Atividade de adestradores caninos ganha força com expansão do mercado pet

Mario Dias Tremura (Foto: Divulgação)
Mario Dias Tremura (Foto: Divulgação)

 

O Brasil tem hoje o segundo maior mercado pet do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), em 2014, o crescimento do faturamento do setor deve chegar a 8,2% sobre o ano passado, atingindo o valor de R$ 16,47 bilhões.

Dados atualizados da entidade mostram que, atualmente, no Brasil existem cerca de 37,1 milhões de cães, animal de companhia ainda preferido dos brasileiros. Segundo o zootecnista Mario Dias Tremura, instrutor do curso Comportamento e Adestramento Básico para Cães, da Escola Wencesláo Bello, mantida pela SNA na Penha, no Rio de Janeiro, a evolução da vida nos grandes centros fez com que os animais que antes eram criados soltos passassem a conviver no interior das residências, gerando, por parte dos donos de bichos de estimação, novas exigências que a indústria precisou atender.

“Esse movimento pediu uma série de adaptações, como o lançamento de xampus, condicionadores e rações que melhorassem a pelagem e reduzissem odores”, exemplifica.

As transformações nas regras de convivência também passaram a demandar comportamento animal adequado às novas condições. Por isso, a área de adestramento tem acompanhado a expansão do mercado pet e é uma opção rentável para os interessados em seguir carreira.

Serviços desenvolvidos para cães são os mais procurados, mas hoje também já existem ferramentas que possibilitam o trabalho com felinos, suínos, roedores e aves, entre outros. “As novas técnicas permitem que praticamente todas as espécies sejam adestradas, de maneira eficiente e respeitando as condições de bem-estar”, conta Tremura, acrescentando que, hoje, as terapias de adestramento são coordenadas por zootecnistas, veterinários e até mesmo psicólogos.

O salário inicial de um adestrador é de cerca de R$ 2 mil, podendo variar com as regiões de atuação dos profissionais, de acordo com o zootecnista. Para quem deseja empreender, um levantamento do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas aponta que é necessário um investimento médio de R$ 32,6 mil para a abertura de uma escola de adestramento de pequeno porte.

O instrutor chama a atenção para a oferta de cursos não regulares no mercado. “Como não há uma regulamentação da profissão, há muitos curiosos nesse meio”, alerta. Por outro lado, algumas equipes especializadas já oferecem treinamento para shows, provas de trabalho e cão-guia.

SNA oferece capacitação

Está prevista para setembro uma nova turma do curso de extensão Comportamento e Adestramento Básico para Cães, que reúne aulas teóricas e práticas ministradas durante quatro sábados, totalizando carga de 16 horas.

Durante as aulas, alguns temas divulgados pela mídia são discutidos. “O adestramento é desenvolvido de uma maneira diferente da abordada nos programas de televisão, sites e até mesmo livros especializados. As pessoas vêm participar com alguns conceitos básicos e nós os desconstruímos. É muito comum meus alunos falarem que ganharam uma nova visão sobre cães pelo modelo de educação utilizado”, conta o instrutor Mario Dias Tremura.

Ao invés de impor limites aos animais, o modelo de adestramento apresentado durante o curso visa fazer com que eles superem suas limitações. “Enquanto nos sistemas tradicionais alcançamos animais educados, no nosso alcançamos animais espertos, velozes, fortes, vigorosos, saudáveis e ainda extremamente educados”, garante. Apesar da maior complexidade desse treinamento, pondera o especialista, o tempo e os esforços dedicados à atividade são menores.

Os interessados podem se inscrever pelo telefone (21) 3977-9979, ramais 4 ou 9, ou através do formulário hospedado no site da SNA (https://sna.agr.br/extensao/reserva-de-vaga/).

Por Equipe SNA/RJ

 

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