Agricultora familiar do RJ se destaca na produção sustentável de palmito

No Estado do Rio de Janeiro, uma pequena produtora rural do município de Magé, a 60 quilômetros da capital fluminense, vem se destacando na produção legal e ambientalmente responsável do palmito de pupunha, de olho no crescente mercado consumidor de produtos naturais e sustentáveis.

Num exemplo de que é possível viver do extrativismo florestal sem danificar o meio ambiente, há oito anos a agricultora familiar Marcilene Morais Echer Salmeron, de 46 anos, vem cultivando e comercializando palmito in natura, produzido no empreendimento rural familiar que administra com o pai, também agricultor, na comunidade do Rio dos Cavaleiros, naquele município da Baixada Fluminense.

Extrativismo sustentável

O segredo para produzir sem destruir foi a técnica adotada para o desenvolvimento do plantio e o tipo de palmeira escolhida para a retirada dos palmitos. Utilizando o sistema agroflorestal (SAF) de cultivo, a pequena agricultora familiar associou mudas de palmeira de pupunha à vegetação nativa do sítio, fazendo com que se reproduzam em meio às árvores e plantas daquela região, típicas da Mata Atlântica.

“Esse sistema facilita a recuperação do solo e mantém a fertilidade da terra porque as próprias folhas da vegetação local fornecem o adubo necessário. Isso dispensa o uso de química e facilita o controle das pragas”, explica Marcilene Salmeron.

A opção pela palmeira de pupunha também foi fundamental para manter a sustentabilidade do empreendimento rural. Ao contrário da Juçara, espécie com um único tronco, a palmeira de pupunha cresce com vários deles unidos em forma de touceira, o que permite selecionar e cortar somente aqueles de onde serão extraídos os palmitos, evitando a morte da planta, garantindo a continuidade da produção e preservando a integridade da cobertura vegetal.

Qualidade atrai consumidores

Nas feiras da agricultura familiar de Magé e Piabetá, a reputação de alimento natural, cultivado sem agrotóxicos e sem danos ao ambiente faz aumentar cada vez mais a procura pelos palmitos produzidos por Marcilene.

“As pessoas estão muito ligadas à questão da sustentabilidade e preocupadas com a qualidade daquilo que comem. Nas feiras a gente percebe que elas estão bem atentas à origem do alimento e como ele foi produzido”, diz a agricultora.

Ligada nessa tendência do público consumidor, Marcilene Salmeron está adaptando sua produção – que também inclui goiabas, inhames, aipins e berinjelas, dentre outras espécies, para corresponder ao aumento da demanda.

Aumento da produção

Por isso a produtora rural está quintuplicando, em parceria com seu pai, a quantidade de palmeiras em seu sítio, que saltará das atuais 1,7 mil unidades para um total de 8,5 mil pés plantados.

“Não estávamos dando conta de atender. Por isso estamos aumentando a área plantada. O pequeno produtor precisa enxergar essas mudanças no comportamento dos consumidores e estar preparado para oferecer aquilo que o cliente está procurando”, conta.

Segundo ela, produzir com responsabilidade ambiental e ser capaz de oferecer ao consumidor um produto com qualidade superior são pontos fundamentais para o agricultor familiar que deseja prosperar no campo.

“E é por isso que nos empenhamos em manter a qualidade de toda a nossa produção. O respeito ao meio ambiente é o diferencial que destaca nosso palmito e atrai o consumidor. Isso agrega valor econômico ao produto”, explica a produtora rural.

Apoio do Pronaf

Para comercializar sua produção, Marcilene Salmeron conta com o apoio da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), através dos créditos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), na modalidade “Mais Alimentos”.

“Já que tenho DAP pude acessar o Mais Alimentos e comprar esse carrinho utilitário, que tem sido fundamental para que eu possa levar minhas mercadorias até as feiras de Magé e Piabetá”, concluiu a agricultora familiar.

Sobre a campanha #MulheresRurais, mulheres com direitos

A campanha internacional #MujeresRurales, mujeres con derechos é uma iniciativa organizada pela Reunião Especializada em Agricultura Familiar no Mercosul (Reaf), a Unidad para el Cambio Rural (UCAR) da Argentina, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e, no Brasil, pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead), sob a tradução #MulheresRurais, mulheres com direitos.

A inciativa abrange a América Latina e o Caribe com ações que, este ano, começaram em março e seguem até novembro, trazendo como temática os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU. Em 2016, a campanha compartilhou mais de 120 experiências de 15 países.

Confira aqui a experiência do Brasil em 2016

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É a sua participação que movimenta essa campanha! Envie depoimentos, fotos e vídeos que mostrem o protagonismo das mulheres rurais, como elas representam a transformação do ambiente onde vivem, para as pessoas que as cercam e os contextos aos quais se conectam.

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Fonte: Portal do Ministério do Desenvolvimento Agrário

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