Abate de bovinos no segundo trimestre é recorde no Brasil, aponta IBGE

Analista de bovinos da Scot Consultoria (SP), Hyberville Neto: “É possível que pecuaristas aumentem a quantidade de fêmeas em reprodução, no próximo ano, incentivados pelos preços firmes da reposição”

 

No segundo trimestre de 2013, o Brasil abateu 8,5 milhões de cabeças de bovinos e 1,4 bilhão de cabeças de frangos, segundo a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais e Aquisição de Leite, Couro e Produção de Ovos, divulgada na quinta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa aponta também que, no mesmo período, a aquisição de leite no país foi de 5,3 bilhões de litros e a produção de ovos de galinha foi de 682 milhões de dúzias. O abate de suínos também e alcançou 8,9 milhões de cabeça e a aquisição de couro avançou, com incremento de 8,5%, ante 2012 e de 6,6% em relação ao primeiro trimestre de 2013.

O número de abate de bovinos representa, de acordo com o IBGE, um recorde histórico bem acima do anterior, do quarto trimestre de 2012, que era 8,2 milhões de cabeças abatidas. O peso acumulado das carcaças também foi recorde: 2 milhões de toneladas. Houve crescimento de 6,1% em relação ao primeiro trimestre de 2012, e de 11,7% sobre o segundo trimestre do mesmo ano.

No primeiro semestre deste ano, os abates de bovinos somaram 16,7 milhões, aumento de em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado de janeiro a junho de 2013 foram abatidos 9,0 milhões de machos (bois e novilhos) e 7,7 milhões de fêmeas (vacas e novilhas). As fêmeas representaram 46,1% do total, ante 44,8% no mesmo período de 2012.

Segundo Hyberville Neto, analista de mercado bovinos da Scot Consultoria, de Bebebouro (SP), os preços firmes do boi gordo, mesmo com os abates em alta, mostram que a demanda tem feito a sua parte, no mercado interno e nas exportações. “É possível que pecuaristas aumentem a quantidade de fêmeas em reprodução, no próximo ano, incentivados pelos preços firmes da reposição”, prevê.

O maior crescimento relativo no abate de bovinos, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, foi registrado no Sudeste (17%), seguido pelo Centro-Oeste (14%), Norte (10%), Nordeste (6,2%) e Sul (2,3%). Dos 27 Estados brasileiros, 20 tiveram aumento do abate, destacando-se Mato Grosso (16,3%), Goiás (26,3%) e Minas Gerais (29,6%). O Centro-Oeste ocupa as três primeiras posições no abate de bovinos, com Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

 

FRANGO, OVOS, SUÍNOS, LEITE E COURO

O abate de frango no Brasil cresceu 8,3% no segundo trimestre de 2013, em comparação com os três primeiros meses do ano (1,4 bilhão de cabeças), impulsionando um novo recorde na série histórica. A região Sul aumentou a participação na produção nacional de 57,8% ara 61,5% no período, seguida do Sudeste, que perdeu participação com queda de 22,8% para 19,6%. O Paraná cresceu 10,3% e continua como o maior produtor, e São Paulo foi o único dos 11 maiores produtores a registrar queda, de 11,4%  sobre 2012.

A produção de ovos totalizou 682 milhões de dúzias, 1,3% maior que a do mesmo período de 2012, superando em 2,4% os três primeiros meses deste ano. O Sudeste concentra 22,1% da produção.

O abate de suínos (8,9 milhões de cabeças), concentrado principalmente na região  Sul, (64,8%), apresentou crescimento de 0,7% sobre o primeiro trimestre de 2013 e de 1,6%, quando confrontado ao segundo do ano passado. O peso acumulado das carcaças suínas, de 869,6 mil toneladas, aumentou 2,1% em relação aos três primeiros meses de 2013 e caiu 0,4% na comparação com o segundo semestre do ano passado.

A aquisição de leite no país cresceu 2% em relação ao mesmo período de 2012, mas caiu 6% na comparação com o primeiro trimestre de 2013. Ao todo, foram 5,3 bilhões de litros de leite, dos quais, 40,9% adquiridos por indústrias do Sudeste, e 34,2% pelas da Região Sul, sendo 26,6% do total nacional produzido por Minas Gerais.

A aquisição de couro totalizou 9,7 milhões de unidades no 2º trimestre, registrando aumento de 8,5% sobre o volume no 2º trimestre de 2012 e de 6,6% em relação ao 1º trimestre de 2013. No total, 63,1% do couro adquirido foi proveniente de matadouros frigoríficos. Segundo o IBGE, os aumentos mais significativos na compra de compra de couro foram observados no Paraná (24,3%), Minas Gerais (28,5%), Tocantins (43,3%) e em Santa Catarina (18,5%). Rondônia registrou redução de 25,5%.

 

Por Equipe SNA/SP

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