Eficiência da agricultura brasileira é reverenciada mundialmente, afirma Aldo Rebello

“Na Rússia, na China e nos Estados Unidos, o produtor rural brasileiro é visto como um parceiro, além de ser referência mundial em eficiência e produtividade”, afirma o ministro de Ciência e Tecnologia, Aldo Rebello, durante abertura do 14º Congresso Brasileiro do Agronegócio - Sustentar é Integrar, em SP. Foto: Beto Garavello
“Na Rússia, na China e nos Estados Unidos, o produtor rural brasileiro é visto como um parceiro, além de ser referência mundial em eficiência e produtividade”, afirma o ministro de Ciência e Tecnologia, Aldo Rebello, durante abertura do 14º Congresso Brasileiro do Agronegócio – Sustentar é Integrar, em SP. Foto: Beto Garavello

As atenções do mundo estão voltadas para os setores de energia e produção de alimentos, seja pelo crescimento da população ou pela melhora da renda, o que exige aumento da produção e da produtividade e requer confiança jurídica e credibilidade. A declaração foi feita pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebello, na abertura do 14º Congresso Brasileiro do Agronegócio, evento que reuniu autoridades, especialistas, empresários e profissionais do setor em São Paulo, nesta segunda-feira, 3 de agosto.

Rebello contou que em suas viagens ao exterior só tem ouvido comentários favoráveis sobre o Brasil.

“Na Rússia, na China e nos Estados Unidos, o produtor rural brasileiro é visto como um parceiro, além de ser referência mundial em eficiência e produtividade”, afirmou.

Representando a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Kátia Abreu, o secretário de Política Agrícola da pasta, André Nassar, contou sobre um novo modelo de seguro agrícola voltado para os produtores de soja e afirmou que o segundo corte no orçamento do órgão, anunciado pelo governo federal, no mês passado, não vai afetar as atividades da defesa agropecuária.

“É um corte substancial no orçamento, mas a ministra garantiu que os recursos defesa agropecuária serão garantidos”, disse. Além do corte de R$ 1,395 bilhão, anunciado em maio, agora o Mapa terá R$ 287 milhões a menos de recursos, o equivalente a 15%.

Segundo o ministro Aldo Rebello, a fase de ajustes é passageira e o Brasil precisa se apoiar nas atividades de base.

“O setor (agronegócio) é um dos que tem maior capacidade de cooperar com outras nações, afinal, o mundo pode dispensar muitas coisas, mas não energia e alimentos”, ponderou.

MOVIMENTO SUSTENTÁVEL

“O Brasil é convocado a liderar o movimento sustentável em termos ambientais, econômicos e sociais para que o agronegócio brasileiro continue na liderança mundial na produção de alimentos, energia e fibras”, disse Luiz Carlos Corrêa Carvalho (conhecido como Caio Carvalho), presidente da Associação Brasileira do Agronegócio e presidente da Academia Nacional de Agricultura, da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

“A principal mudança para os médios produtores virá com a adoção do sistema de integração entre agricultura, pecuária e floresta”, salientou.

 

“A principal mudança para os médios produtores virá com a adoção do sistema de integração entre agricultura, pecuária e floresta”, salienta Caio Carvalho, presidente da Abag e da Academia Nacional de Agricultura, da SNA. Foto: Beto Garavello
“A principal mudança para os médios produtores virá com a adoção do sistema de integração entre agricultura, pecuária e floresta”, salienta Caio Carvalho, presidente da Abag e da Academia Nacional de Agricultura, da SNA. Foto: Beto Garavello

Caio Carvalho apontou a falta de um modelo de política agrícola que atenda aos médios produtores rurais, que perdem em competitividade e em ganhos de escala, apesar dos grandes empreendimentos e dos custos menores da agricultura familiar.

“Em um cenário de recursos naturais cada vez mais escassos e de preços das commodities agrícolas mais baixos, a capacidade de competir é a nossa única bússola”, afirmou.

Na ocasião, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que há um grande esforço para cortar custos para reduzir os efeitos da crise econômica enfrentada pelo País.

“O sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) pode ser a oportunidade de agregar valor e dar um salto”, argumentou.

Na ocasião, Alckmin anunciou que a Hidrovia Tietê-Paraná, uma das principais rotas de escoamento da produção agrícola de São Paulo, deverá ser reaberta à navegação até fevereiro de 2016.

 

Governador de SP, Geraldo Alckmin anuncia que a Hidrovia Tietê-Paraná, uma das principais rotas de escoamento da produção agrícola de São Paulo, deverá ser reaberta à navegação até fevereiro de 2016. Foto: Beto Garavello
Governador de SP, Geraldo Alckmin anuncia que a Hidrovia Tietê-Paraná, uma das principais rotas de escoamento da produção agrícola de São Paulo, deverá ser reaberta à navegação até fevereiro de 2016. Foto: Beto Garavello

“Estamos investindo R$ 1,5 bilhão na hidrovia, sendo R$ 600 milhões do Estado e R$ 900 milhões, da União”, contou. Os recursos serão direcionados, entre outras obras, para aumentar o calado dos rios para comportar as embarcações.

Em conversa com jornalistas, Alckmin apontou a necessidade de investimentos em transportes, especialmente em ferrovias, portos e aeroportos, como forma a garantir o abastecimento interno, antes de se pensar em importação e exportação.

“Além da agricultura, que tem ajudado a minimizar a crise, o investimento num esforço exportador e na infraestrutura de logística devem merecer atenção do governo. Investir em obras de infraestrutura tem dois efeitos positivos imediatos: tira os gargalos da distribuição, ao baratear os custos de transportes, e gera emprego”, analisou.

CONJUNTURA

Ao analisar o contexto atual da economia mundial, Alexandre Mendonça de Barros, sócio-consultor da MB Agro, destacou como fatores relevantes o aumento da demanda, o crescimento da população e urbanização, a renda dos países emergentes, os biocombustíveis, a atuação dos fundos, a desvalorização do dólar e os estoques públicos.

“Os fundos de ação entraram pesado comprando commodities, especialmente grãos e açúcar. Além disso, voltamos ao passado, ao mundo do dólar forte e real fraco que ajudou a segurar os preços no mercado internacional e favoreceu alguns setores do agro”, justificou.

O palestrante afirmou que a demanda forte, os estoques baixos e os problemas climáticos contribuíram para a volatilidade dos preços. “Esse fato levou os árabes e chineses a investirem em ativos brasileiros, com o objetivo de reduzir o risco de segurança alimentar”, disse. Além disso, ele lembrou que a China também está estocando produtos agrícolas.

Em coletiva de imprensa, André Pessôa, da Agroconsult, afirmou que a China aproveitou os preços baixos das commodities para fazer estoques.

“Além de algodão suficiente para quase um ano, o País tem 90 milhões de toneladas de e alto volume de arroz armazenado”, disse. Segundo Pessoa, a China não quer ser surpreendida pela inflação e por uma possível alta nos preços das commodities.

Repensar o sistema de produção e utilizar a integração lavoura, pecuária e floresta são as principais ferramentas para reduzir riscos e garantir a movimentação contínua do dinheiro em caixa. Segundo Barros, a demanda mundial por alimentos deverá continuar aquecida na Ásia, o que pressionará o Brasil no sentido de ampliar sua produção.

“O País precisa estar preparado para esse desafio e, nesse cenário, a Integração Lavoura Pecuária Florestas apresenta vantagens econômicas e ambientais”, ressaltou ele, apontando como principal gargalo desse sistema sua aplicação em larga escala, em grandes propriedades.

PRÊMIO

Durante o 14º Congresso da Abag, ainda foi entregue o prêmio Ney Bittencourt de Araújo ao presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Márcio Lopes de Freitas, conforme destaca a foto abaixo:

Maurício Lopes (Embrapa), Luiz Carlos Corrêa Carvalho (Abag), Alysson Paolinelli (Abramilho), Roberto Rodrigues (FGV), na entrega do Prêmio Ney Bittencourt de Araújo ao presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas (ao centro). Foto: Agência Riguardare
Maurício Lopes (Embrapa), Luiz Carlos Corrêa Carvalho (Abag), Alysson Paolinelli (Abramilho), Roberto Rodrigues (FGV), na entrega do Prêmio Ney Bittencourt de Araújo ao presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas (ao centro). Foto: Agência Riguardare

Por equipe SNA/SP

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