Aves para a ceia estão mais caras

Francisco Turra, presidente da Ubabef: preços mais altos são reflexo da crise enfrentada pelo setor em 2012. Foto: divulgação
Francisco Turra, presidente da Ubabef: preços mais altos são reflexo da crise enfrentada pelo setor em 2012. Foto: divulgação

Com Natal e réveillon batendo à porta, o consumidor que sair em busca de carnes de aves para a ceia irá perceber uma diferença no preço dos produtos em relação ao ano passado. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o frango congelado deve ter uma variação de 10,5% em relação ao fim de 2012. Entre os itens pesquisados, o produto teve a terceira maior elevação, atrás apenas da cerveja (11,9%) e do pernil (10,7%). Mesmo assim, a expectativa do setor supermercadista é de que as vendas de frango aumentem 13,9% em relação ao último Natal.

Para o presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, o preço praticado neste fim de ano é influenciado pela crise enfrentada pelo setor no ano passado, considerada a maior da história. Resquícios dos estoques da superprodução registrada em 2011 levaram a um aumento sem precedentes nos custos de produção – o milho teve 45% de elevação e a soja, mais de 100%. “Plantas foram fechadas, empresas foram vendidas ou pediram recuperação judicial e mais de 10 mil empregos foram perdidos”, recorda o dirigente.

Com um mercado mais enxuto em 2013, uma das consequências foi o aumento dos valores dos produtos. “Considere-se, entretanto, que os preços de 2012 estavam em outra realidade, o da crise, o que pode ter influenciado para cima o resultado destas análises comparativas”, observa Turra. Ele ressalta que a instabilidade ocorrida no ano passado trouxe uma lição dolorosa para as empresas do segmento. “Agora, elas atuam de acordo com a demanda do mercado interno e externo, com estoques regulados e mais bem planejados”, acrescenta.

A cada ano, o brasileiro consome, em média, 45 kg de carne de aves. Nos meses de dezembro, algumas empresas registram aumento de consumo entre 3% e 5%. “O aquecimento das vendas ajuda a compensar leves quedas de consumo per capta comuns em início de ano, devido à suspensão do fornecimento de produtos para a merenda escolar”, avalia Turra. Ele destaca que as aves natalinas – com maior valor agregado – geram oportunidade de incrementar a receita. “São produtos com diferenciais específicos e desejados pelo mercado consumidor neste período, o que amplia a rentabilidade da cadeia produtiva no fim do ano.”

 

Por Equipe SNA/RJ

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