ABPA faz previsões para avicultura e suinocultura

Presidente da ABPA, Francisco Turra (ao microfone), entre outros representantes da entidade, durante coletiva sobre as perspectivas para avicultura e suinocultura em 2015 e 2016. Foto: Divulgação
Presidente da ABPA, Francisco Turra (ao microfone), entre outros representantes da entidade, durante coletiva sobre as perspectivas para avicultura e suinocultura em 2015 e 2016. Foto: Divulgação

A crise econômica acertou em cheio o Brasil em 2015.  Em meio a este complexo cenário, a avicultura e a suinocultura foram impactadas em diversos momentos ao longo do ano. Por um lado, custos de produção apresentaram elevação, em especial, no segundo semestre, com a alta dos preços de milho e de soja. Por outro, greves dos caminhoneiros (em fevereiro e em outubro) e dos fiscais federais agropecuários (setembro) reduziram, momentaneamente, o fluxo das exportações.

O clima também afetou o ritmo dos embarques, com o fechamento parcial e total do Porto de Itajaí (uma das principais portas de saída das exportações do setor), ao longo da primeira quinzena de outubro. Apesar disto, a avicultura e a suinocultura do País encerram 2015 com diversos recordes: na produção e nas exportações de frangos; na produção e no consumo per capita de suínos; na produção e no consumo per capita de ovos. A carne de frango, consolidado como quarto item da pauta exportadora nacional, alcançou em 2015 os três melhores resultados mensais da história das exportações do setor.

Novos mercados abriram as portas para aves e ovos, e outras foram reabertas para suínos.  Outros grandes importadores ampliaram os números de plantas habilitadas para aves, ovos e suínos. Neste cenário, as exportações totais da avicultura e da suinocultura deverão atingir, em 2015, US$ 8,7 bilhões, ou R$ 25 bilhões.

O consumo interno segue elevado e as três proteínas (frango, ovo e suíno) foram beneficiadas nas gôndolas pela alta nos preços da carne bovina. Além de ampliar sua participação no mercado, a avicultura e a suinocultura conseguiram manter sua competitividade, com a manutenção da desoneração da folha de pagamento. Outro fator favorável foi a alta do câmbio, melhorando a rentabilidade dos exportadores na conversão para a moeda nacional.

Frente a crise vigente no país, a avicultura e a suinocultura do Brasil encerram o ano com boas perspectivas para 2016.  As projeções indicam crescimento na produção e nas exportações dos dois setores.  A solidez dos negócios deverá ser mantida, tanto internamente, quanto no mercado externo.

Francisco Turra – presidente-executivo da ABPA

 

CARNE DE FRANGO

Produção

A produção brasileira de carne de frango deverá chegar a 13,136 milhões de toneladas em 2015, volume 3,5% superior ao obtido pelo setor no ano passado, com 12,691 milhões de toneladas.  Com isto, o Brasil assume o segundo lugar no ranking dos maiores produtores de carne de frango, superando a China – que tem produção prevista de 13,09, conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Em alta, consumo per capita deverá crescer 1,05%, atingindo 43 quilos per capita no ano.

Para 2016, o setor prevê um crescimento de 3% a 5% na produção.  “Isto, diante da possibilidade de abertura de novos mercados para o frango brasileiros, além do impacto natural gerado pelo crescimento vegetativo da população e a esperada reversão da situação econômica do Brasil”, destaca Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA.

Exportações

Neste ano, as exportações brasileiras de carne de frango deverão alcançar 4,260 milhões de toneladas, volume 4% superior ao obtido em 2014, com 4,1 milhões de toneladas. Em receita, o saldo previsto em Reais é de R$ 23,7 bilhões, uma elevação de 25% na comparação com o ano anterior.  Já em Dólares, é esperada uma retração de 11%, totalizando US$ 7,1 bilhões.

Em novembro, as exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre frango inteiro, cortes, salgados, processados e embutidos) atingiram 389,1 mil toneladas em novembro, número 15,2% superior em relação ao mesmo mês do ano passado.  O saldo é o terceiro maior desempenho já registrado na história dos embarques mensais de carne de frango do Brasil. Na receita em reais, houve elevação de 33,8%, com R$ 2,297 bilhões. No saldo em dólares, houve retração de 9,7%, chegando a US$ 608,3 milhões.

Com este desempenho, as exportações brasileiras de carne de frango incrementaram a alta acumulada do ano (janeiro-novembro) para 4,1%, totalizando 3,9 milhões de toneladas embarcadas. O saldo também é positivo na receita em reais, com 25,4% de crescimento na comparação com os onze primeiros meses de 2014, chegando a R$ 21,617 bilhões.  Já resultado cambial é 11,4% menor, com US$ 6,569 bilhões.

“Neste ano, além da abertura dos mercados da Malásia e Myamnar, o setor avícola foi favorecido pela habilitação de mais duas plantas para a China (totalizando 30 plantas habilitadas), além de 16 novas unidades exportadoras para o México, que agora conta com 20 plantas habilitadas”, indica Turra.

Para 2016, o setor prevê um crescimento entre 3% e 5% nos volumes embarcados.  “Temos boas expectativas quanto a abertura dos mercados de Taiwan e República Dominicana, além da habilitação de novas plantas para o embarcar carne de frango do Brasil para a China.   No radar do setor, também estarão a Austrália, Nova Zelândia, Camboja e o acompanhamento do painel contra a Indonésia”, ressalta o vice-presidente de aves, Ricardo Santin.

 

CARNE SUÍNA

Produção

A produção brasileira de carne suína deverá atingir neste ano 3,643 milhões de toneladas, volume 4,9% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, que foi de 3,471 milhões de toneladas.

O consumo per capita do Brasil chegará em 2015, pela primeira vez na história, a 15 quilos, índice 2,7% superior em relação ao registrado em 2014.

Para o próximo ano, o setor de suínos prevê um crescimento de 2% a 3% na produção nacional.  “Para tanto, além do incremento dos embarques, espera-se uma leve alta no consumo per capita do Brasil”, destaca Turra.

Exportações

As exportações brasileiras de carne suína em 2015 deverão atingir 550 mil toneladas, elevação de 8,9% em relação às 505 mil toneladas obtidas no ano anterior.  Em reais, os embarques deverão render um total de R$ 4,3 bilhões, número 14% superior ao de 2014.  Já em dólares, há uma retração esperada de 20%, totalizando US$ 1,2 bilhão.  “No ano passado, a aceleração das vendas para o Leste Europeu pressionou os valores de venda, que atingiram altas históricas. Neste ano, vimos uma readequação dos níveis dos preços a patamares equivalentes ao de anos anteriores, o que justifica a retração da receita”, explica Turra.

Em novembro, as exportações brasileiras de carne suína in natura cresceram 51% neste mês em comparação com o mesmo período do ano passado, alcançando 55,2 mil toneladas.  O número é o maior registrado em 2015.

No saldo em reais, houve elevação de 34% no mês, chegando a R$ 460,5 milhões.  Já receita cambial, foi registrada redução de 10%, com US$ 121,9 milhões.

Com o bom desempenho de novembro, as exportações de carne suína in natura acumularam alta de 12% nos onze primeiros meses deste ano, chegando a 435 mil toneladas.  Com isto, a receita em reais cresceu 16% no período, totalizando R$ 3,668 bilhões.  Em dólares, houve retração de 19%, chegando a US$ 1,1 bilhão.

“Neste ano, o grande destaque foi a Rússia, responsável cerca de 45% do total exportado pelo país, com uma elevação média de 30% nas compras deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado”, destaca o vice-presidente de suínos, Rui Eduardo Saldanha Vargas.

Para 2016, o setor prevê um crescimento entre 2 e 3% nos embarques realizados pela suinocultura do Brasil.  “Além da melhoria da performance das vendas para o Leste Europeu e grandes compradores da Ásia (como Hong Kong e Singapura), espera-se que as duas novas plantas habilitadas influenciem positivamente os embarques para a China.  Há, também, boas expectativas quanto à abertura do mercado da Coreia do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Unirão Europeia”, aponta Turra.

“Também está no radar a abertura para venda ao varejo na África do Sul, além da possível elaboração do protocolo de miúdos para embarques à China”, completa Vargas.

OVOS

Produção

A produção brasileira de ovos deverá atingir 39,5 bilhões de unidades de ovos em 2015, número 6,1% superior às 37,2 bilhões de unidades registradas no ano.

Em saldo recorde, o consumo per capita de ovos no Brasil deverá chegar neste ano a 191 unidades, número 4,8% superior ao total de 2014, que foi de 182 unidades.

Para o próximo ano, o setor produtor de ovos prevê crescimento de até 2% na produção total.

Exportações

As exportações brasileiras de ovos (in natura e processado) devem totalizar neste ano 20,7 mil toneladas, saldo 70% superior ao alcançado em 2014 – com 12,2 mil toneladas.  Com isto, o setor deverá obter receita em reais de R$ 90 milhões (+120%), e em dólares, de US$ 26 milhões (+54%).

Neste ano, o setor conquistou um novo mercado: o Japão, um dos mais exigentes do mundo.

Para 2016, os exportadores de ovos preveem níveis equivalentes aos embarcados neste ano.  A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos deverão manter o fluxo de negócios do segmento.

 

PERUS

Produção

Conforme as previsões da ABPA, a produção brasileira de carne de peru deverá chegar a 329 mil toneladas em 2015, número 0,1% superior em relação ao total de 2014.

Exportações

As exportações brasileiras de carne de peru deverão atingir neste ano 133 mil toneladas, saldo 6,3% maior na comparação com o registrado no ano anterior. Com isto, o setor deverá obter receita em reais de R$ 950 milhões (+21%), e de US$ 287 milhões em dólares (-13%).

Fonte: ABPA

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