Avanço no conhecimento sobre agroflorestas aumenta possibilidades para agricultores

Pesquisas em torno dos sistemas agroflorestais, como o de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), têm avançado na geração de conhecimento sobre este setor, nos últimos 20 anos. Foto: Divulgação
Pesquisas em torno dos sistemas agroflorestais, como o de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), têm avançado na geração de conhecimento sobre este setor, nos últimos 20 anos. Foto: Divulgação

Nos últimos 20 anos, a pesquisa tem avançado na geração de conhecimento sobre os sistemas agroflorestais. Esta maior disponibilidade de informações oferece aos produtores rurais um leque mais amplo de opções para adoção no campo. A sistematização deste aprendizado foi o tema desta terça-feira, 25 de outubro, do 10º Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais, que segue em Cuiabá (MT) até quinta (27).

Uma conferência e três mesas redondas abordaram diferentes aspectos do aprendizado obtido por meio de experiências em todo o país. Os ganhos na pesquisa também foram destacados em uma das rodadas de palestras e debate.

Pesquisador da Embrapa Acre, Tadário Oliveira ressaltou o fato de o amadurecimento da pesquisa ter possibilitado o reconhecimento dos diferentes tipos de SAFs e dos benefícios de cada um deles. Ele citou várias alternativas como os consórcios agroflorestais, as agroflorestas sucessionais, manejo de capoeira, cabruca, cultivo em faixas, sistemas agrossilvipastoris e quintais florestais.

Para ele, experiências obtidas por centros de pesquisa, universidades e instituições que fomentam os sistemas agroflorestais estão chegando a indicadores técnicos e econômicos que comprovam não só a viabilidade dos SAFs, mas também sua lucratividade e a geração de benefícios ambientais.

“O nosso desafio é comprovar ganhos técnicos, econômicos e ambientais na comparação com sistemas convencionais. E temos visto muitos resultados demonstrando isso”, comemorou o pesquisador.

Para o professor da Esalq/USP Ciro Righi as informações disponíveis garantem aos produtores diversas possibilidades de estabelecer esses sistemas, com a oportunidade de fazer algo diferente, gerando produtos e renda, maior produtividade, oferecendo produtos fora da época e obtendo melhores preços, melhoria das áreas, entre outros benefícios.

 

SISTEMA ILPF

As aprendizagens obtidas com os sistemas agrossilvipastoris, em Mato Grosso, ou de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), como também são conhecidos, foram apresentadas pelo pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Flávio Wruck. Além de demonstrar e exemplificar as configurações possíveis com a utilização de árvores (silviagrícola, silvipastoril e agrossilvipastoil), ele repassou informações sobre o uso de diferentes espécies arbóreas no sistema.

Para o especialista, existem dois tipos de serviços oferecidos pelo componente florestal em um sistema ILPF. O primeiro é o benefício ambiental, com melhor ambiência e conforto térmico aos animais, ciclagem de nutrientes, fixação biológica de nitrogênio, drenagem do solo, fonte de alimento para gado, sequestro de carbono, entre outros.

O segundo é a adição ou substituição de renda, ou seja a árvore entrando como uma fonte de renda extra para a propriedade ou como uma atividade de maior importância econômica no sistema.

“O que vai definir as estratégias que o produtor deverá adotar é o mercado. É preciso estudar o mercado local. Nós pesquisadores e técnicos temos de ter cuidado ao divulgar e fazer recomendações””, alerta Wruck.

Como exemplo de espécies com grande potencial na geração de serviços ambientais, ele citou a acácia mangium, o nim indiano e a gliricídia. Como alternativas de adição ou substituição de renda destacou a teca, o eucalipto, o mogno africano e a seringueira.

De acordo com o pesquisador, cada espécie tem suas características biológicas, de aptidão e também de mercado. Logo, a escolha de qual utilizar e o planejamento da configuração de plantio devem ser feitos de acordo com as condições locais da propriedade.

 

O CONGRESSO

O Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais ocorre na Faculdade de Engenharia Florestal da UFMT, em Cuiabá. A programação será encerrada na sexta-feira, 28 de outubro, com duas visitas técnicas a fazendas que adotam modalidades de SAFs.

Nesta quarta-feira 926), a programação continua com minicursos, palestras e mesas redondas abordando os desafios para os sistemas Agroflorestais. Além disso, o evento conta com apresentação oral de trabalhos e exposição de pôsteres.

O Congresso Brasileiro de Sistema Agroflorestais é promovido pela Sociedade Brasileira da SAF e realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Governo de Mato Grosso por meio SEAF e Sema, Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Instituto Ouro Verde, Grupo Semente e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

 

Fonte: Embrapa Agrossilvipastoril

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