Até 2030, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta no Brasil vai atingir 20 milhões de hectares

Para o presidente da SNA, Antonio Alvarenga, os sistemas de ILPF que contemplam as espécies agrícolas, pastagem e floresta, em conjunto, precisam ser mais explorados FOTO: Paulo H. Carvalho_Casa Civil PR
Para o presidente da SNA, Antonio Alvarenga, os sistemas de ILPF que contemplam as espécies agrícolas, pastagem e floresta, em conjunto, precisam ser mais explorados. Foto: Paulo H. Carvalho/Casa Civil-PR

Embora seja uma prática antiga, a adoção no Brasil dos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) ainda é limitada. No entanto, há uma tendência de crescimento a partir do aperfeiçoamento dessa tecnologia, sobretudo na recuperação de áreas de pastagens degradadas. É o que afirma o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Antonio Alvarenga.

“Hoje, cerca de dois milhões de hectares utilizam os diferentes formatos de ILPF. A previsão é de que, até 2030, a integração seja praticada em pelo menos 20 milhões de hectares”, estima Alvarenga.

A ILPF, dentro do contexto de agricultura sustentável, é uma tecnologia que combina produção agrícola, florestas plantadas e criação animal, realizadas numa mesma área, e que pode ser implantada em cultivo consorciado, rotação ou sucessão. O sistema tem sido adotado com maior frequência nas regiões Centro-Oeste e Sul.

De acordo com o presidente da SNA, os sistemas de ILPF que contemplam as espécies agrícolas, pastagem e floresta, em conjunto, precisam ser mais explorados. “Grande parte dos pecuaristas prefere implantar apenas a ILP, deixando o florestamento para uma etapa posterior, tendo em vista as características de longo prazo das florestas plantadas”, explica.

VANTAGENS

Além da recuperação de áreas degradadas (que hoje somam 50 milhões de hectares, segundo especialistas), a Integração, de acordo com o presidente da SNA, apresenta diversas vantagens, dentre elas, o aumento da matéria orgânica no solo, a redução no uso de agroquímicos, a conservação dos recursos hídricos, a promoção da biodiversidade, a melhoria do bem-estar animal, a fixação de carbono e a redução da emissão de gases do efeito estufa.

“A ILPF constitui uma alternativa econômica e sustentável para diversificar a renda dos produtores, podendo ser adotada em grandes, médias e pequenas propriedades rurais. O sistema também contribui para a manutenção e a recuperação das Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal”, complementa Alvarenga.

PRODUTIVIDADE E TECNOLOGIA

Nos últimos anos, o agronegócio tem conquistado sucessivos ganhos de produtividade com os avanços tecnológicos. “De 1990 a 2015, enquanto a produção de grãos aumentou 245 %, a área plantada teve crescimento inferior a 50%”, observa o presidente da SNA.

Para ele, esses números tem sido obtidos graças ao desenvolvimento e à aplicação de tecnologias apropriadas, “sobretudo com a incorporação ao processo produtivo de regiões do Cerrado, que se transformará em um dos mais promissores celeiros de produção de grãos”.

Atualmente, a Embrapa desenvolve tecnologias com diversas possibilidades de combinação entre os componentes agrícola, pecuário e florestal.

Já o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), do Ministério da Agricultura, incentiva a implantação dos sistemas de integração ILPF, com linhas de financiamento em condições favoráveis.

 

Por Equipe SNA/RJ

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp