho e demais insumos. O ano iniciou com cotações de grãos “insuportáveis” para o setor, 50% acima dos preços praticados em outubro. O dirigente acredita que a entrada da “safrinha” segurará as cotações, mas, de qualquer forma, “neste patamar o setor projeta margens negativas para o ano.”

A maciça exportação está na raiz do problema. Ribas observa que “agregar valor aqui dentro é uma decisão inteligente. Alimentarmos nossos concorrentes externos exportando milho irá tirar oportunidades internas de investimento e crescimento. Penso que isso já seja suficiente para entendermos a importância de contingenciarmos as exportações, como qualquer País faz para proteger seus setores estratégicos.”

As projeções do presidente da ACAV para 2016 são de moderadíssimo otimismo, pois o mercado interno apresenta consumo retraído. “Precisamos estar fortalecidos em casa para sermos competitivos fora”, defende. Lembra que o agronegócio vem sustentando a balança comercial do Brasil e mantendo-se como alavanca da economia, mas, o fôlego do setor é fortemente prejudicado pela retração do consumo, restrições de créditos e taxas crescentes de juros. Acrescenta ainda as deficiências logísticas e o peso tributário que os setores produtivos carregam.

“O ano 2016 nos impõe imensos desafios. Superar a crise interna e ampliar o atendimento aos mercados de exportação é fundamental. Estas questões definirão como será este ano. Porém, é na crise que criamos as melhores soluções. Acredito fortemente em nossas competências para fazermos que o ano 2016 não seja um ano perdido.”

 

“O ano 2016 nos impõe imensos desafios. Superar a crise interna e ampliar o atendimento aos mercados de exportação é fundamental", diz o presidente da Acav, José .
“O ano 2016 nos impõe imensos desafios. Superar a crise interna e ampliar o atendimento aos mercados de exportação é fundamental”, diz o presidente da Acav, José Antônio Ribas Júnior. Foto: Divulgação

CRESCIMENTO

Dois mil e dezesseis será um ano para focar em eficiência e otimização de custos. O País precisa seguir investindo em tecnologia para manter a posição mundial em produção em quantidade e qualidade. Porém, diante da forte pressão de custos, entende que é um ano onde a prioridade não é crescer e, sim, avançar em eficiência para mitigar custos crescentes. Sanidade continua tema prioritário na agenda do setor.

Ribas lembra que o Brasil acessa cada vez mais mercados no mundo e essa fortaleza precisa da vigilância de todos o tempo todo. Costuma dizer que “custo machuca, mas sanidade mata”.

A conquista de novos mercados mundiais é prioridade em 2016. Será necessário estabelecer acordos sanitários do mercado recém-aberto da Coréia do Sul e ampliar a participação no Oriente Médio e Ásia com produtos de maior valor agregado. “Não há fronteiras para produtos competitivos e de qualidade, o que nos faz acreditar em nossas cadeias de aves e suínos”, assinala.

José Antônio Ribas Júnior deixa uma convicção: “Há muita gente para alimentar no mundo. Há oportunidades para todos, seja buscando diferenciais de qualidade, agregando valor ou simplesmente atendendo demandas básicas de consumos. Para todas estas questões, o Brasil é a resposta”.

 

Fonte: ACAV

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