ANEC pode rever previsão de exportação de milho do Brasil após quebra de safra

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) manteve nesta sexta-feira a sua estimativa de exportação de milho pelo Brasil em 2016 de 23 milhões de toneladas, mas disse que a quebra de safra pela seca traz incertezas sobre a possibilidade de esse número vir a ser alcançado.

“Previsões mais acertadas quanto à exportação de milho para o restante do ano são inviáveis no momento”, disse a ANEC, ao comentar sobre o segundo semestre.

No mês passado, a ANEC já havia revisado em 7 milhões de toneladas a estimativa de exportação de milho do Brasil neste ano, após notícias sobre a quebra de safra. Em 2015, o País exportou um volume recorde de 30.75 milhões de toneladas, segundo a associação.

Para a ANEC, há incertezas quanto à real situação da segunda safra de milho em importantes produtores, especialmente Mato Grosso e Goiás, onde algumas regiões registraram perdas significativas na produção em função do clima.

O tamanho da safra será importante para a revisão dos números de exportação.

Em seu último levantamento, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu para 76.2 milhões de toneladas a projeção da safra brasileira 2015/16, queda de cerca de 10% em relação a temporada passada por conta do clima seco. Mas aquele volume não considerou, por exemplo, o efeito de recentes geadas no Paraná.

Em junho, as exportações do cereal somaram apenas 131.000 toneladas de milho, segundo a ANEC, que disse que historicamente os volumes são baixos no mês, com embarques mais intensos a partir de julho.

Segundo a ANEC, para atingir a previsão de aproximadamente 23 milhões de toneladas no ano, o País teria que exportar cercar de 15 milhões de toneladas no segundo semestre, após embarques de 7.6 milhões de toneladas na primeira metade do ano, o que representou um aumento de 117% em relação ao mesmo período em 2015.

Exportações mais fortes no segundo semestre, entretanto, podem não se confirmar, uma vez que as vendas no mercado interno estão mais interessantes, após os preços terem atingido níveis recordes.

Além disso, muitas vendas antes contratadas para o exterior estão sendo redirecionadas para o mercado doméstico, o que até colaborou para esfriar os preços do milho, que ainda assim estão em patamares historicamente elevados.

A recente queda nos preços internos levou até mesmo o governo a indicar a não realização de venda de 500.000 toneladas dos estoques públicos, previamente anunciada para pressionar os preços, conforme antecipou a Reuters na véspera.

 

 

 

Fonte: Reuters

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