Área de plantio de algodão pode recuar até 2,3% na safra 2015/16, aponta Conab

A primeira intenção de plantio da lavoura de algodão aponta para uma redução na área plantada, variando de 2,3 a 0,1% na temporada 2015/16. Essa redução foi influenciada pela atual conjuntura adversa, tanto interna quanto externa, onde os estoques internacionais elevados promovem impactos negativos nos preços da pluma. Conforme primeiro levantamento da safra brasileira de grãos 2015/16 divulgado nesta sexta-feira (09.10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o plantio de algodão deve variar de 993,5 a 1.016,1 mil hectares. Isto representa uma redução média de 1,2% em relação ao ocorrido no exercício anterior.

A Região Centro-Oeste, principal produtora da fibra, deverá apresentar uma pequena elevação na sua área plantada, variando de 635 a 647,6 mil hectares, contra 630,8 mil plantados na temporada recém-encerrada. O Mato Grosso, maior produtor nacional da fibra, apresentará um incremento médio de 2% na área, Goiás está previsto reduzir o plantio em 2%, comparado ao da safra recém-colhida e o Mato Grosso do Sul deverá, praticamente manter a área utilizada neste ano.

No Mato Grosso, maior produtor nacional, no decorrer da finalização da colheita da safra 2015 já havia a expectativa positiva de que a área de plantio fosse mantida ou que houvesse uma pequena ampliação. Os elevados custos de produção do algodão, ainda mais acentuados nesta safra, por conta da alta do dólar, não resultaram em impactos que abalassem a confiança do produtor. O plantio do algodão de primeira safra tem previsão para iniciar em dezembro, lembrando que neste ano foi prorrogado o período do vazio sanitário no estado, para o dia 30 de novembro.

O plantio da segunda safra deverá ocorrer em janeiro e fevereiro de 2016, a depender da normalização do atual quadro de escassez hídrica. De acordo com fontes locais, existe o risco de que o plantio do algodão primeira safra seja prorrogado até o final de dezembro de 2015, podendo comprometer a janela de plantio das culturas de segunda safra no estado.

No Mato Grosso do Sul, para a próxima safra, há uma tendência de manutenção da área plantada, a despeito dos bons preços praticados no mercado local para a sua principal concorrente, a cultura da soja, além do elevado custo de produção do algodão em decorrência da alta do dólar. A região norte do estado, compreendida pelos municípios
de Chapadão do Sul, Costa Rica e Alcinópolis, encontra-se no período de vazio sanitário, que se estende até 30 de novembro, ou seja, mesmo que haja precipitação favorável e condições adequadas de solo, não é possível o plantio.

Vale ressaltar que a prática do vazio sanitário tem um embasamento legal, onde preconiza que o solo esteja sem plantas vivas de algodão, quebrando o ciclo das principais pragas e doenças que acometem a cultura da safra seguinte. Para tanto, a prática da destruição das soqueiras já foi iniciada e deve continuar em outubro, com o plantio devendo ocorrer em dezembro. No centro sul do estado, o vazio sanitário já se findou, de forma que os produtores de Aral Moreira e Sidrolândia já iniciaram o plantio, uma vez que para sua consecução, ainda dependem da estabilidade das precipitações.

O plantio do algodão em Goiás está previsto reduzir em média 2% nesta safra. O seu plantio, em função do vazio sanitário para controle do bicudo do algodoeiro, está previsto iniciar durante novembro em alguns municípios produtores. Até o presente momento fontes consultadas relatam informações escassas a respeito da área estimada para plantio com algodão primeira e segunda safras no estado, quando informam que a cotonicultura perderá área para a soja devido às expectativas otimistas com a oleaginosa.

Na Região Sudeste a área de cultivo de algodão em Minas Gerais, principal produtor regional, está estimada atingir 18,8 mil hectares, sinalizando uma manutenção em relação aos números observados na safra passada. O plantio de algodão em Minas Gerais tem início apenas a partir de 20 de novembro, quando encerra o período de vazio sanitário, instituídos como medida fitossanitária para prevenção e controle do bicudo e também para proteger a produção mineira dos prejuízos ocasionados pela praga.

Na Região Nordeste, segunda maior produtora do país, o algodão deverá sofrer redução média de 6,8% na sua área plantada, em sintonia com o que está previsto ocorrer na Bahia, principal produtor regional e segundo produtor nacional, que deverá apresentar uma redução média de 7,5% em relação ao plantio passado.

No Maranhão a área do algodão está concentrada nos municípios situados no entorno de Balsas, extremo sul do estado e até o presente momento não houve alteração na perspectiva de alterar a área a ser plantada. A cultura do algodão é explorada apenas nos municípios de Alto Parnaíba, Balsas e Tasso Fragoso, todos localizados no extremo sul do Maranhão, sendo os dois últimos os que apresentam maior representatividade. O início do plantio está
previsto para dezembro, com finalização em janeiro.

 

Fonte: Conab – Companhia Nacional de Abastecimento

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