Agricultura de precisão alcança novo patamar tecnológico com uso de drones em MS

Leonardo Carlotto: “As imagens fornecidas pelo drone identificam com maior rapidez onde é necessário combater pragas ou receber reforço na adubação.” Crédito: João Carlos Castro/Sistema Famasul
Leonardo Carlotto: “As imagens fornecidas pelo drone identificam com maior rapidez onde é necessário combater pragas ou receber reforço na adubação”. Crédito: João Carlos Castro/Sistema Famasul

A Aprosoja-MS (Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) e a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) firmaram parceria para a utilização de drones (veículos aéreos não tripulado) para monitoramento das lavouras de soja do Estado. Segundo o analista de grãos do Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Leonardo Carlotto, as imagens captadas pelo aparelho vão ajudar nas análises do Siga (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), desenvolvido pela Aprosoja-MS, disponibilizado no site da instituição, com informações sobre a cultura, atualizadas por meio de análises de imagens de satélite.

Carlotto aponta como principais vantagens da utilização dos drones no monitoramento das lavouras a precisão das informações e a rapidez de resposta para  a tomada de decisões. “Além de fornecer dados mais precisos, essa tecnologia também oferece melhor controle”, esclarece.

A área escolhida, no município de Campo Grande, está sendo acompanhada semanalmente. “No projeto, vamos verificar a progressão do plantio, falhas na plantação, falta ou excesso de água, presença de ervas daninhas, surgimento de pragas, etc.”, explica. “As imagens fornecidas pelo drone identificam com maior rapidez onde é necessário combater pragas ou receber reforço na adubação”, destaca.

O analista acrescenta que os resultados da pesquisa também fornecerão dados para mensurar a economia alcançada, lucro, rendimento e aumento na produção. “Ou seja, teremos subsídios para analisar o custo benefício do investimento com o equipamento, e se vale a pena para o produtor”, diz. De acordo com o Carlotto, o preço do drone varia de R$ 10.000 a R$ 100.000, dependendo do equipamento, da utilização e dos acessórios.

 

PESQUISAS

A Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) começou as pesquisas com drones há cerca de um ano e tem hoje vários alunos, desde a graduação até o doutorado, envolvidos em projetos relacionados ao tema.

O professor Hemerson Pistori, responsável pelas pesquisas com drones na UCDB, destaca como benefícios do uso desses equipamentos a precisão e a diversidade do tipo de imagens que podem ser obtidas além de um custo que tende a diminuir bastante com o tempo.

Na avaliação de Pistori, a agricultura de precisão poderá atingir um novo patamar com informações ainda mais precisas e coletadas automaticamente.

“A longo prazo, os drones (ou vantes, que seria o nome tecnicamente correto) se transformarão em robôs voadores, com capacidade não apenas de voar e reconhecer problemas de forma automática, como também atuar para solucioná-los”, prevê e afirma que, para o País não ficar para trás, nessa tecnologia, é importante em pesquisas.

 

Hemerson Pistori: A longo prazo, os drones se transformarão em robôs voadores, com capacidade de voar e reconhecer problemas de forma automática e atuar para solucioná-los. Crédito: Divulgação/UCDB
Hemerson Pistori: A longo prazo, os drones se transformarão em robôs voadores, com capacidade de voar e reconhecer problemas de forma automática e atuar para solucioná-los. Crédito: Divulgação/UCDB

De acordo com o professor, existe uma ampla variedade de modelos a serem explorados alguns drones podem ficar a poucos centímetros da plantação e parados no ar (como os multicópteros), outros podem atingir grandes alturas. “Também há a possibilidade de termos a médio e longo prazo drones que voam de forma completamente autônoma e que também possam carregar outros tipos de equipamentos, para, por exemplo, aplicar algum tipo de inseticida ou realizar coleta de amostras”, comenta.

Atualmente, a UCDB tem três projetos em andamento para investigar diferentes tipos de problemas que possam vir a ser resolvidos utilizando drones e visão computacional. “Estamos focado na soja, mas deveremos em breve abrir novas frentes de pesquisa”, antecipa.

A universidade também está coordenando uma rede de instituições e pessoas interessadas na utilização de drones na agricultura. Para isso, mantém uma página com algumas informações (http://vantagro.weebly.com/) e na qual o interessado terá acesso a todos os parceiros do projeto. Segundo o professor, a UFCB conta, atualmente, com três parceiros que dominam as tecnologias relacionadas à construções de drones: a PSG Vant, a Acrux  Aerospace Technologies e a Above.

Segundo a Embrapa Instrumental, o Brasil é um dos pioneiros na utilização de drones na agricultura. No entanto, os produtores ainda resistem em aderir à tecnologia pela falta de regras específicas sobre a utilização do aparelho no espaço aéreo.

As aplicações, vantagens e desvantagens do uso de drones na agricultura de precisão e no monitoramento de áreas degradadas estarão em pauta no 5° Simpósio de Geotecnologias do Pantanal – 5º GeoPantanal (www.geopantanal.cnptia.embrapa.br), de 22 a 26 de novembro, em Campo Grande (MS).

O 5º GeoPantanal é organizado pela Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

 

Por equipe SNA/SP

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp