Agro precisa ‘crescer e não recuar’, afirma secretário de Política Agrícola do Mapa

Neri Geller, secretario nacional de Politica Agricola do Ministerio da Agricultura, Pecuaria e Abastecimento, durante 6º Congresso Andav, SP. Foto: Divulgação
Secretário Nacional de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller ministra palestra durante abertura do 6º Congresso Andav, em SP. Foto: Divulgação

A expectativa do agronegócio brasileiro “é crescer e não recuar”. A previsão foi feita pelo secretário Neri Geller, da Secretaria Nacional de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na palestra de abertura do 6º Congresso Andav. Promovido pela Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), o encontro foi realizado entre os dias 15 e 17 de agosto, na capital de São Paulo.

Segundo Geller, para que este cenário positivo para o agronegócio se confirme, além de direcionar recursos – cerca de R$ 1,9 bilhão, a partir de janeiro de 2017, por parte do governo federal – para recompor estoques públicos de produtos agrícolas, é de fundamental importância a participação maciça da indústria, como as de insumos agrícolas e veterinários.

De acordo com a Andav, organizadora do congresso, este setor movimenta 70% do negócio de proteção de cultivos e de seus associados. No ano passado, a receita superou a marca dos R$ 34 bilhões.

“A expectativa é de que a agricultura cresça cerca de 10% na safra 2016/17, favorecendo os setores de fertilizantes, defensivos e sementes, que devem ampliar seu faturamento e volumes entregues na mesma proporção”, previu o presidente executivo da Andav, Henrique Mazotini.

De acordo com ele, o defensivo é o último insumo a ser adquirido pelo produtor e, por isto, acabou sendo o mais afetado neste ano: “As incertezas do cenário econômico brasileiro e a oscilação cambial influenciaram a decisão dos produtores sobre a aquisição de defensivos”.

Ele ainda ressaltou que, até o momento, foram comercializados 50% do volume total de defensivos previsto para o ciclo agrícola 2016/17, enquanto, no ano passado, as vendas destes mesmos insumos já superavam 80% do total.

Em relação ao segmento de sementes, Mazotini relatou que as vendas, até o momento, seguem normais. “O ritmo da comercialização é semelhante ao verificado na safra 2015/16 e já atingiu 80% do volume previsto para o ciclo 2016/17”, calculou.

 

“A expectativa é de que a agricultura cresça cerca de 10% na safra 2016/17, favorecendo os setores de fertilizantes, defensivos e sementes, que devem ampliar seu faturamento e volumes entregues na mesma proporção”, previu o presidente executivo da Andav, Henrique Mazotini. Foto: Divulgação
“A expectativa é de que a agricultura cresça cerca de 10% na safra 2016/17, favorecendo os setores de fertilizantes, defensivos e sementes, que devem ampliar seu faturamento e volumes entregues na mesma proporção”, previu o presidente executivo da Andav, Henrique Mazotini. Foto: Divulgação

DEMANDAS DO SETOR

Durante o evento, a Andav entregou as demandas do setor ao secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, para ser encaminhadas ao Ministério da Agricultura. Mais incentivos à contratação do seguro agrícola e acesso ao crédito rural foram algumas das reivindicações do setor de distribuição de insumos agrícolas e veterinários.

“Entendemos que o crédito, nos moldes atuais, é antiquado e não contempla a distribuição”, justificou Mazotini. “Também precisamos de seguros mais adequados ao agronegócio”, acrescentou.

Geller, por sua vez, afirmou que os pleitos encaminhados pelo setor de distribuição fazem parte das ações do Mapa: “Nossa atenção está voltada para o crédito rural, principalmente em função da quebra da safra e da crise econômica e política, para viabilizar a próxima safra”.

 

CICLO DE PALESTRAS

O Congresso Andav contou com um ciclo de palestras com o tema principal o Cenário Político, Econômico e Financeiro e Tendências Nacionais e Internacionais do Setor. O gerente do departamento de agronegócios da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Antônio Carlos Costa, abordou os Aspectos econômicos e políticos e seus impactos no agronegócio.

Segundo Costa, além de uma pequena melhora na economia nacional, há algo mais importante a ser comemorado. “Nesse primeiro momento, o acontecimento mais positivo é a retomada da confiança no setor”, destacou lembrando que essa recuperação do otimismo é fundamental para uma estabilidade futura.

Segundo a diretora de Rural Bank do Rabobank, Fabiana Alves, que abordou as Mudanças no Cenário do agronegócio nacional e seus impactos para a concessão de crédito, o agronegócio representa um quarto do PIB nacional e o setor precisa de financiamentos para continuar crescendo.

“Em razão do aumento de confiança no agro, juntamente com um índice menor de inadimplência se comparado a outros setores, existe uma probabilidade maior de acesso aos financiamentos. Essas características do agro, credenciam o setor a ter uma facilidade maior no relacionamento com os bancos para liberação de créditos para investimento”, enfatizou.

 

GARGALOS

O economista e fundador da MB Associados, José Roberto Mendonça de Barros, destacou a competitividade do setor, mesmo com alguns gargalos a serem resolvidos. “A nossa agricultura é o único segmento importante da economia que continua a progredir e elevar sua produtividade”, analisou.

Barros mencionou a necessidade de avanços em infraestrutura, logística e sanidade, por exemplo, para que o setor possa alavancar de fato. “Temos o grande desafio de produzir e exportar produtos de melhor qualidade e com tecnologia de ponta, mas precisamos avançar em alguns aspectos”, argumentou Barros, destacando a agricultura de precisão e sistemas de rastreabilidade como alguns dos pontos a serem melhorados.

 

Por equipe SNA/SP

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp